quinta-feira, 30 de agosto de 2012

Corte de cabelo

Corte de cabelo de uma criança com autismo é extremamente difícil. Crianças com autismo muitas vezes têm medo de cortar o cabelo porque:
  • Eles não percebem que o cabelo volta a crescer*Sentado em uma cadeira é difícil*O espelho pode distrair ou perturbar o
  • Alguém está tocando em uma área sensível
  • O ruído do salão de secadores de cabelo, tesoura ou as pessoas estão falando, desconfortáveis
  • O cheiro da barbearia, corantes, alvejantes, etc, são fortes odores que podem tornar uma pessoa com autismo muito doente.
Superando as dificuldades de conseguir um corte de cabelo:
  • Encontre um cabeleireiro que vem para cortar o cabelo da criança em casa
  • Use uma história social ou livro de fotografia(PECS) é de cerca de um corte de cabelo
  • Recompensar depois de um brinquedo, uma atividade escolhida, ou alimentos que você gosta
  • Dê ao seu filho algo para segurar, jogar ou mastigar enquanto na cadeira.
  • Recompensar se ele é bastante calmo*Use um temporizador do ovo(relógio de minutos) para indicar quanto tempo a criança tem de se sentar por seu corte de cabelo
  • Criar um bom relacionamento com um cabeleireiro e ir para o mesmo lugar para cortar o cabelo sempre que possível
  • Vá em um momento tranquilo,
  • Escolha um penteado fácil para a criança, um corte de cabelo curto.
  • Com uma boa máquina é muitas vezes mais rápido e mais conveniente que usar uma tesoura
 https://www.facebook.com/notes/s%C3%ADndrome-de-asperger-autismo-infantil/corte-de-cabelo/255078914612758



.Fonte: desafiandoalautismo.org

Modelando autismo com neurônios humanos.

Autista com muito orgulho-A Síndrome vista pelo lado de dentro!

Sinopse:

"Autista com muito orgulho-A Síndrome vista pelo lado de dentro!

A Síndrome de Asperger, um tipo de autismo.Esta obra mostra uma abordagem revolucionária e totalmente inédita sobre esta Síndrome, derrubando preconceitos e tabus,através da história de vida ,as idéias, a visão de mundo de um Portador que sozinho, sem qualquer ajuda clínica, superou todos os obstáculos, tanto sociais e neurológicos que a Síndrome lhe impôs.Esta obra é composta das seguintes partes:  a autobiografia do autor,  o lado de dentro da Síndrome, exibindo e esclarecendo todos os meandros e mecanismos internos de funcionamento da Mente Asperger, como ela trabalha, funciona, se comporta internamente,e como tudo isto se manifesta externamente,  as ousadas e revolucionárias Teorias sobre Asperger que ele mesmo elaborou, baseado em seu histórico de vida ,e as orientações aos Pais e Mães de Portadores de Síndrome de Asperger,de como compreenderem melhor e melhor ajudarem seus filhos  ."

Muito obrigado pela força, beijos,

Cristiano Camargo !

Autismo e cérebro social – compreensão e ação

A pediatra e psiquiatra cearense Fátima Dourado lança em Salvador em 31 de agosto seu livro Autismo e Cérebro Social – Compreensão e Ação. O evento acontecerá na Livraria Saraiva do Salvador Shopping. O livro apresenta sua trajetória de mãe e médica no tratamento do autismo. A obra ajuda leigos e profissionais a entenderem melhor esse transtorno de desenvolvimento e relacionamento.
Fátima faz um relato emocionado dos desafios e conquistas desde o diagnóstico de autismo dos filhos Giordano Bruno e Pablo, hoje adultos. A falta de alternativas de atendimento a levou, junto com outras oito mães, a fundar a Casa da Esperança, atualmente a maior instituição de atendimento e apoio a pessoas autistas na América do Sul. Detalhadamente, ela cita os personagens e os percalços de sua caminhada até hoje, quando pode oferecer a pais e mães de filhos autistas as respostas que não teve no passado.

http://www.afaga.com.br/fatima.html

DICAS PARA ESTIMULAR SEU FILHO


A seguir você verá algumas dicas que servirão para estimular seu filho.Lembre-se que são dicas gerais, adapte-as com critério para seu filho, levando em conta a idade e dificuldades dele.Se possível, converse com o terapeuta que acompanha a criança, ele poderá adaptar estas ou lhe fornecer novas dicas.

1 – Brincar na frente do espelho – se puder, tenha um espelho que seu filho possa se ver inteiro.Sente-se atrás de seu filho e brinque de mostrar seu cabelo, sua boca e etc.Dependendo da crinaça, você precisa segurar a mão dela e ajudá-lo a por nas partes do corpo.Faça comentários tipo, olha o ( cite o nome dele(a)) e a mamãe.Olha a mãmãe eo ( nome da criança) abraçados etc.Este exercício ajuda criar conciência do eu e os outros.

2 – Rasgar jornal.De início é comum a mãe ficar atrás da criança e segurar suas mãozinhas para pegar e rasgar jornal.Comece com pedaços grandes e vá diminuindo aos poucos.Este exercício ajuda na coordenação motora.Você pode inventar uma brincadeira no final tipo juntar os papeizinhos e jogar do alto ( chuvinha de papel!!).

3 – Brincar de massinha.Esta brincadeira auxilia a coordenação, mas normalmente os autistas estranham muito a massinha.Será preciso insistir

4 – Pintura a dedo – ótimo para estimular, você deve ir falando as cores e deixe a criança se lambuzar um pouco, dá aflição no início, mas aos poucos vai entrando nos eixos.Não jogue as artes fora.De vez em quando mostre para ele as obras que já fez!!

5 – Pegue três latas de tamanhos diferentes ( pequena, média e grande) e faça um furo na tampa de maneira a passar uma bolinhaBrinque com seu filho de por as bolinhas nas latas, reforçe sempre as palavras Graaaande, mééédia pequeeena.Depois empilhe também as latas.As bolinhas pode ser de pingue e pong que se acha nas lojas de miudezas.

6- Dance – Dançar auxilia muito as crianças, brinque de dançar com seu filho, invente passos, mesmo que ele pareça não se interessar, continue.Ponha músicas de criança, chame os irmãos ou o pai para fazer uma roda.

7 – Tente jogar bola, pode ser uma bexiga, se puder chame alguém para ajudar.Se seu filho não participa, peça para alguém ficar atrás dele e ajuda a pegar e jogar a bexiga para você.

8 – Um ambiente rico em estímulos pode ajudar, deixe o rádio ligado, numa altura média, se possível numa emissora que toque boa música brasileira, e em determinados períodos música clássica.è comum os autistas terem preferências por determinados sons, como voz mais grave, como as de locutor de fm, desta forma você estará facilitando o aprendizado do idioma, acostumando o ouvido dele a ouvir o som do português.

9 – Programas infantis como Castelo Ra Tim Bum, Mundo de Beakmann, além de educativos são ricos em estímulos.

10 – Massageie seu filho.Comece pela parte de trás, dos pés a cabeça.Na parte da frente do corpo, sentido inverso, da cabeça aos pés.Use um óleo ou creme anti alérgico, de odor suave.Fale com seu filho enquanto o massageia.Diga como seus braços, suas pernas seu corpo é forte.Diga-lhe o quanto é amado.Se quiser, ponha uma música suave de fundo.Procure fazer da massagem um ritual diário.Não precisa técnica especial, precisa ter um toque suave e firme, é quase como um carnho.Os resultados são ótimos.

11- Insista sempre, é normal seu filho não se interessar no início, talvez até ficar arredio, não se incomode e continue, deixe as brincadeiras que ele mais gosta por último, faça uma sequência e siga-a, aí ele entenderá que logo virá a parte que ele gosta.

Fonte :http://cidaautismo.wordpress.com/


A seguir você verá algumas dicas que servirão para estimular seu filho.Lembre-se que são dicas gerais, adapte-as com critério para seu filho, levando em conta a idade e dificuldades dele.Se possível, converse com o terapeuta que acompanha a criança, ele poderá adaptar estas ou lhe fornecer novas dicas.

1 – Brincar na frente do espelho – se puder, tenha um espelho que seu filho possa se ver inteiro.Sente-se atrás de seu filho e brinque de mostrar seu cabelo, sua boca e etc.Dependendo da crinaça, você precisa segurar a mão dela e ajudá-lo a por nas partes do corpo.Faça comentários tipo, olha o ( cite o nome dele(a)) e a mamãe.Olha a mãmãe eo ( nome da criança) abraçados etc.Este exercício ajuda criar conciência do eu e os outros.

2 – Rasgar jornal.De início é comum a mãe ficar atrás da criança e segurar suas mãozinhas para pegar e rasgar jornal.Comece com pedaços grandes e vá diminuindo aos poucos.Este exercício ajuda na coordenação motora.Você pode inventar uma brincadeira no final tipo juntar os papeizinhos e jogar do alto ( chuvinha de papel!!).

3 – Brincar de massinha.Esta brincadeira auxilia a coordenação, mas normalmente os autistas estranham muito a massinha.Será preciso insistir

4 – Pintura a dedo – ótimo para estimular, você deve ir falando as cores e deixe a criança se lambuzar um pouco, dá aflição no início, mas aos poucos vai entrando nos eixos.Não jogue as artes fora.De vez em quando mostre para ele as obras que já fez!!

5 – Pegue três latas de tamanhos diferentes ( pequena, média e grande) e faça um furo na tampa de maneira a passar uma bolinhaBrinque com seu filho de por as bolinhas nas latas, reforçe sempre as palavras Graaaande, mééédia pequeeena.Depois empilhe também as latas.As bolinhas pode ser de pingue e pong que se acha nas lojas de miudezas.

6- Dance – Dançar auxilia muito as crianças, brinque de dançar com seu filho, invente passos, mesmo que ele pareça não se interessar, continue.Ponha músicas de criança, chame os irmãos ou o pai para fazer uma roda.

7 – Tente jogar bola, pode ser uma bexiga, se puder chame alguém para ajudar.Se seu filho não participa, peça para alguém ficar atrás dele e ajuda a pegar e jogar a bexiga para você.

8 – Um ambiente rico em estímulos pode ajudar, deixe o rádio ligado, numa altura média, se possível numa emissora que toque boa música brasileira, e em determinados períodos música clássica.è comum os autistas terem preferências por determinados sons, como voz mais grave, como as de locutor de fm, desta forma você estará facilitando o aprendizado do idioma, acostumando o ouvido dele a ouvir o som do português.

9 – Programas infantis como Castelo Ra Tim Bum, Mundo de Beakmann, além de educativos são ricos em estímulos.

10 – Massageie seu filho.Comece pela parte de trás, dos pés a cabeça.Na parte da frente do corpo, sentido inverso, da cabeça aos pés.Use um óleo ou creme anti alérgico, de odor suave.Fale com seu filho enquanto o massageia.Diga como seus braços, suas pernas seu corpo é forte.Diga-lhe o quanto é amado.Se quiser, ponha uma música suave de fundo.Procure fazer da massagem um ritual diário.Não precisa técnica especial, precisa ter um toque suave e firme, é quase como um carnho.Os resultados são ótimos.

11- Insista sempre, é normal seu filho não se interessar no início, talvez até ficar arredio, não se incomode e continue, deixe as brincadeiras que ele mais gosta por último, faça uma sequência e siga-a, aí ele entenderá que logo virá a parte que ele gosta.

Fonte :http://cidaautismo.wordpress.com/

quarta-feira, 29 de agosto de 2012

ATENÇÃO


Autismo



1- Observe a criança ao brincar. Muitas crianças com TEA tendem a brincar com partes de brinquedos, em vez de o brinquedo como um todo. Mesmo assim, eles fornecem pistas sobre o que agrada a eles tanto quanto a cor, textura e movimento.

2- Observe a criança na sua auto-estimulação e comportamentos. Estes comportamentos são geralmente manifestações de uma necessidade sensorial. Escolha brinqued
os que possam ser usados para atender a essas necessidades. Por exemplo, uma criança que bate suas mãos pôde gostar de brinquedos como chocalho (ou instrumentos de brinquedo como pandeiro, banjo, bombo, etc.)
3- De preferencia para os brinquedos que podem ser usados para ajudar a criança a atingir essas metas como treinar habilidades motora e fina.

4- brinquedos feitos especificamente para a estimulação sensorial, desenvolvimento e habilidades sociais. Alguns desses brinquedos pode ser feito especialmente para crianças com autismo, ou também podem ser brinquedos cotidianas que muitas crianças gostam.


5- Escolha brinquedos para crianças autistas que integram os sentidos. Escolhas ideais incluem balançar, sentar-e-girar, trampolins e piscinas de bola. Estes brinquedos são ótimas para habilidades motoras brutas, coordenação olho-mão, atividades vestibulares e estimulação visual.

6- Lembre-se o básico. Brinquedo simples, como blocos, bailes e jogos de tabuleiro clássicos serve para muitos propósitos, incluindo interação. Estes brinquedos simples podem ser usadas para atividades de imitação e por sua vez, tomando, ajudando a criança a desenvolver habilidades sociais.

7- Alguns brinquedos grandes para crianças autistas oferecer uma oportunidade para que as crianças toleram texturas inusitadas. Estes incluem areia e água, argila mesas de moldagem e tintas de dedo. Alguns itens domésticos comuns, como macarrão não cozido, arroz e lentilhas pode ser usado em brincadeirassensoriais.

8- Os instrumentos musicais são excelentes brinquedos para crianças com autismo. Eles integram os sentidos e pode ser usado para o desenvolvimento da linguagem. Instrumentos de sopro ajudar a desenvolver habilidades motoras orais. Bateria, teclados e xilofones são ideais para combinar motora fina, estimulação visual e auditiva.
Dicas:
-Incentive a interação durante o jogo.
-Imite e incentive a imitação.
- Deixe o tempo para o jogo independente.
- Evite comprar brinquedos que possuem peças muito pequenas que podem representar um risco de asfixia.



Read more: Como escolher brinquedos para crianças autistas | eHow.com http://www.ehow.com/how_2149883_choose-toys-autistic-children.html#ixzz24yqG88k5

AUTISMO E SUPERAÇÃO NOS BANCOS DA UNIVERSIDADE

Mobilizar a sociedade para um novo olhar sobre a pessoa com autismo e suas potencialidades. É assim que a estudante do 2º anos de Direito do UNI-RN, Nataly Pessoa, vem protagonizando sua história desde 2011, quando foi diagnosticada com Síndrome de Asperger, espectro de autismo. Para conscientizar e esclarecer sobre a síndrome, ela criou um blog onde conversa abertamente sobre o tema, e troca experiências com pessoas que têm autismo ou convivem com autistas:

http://espacoautista.blogspot.com.br/

Nataly é uma das convidadas para o I Congresso Norte-rio-grandense sobre Inclusão no Ensino Superior, de 19 a 21 de setembro, confira programação completa e inscrições:

http://congressoinclusao2012.blogspot.com.br/p/programacao.html


A síndrome de Nataly foi descoberta através da avaliação de seu histórico de vida com um psiquiatra. “Comecei o tratamento em 2009 e só após dois anos fechou o diagnóstico, uma vez que o autismo é mais comum em meninos”, explica. Estudos que buscam as causas do autismo apontam como o mais forte o fator hereditário. “Acredito que este é o meu caso, na minha família há pessoas com autismo”, comenta. Quando pequena, começou a andar com sete meses e só falou com quase quatro anos. Na época morava em São Paulo e seus pais não conheciam a síndrome. “Comecei terapia ainda pequena, mas o diagnóstico nunca chegava. Eu era sapeca e tinha TOCs repetitivos nas mãos, que tenho até hoje em momentos de muita ansiedade, comum em alguns autistas”, esclarece.


Em 2011, o pai participou de uma consulta e falou coisas marcantes da infância da filha, o que levou o médico ao resultado. “Passei um ano difícil me adaptando à nova situação. Tranquei o curso de Direito, com dificuldades de interagir com a turma e para me cuidar mais. Não é fácil descobrir que você tem uma síndrome na fase adulta, passei o ano muito muito triste,sem forças pra recomeçar, mas procurando melhorar. Estou aprendendo muito sobre a Síndrome e este ano voltei a estudar”, comemora. Nataly atualmente é acompanhada por três especialistas: psiquistra, psicopedagoga e terapeuta cognitiva comportamental, o que tem melhorado sua convivência social.


“Minha família e noivo sempre me apoiaram em tudo. O ano de 2011 chamo de escuro na minha vida, passou. Comecei um 2012 iluminado, voltei para o curso animada, amo o Direito. Gosto da turma e assumi na sala que sou autista”. Aprovada em um no concurso do Banco do Brasil em Brasília, ela aguarda a nomeação e comemora a conquista. “Estou tendo bom desempenho na graduação e fazendo boas amizades. Sou feliz em saber que sou autista, não gostava de passar por momentos tristes e não saber o porquê”.


PRECONCEITO – Nataly explica que as pessoas que convivem com ela a entendem e aceitam, mas o preconceito ainda existe. “Parte da sociedade não consegue conviver com as diferenças, por isso criei o blog, para divulgar informações sobre a síndrome”. Ao invés de lamentar porque fui discriminada ela acredita que a melhor forma de combater esse comportamento é com informação. “Recebo apoio de pessoas de todo o Brasil. O autista não é esquisito ou retardado, como muitos pensam. Somos determinados e focados, podemos casar, se formar, trabalhar e levar uma vida aparentemente normal, claro, com uma boa terapia, importante na vida e no crescimento pessoal e profissional.

ENTREVISTA NA RÁDIO DIFUSORA - SOBRE AUTISMO - PARTE 01

terça-feira, 28 de agosto de 2012

KIT PARA OS PRIMEIROS 100 DIAS

 Um kit de ferramentas para auxiliar as famílias nos 100 primeiros dias após o diagnóstico de autismo.

Estou lendo e esta sendo ÓTIMO!

É muito confortande ler algo e alguem que entende esse mix de sentimentos dentro de nós ao depararmos com essa nova realidade.

O arquivo esta em PDF, clique no link abaixo, salve no seu PC e imprima, você não vai se arrepender!



http://w3.ufsm.br/autismo/wp-content/arquivos/Manual_pais_autismo_-_Kit_Primeiros_100_Dias.pdf

MÉTODO TEACCH - MITOS E VERDADES


1.O TEACCH é um MÉTODO de trabalho: VERDADE

Justiticativa: ao contrário do que alguns autores colocam, o TEACCH é um método de ensino e educação. A análise terminológica da palavra nos remete a MÉTODO como o conjunto dos meios dispostos convenientemente para alcançar um fim e especialmente para comunicá-lo aos outros. É a maneira de se atuar, de ir pelos caminhos do conhecimento para buscar respostas por meio de procedimentos específicos e encontrar soluções para problemas. Nesta análise, o TEACCH apresenta-se como um esquema de tratamento e educação de pessoas com autismo com suas especifidades próprias, seu material próprio, sistemas avaliativos, esquema de trabalho, técnicas de ensino e base teórica que fundamenta toda essa prática.



2. O TEACCH só trabalha com cartões: MITO

Justificativa: O TEACCH trabalha com recursos visuais e estrutura do ambiente. Tais prompts podem ser objetos, fotografias, imagens, pictogramas, palavras e qualquer outra sinalização que leve em conta os aspectos imagéticos do autista. Portanto, o TEACCH crê na aquisição de conceitos advindos de imagens, e por esta razão faz uso TAMBÉM de cartões ilustrados como forma de indicar a rotina e/ou ou sinalizar a comunicação.No entanto, não é um programa educacional fundamentado exclusivamente em cartões. Este sistema pode ser utilizado dentre muitos outros. Por exemplo, os cartões podem funcionar como agentes da rotina visual (colocados na agenda), como organizadores, como estímulos do PECS e até mesmo como itens de uma tarefa. Mas também são usados com este fim, objetos indicadores, estruturas sinalizadoras (como marcadores, flechas, etiquetas, etc) e materiais adaptados. Os cartões são materiais que complementam a estrutura TEACCH. Não são seus únicos meios.



3. O TEACCH "robotiza" ou "mecaniza" quem dele se utiliza: MITO

Justificativa: essa é a grande cruz que o TEACCH ainda teima em carregar. Isso tudo começou com o uso inadequado da estrutura TEACCH no início de sua aplicação no Brasil, onde tarefas e atividades eram apresentadas sem considerar os princípios da generalização da aprendizagem. Historicamente podemos observar que em muitos lugares, as atividades eram apresentadas de uma única forma, por uma única pessoa, sem variação em sua forma e sem proporcionar para os autistas possibilidades de levar o conhecimento para outros ambientes, sujeitos e situações. Desta forma, um aluno fazia a mesma atividade por muitas vezes, não havia alteração na estrutura do material, não se mudava de lugar, pouco se conversava com o aluno, a rotina não era flexível, etc, favorecendo a imutabilidade e gerando a falsa idéia de que havia a "robotização". É importante colocar que o processo de ensino precisa ser organizado pensando na flexibilidade da rotina, na estrutura de várias tarefas com o mesmo fim, nos conceitos apresentados de várias formas sem perder de vista as necessidades do autista.Quando um aluno aprende um conceito e faz uso de forma funcional, podemos afirmar que houve mudança de comportamento, e portanto, houve aprendizagem. Um outro fator contribuinte para que o mito da robotização perseguisse o TEACCH por muitos anos foi o fato da literatura nacional não abordar o tema adequadamente, simplificando a aplicação, traduzindo de forma literal documentos americanos ou europeus e principalmente, a dificuldade em se aplicar os principios de forma prática. Com o advento de pesquisas nacionais, profissionais mais preparados, publicações atualizadas e cursos de formação, o TEACCH deixa para trás as antigas concepções e passa a se mostrar como um dos métodos mais eficazes de ensino para autistas.

UTILIZAÇÃO DE MATERIAL COM INFORMAÇÃO VISUAL

por Síndrome de Asperger - Autismo infantil, Terça, 28 de Agosto de 2012 às 11:37 ·(Facebook)

A informação dada visualmente tem como objetivo amenizar as dificuldades de comunicação existentes. A programação das atividades do dia deve ser dada visualmente.

Pode existir um quadro indica
ndo, em seqüência, quais atividades ou tarefas a criança deve realizar. Alguns quadros são feitos de maneira a induzir a criança a retirar o cartão com a foto ou desenho da próxima atividade e depositá-la no local onde deve ir. Por exemplo, retirar a foto da piscina do quadro e colocá-la em um lugar com o mesmo símbolo na piscina. É claro que a utilização dos quadros requer um aprendizado. Inicialmente alguém fará cada passo com a criança, colocando os cartões em sua mão e ensinado-a a colocá-lo no local. Quando a atividade tiver acabado, a criança deve voltar ao quadro de tarefas para ver qual a próxima atividade e pegar seu respectivo cartão. Com o tempo ela poderá realizar a tarefa de maneira independente. O fundamental é a persistência até que a criança aprenda a utilizar a informação visual. Na maioria das vezes a utilização deste método traz tranqüilidade à criança já que possibilita melhor compreensão e comunicação. O quadro a seguir ilustra os passos que a criança deve seguir ao chegar na escola e quais serão as atividades: guardar mochila, ir ao banheiro, jogo, lavar as mãos, lanchar e ir para casa. Ao invés do nome pode-se colocar uma foto da criança em cima do quadro de suas atividades. É necessário que ao ver a figura a criança entenda o que se espera dela. Isto ajuda na organização, minimiza possíveis problemas de linguagem receptiva e dá independência para a criança. É possível também utilizar material visual para ensinar a fazer determinadas tarefas como fazer café, escovar os dentes, etc. A próxima figura utiliza um álbum para ensinar a fazer café. As páginas do álbum possuem uma seqüência de fotos que ensinam cada passo de como fazer café. Primeiro pega a água, depois colocar na cafeteira, etc. Este tipo de orientação pode servir para qualquer coisa que se queira ensinar para a criança. É obvio que isto implica em um aprendizado. Inicialmente os passos serão dados com auxílio, mas sempre utilizando o álbum como referencial para a criança. É fundamental iniciar com tarefas bem simples (como por exemplo, pegar biscoitos em um pote) e sempre utilizando as fotos para a criança aprender a obter a informação ordenada e organizada visualmente. A família pode ter também um esquema na parede para a criança se situar com relação aos dias da semana e o que fará em determinado dia. Nos dias de semana pode-se colocar uma foto dela com uniforme da escola ou algum logotipo que a criança associe à escola. Nos sábados e domingos pode-se colocar uma foto de casa ou foto da criança com os pais ou avós. O importante é que fique claro para a criança que dia é hoje e o que ela fará. É também útil fotografar os locais e pessoas que fazem parte da vida da criança. Assim, quando os pais forem explicar para a criança aonde ela vai, podem mostrar uma foto ilustrativa enquanto passam a informação verbal (“hoje vamos à casa da vovó” e mostra a foto). Outro método utilizado com o intuito de aumentar a comunicação é o PECS (Picture Exchange Communication System). Este sistema utiliza cartões contendo fotos ou logotipos de coisas relevantes para a criança. Pode-se iniciar com coisas que a criança gosta de comer e ensiná-la a utilizar os cartões como objeto de troca pelo que deseja.



Fonte: Autismo

segunda-feira, 27 de agosto de 2012

Trailer - Arthur e o Infinito - Um Olhar Sobre o Autismo

Trailer do média metragem Arthur e o Infinito, que conta a história de uma criança autista e da relação com sua mãe, que tenta entender o mundo em que vive.


Trailer - Arthur e o Infinito - Um Olhar Sobre o Autismo from Julia Rufino Garcia on Vimeo.




domingo, 26 de agosto de 2012

Socialização e Síndrome de Asperger



   Os aspies freqüentemente desenvolvem interesses limitados e raramente rotinas. Eles podem ter diferenças de fala e linguagem, como falar muito formal ou em um tom monótono. Muitos são desajeitados e descoordenados. No entanto, a socialização é muitas vezes o desafio mais difícil.

Podem ter problemas ao usar e entender a comunicação não-verbal. Isso inclui o uso de gestos, expressões faciais e linguagem corporal. Além disso, eles podem ter comportamentos socialmente inadequados, que os restringem severamente de terem relacionamentos bem sucedidos com os pares. Para melhorar estas situações, indivíduos com síndrome de Asperger precisam aprender métodos de enfrentamento, bem como expandir sua compreensão da socialização.

Os aspeis geralmente querem se encaixar e ter relacionamentos com outras pessoas. Eles simplesmente não sabem como fazê-los corretamente. Eles não têm uma compreensão de regras sociais convencionais e muitas vezes parecem sem empatia.
 
Algumas dicas de socialização para pessoas com Asperger  A fim de melhorar a socialização, as pessoas com SA precisam aprender e se concentrar na socialização intelectualmente. O que pode vir naturalmente para aqueles sem Aspergers ou concentração necessidades autismo por aqueles com a doença.
  •     Educação é a chave: Educação é uma parte importante de socialização de Asperger. As crianças pequenas podem ser incapazes de compreender as habilidades de socialização, inicialmente, mas quando ficam mais velhos, eles podem aprender que gestos significam e como interagir com os colegas.
  •     Ajuda social profissional: Trabalhar com um psicólogo e conselheiro de ensinar e melhorar as habilidades sociais. Alguns com esta forma de alta de autismo pode aprender a ser social. Terapias muitas vezes ensinar os pacientes a reconhecer Asperger situações-problema em potencial. Além disso, esses profissionais ensinar e praticar estratégias com os pacientes para que eles possam lidar com a maioria das situações.
  •     Comunique-se com Fotos: Para ensinar as crianças a ser social, incorporar histórias em imagens em suas vidas diárias. Isso é importante para assuntos difíceis como a partilha e comunicação de sentimentos. As histórias devem comunicar como lidar com a situação.
  •     Regras da linguagem social: Trabalhar com um fonoaudiólogo que irá avaliar e oferecer ajuda para as crianças com a linguagem. Mesmo que a criança pode falar perfeitamente, aprendendo linguagem social é muitas vezes necessário. Aprender contato com os olhos de um fonoaudiólogo, por exemplo, é uma habilidade importante.
  •     Ajuda a fazer amigos: Na escola e em outras situações sociais, as pessoas com síndrome de Asperger irá funcionar melhor com a ajuda dos pais. Encontre um amigo para o aluno na escola que eles sabem e podem trabalhar. A criança pode, eventualmente, aprender com o amigo como interagir.

 
Estar Social com Síndrome de Asperger

Asperger Kids Can Be Social

   Talvez as melhores dicas de socialização para pessoas com Aspergers vêm da prática. A única maneira de a criança ou o adulto a aprender como ser social é a participação em inúmeros eventos e passeios.
Crianças com Asperger pode ser social

    Estar envolvido em esportes e atividades extracurriculares. Através da prática, as crianças e jovens aprendem a ser socialmente positivo.
    Durante os anos de adolescência, namoro é muitas vezes difícil. Incentivar os adolescentes a sair com os amigos e até à data. Pode ter prática, mas eles vão aprender habilidades sociais com cada passeio.
    Utilize role-play em casa, antes de qualquer tipo de excursão. Role-play permite que o indivíduo imagem de todos os diferentes cenários que podem acontecer. Então, ensinar estratégias para lidar com situações difíceis.
    Incentivar a socialização a partir de uma idade jovem, trazendo outras crianças em casa. Com supervisão, permitir que o jogo datas para estar ensinando momentos também. Um pai pode dizer: "Veja como Billy tem sua mão estendida? Isso significa que ele quer dizer Olá com um aperto de mão. Apertar sua mão."
    Reduzir a ansiedade para o seu filho sempre que possível. Mantenha o resto de sua vida estruturada e organizada, bem como garantir que o ambiente é positivo e gratificante para eles. Isso permite que eles se concentrem em interações sociais sem preocupação com outras dificuldades.

 

ESTRATÉGIA DE ENSINO


Texto traduzido do endereço: http://www.unc.edu/about/disclaimer/html

Introdução
Os alunos autistas respondem bem aos sistemas organizados.
O professor deve organizar a sala de aula para efetivamente conseguir ensinar os alunos.
Tais informações, assim como outras, são geralmente feitas por "treinadores" de professores e outros profissionais familiarizados com autismo. Mas muitas vezes há um mínimo de compreensão de como planejar e utilizar o conceito de "estrutura".
Uma definição obtida através de dicionário é: como a ação de criar ou construir - colocando as coisas em um padrão definido de organização. Por exemplo: um jardineiro com vontade de ter um bonito jardim deve utilizar a organização no planejamento e cultivo de um jardim; sementes e plantas devem ser dispostas dentro de um padrão pré-determinado, prevendo assim as necessidades cada planta no que se refere a sombra, sol, água e proximidade de outras plantas. Utilizando-se de tal organização consegue-se ampliar a força das plantas e compensar/evitar suas fraquezas, propiciando seu crescimento de forma mais rápida e com maior produção de frutos. Os professores também devem organizar o cotidiano da sala-de-aula para que os alunos possam otimizar suas habilidades assim como desenvolver aquelas que estão mais comprometidas.
Antes de explorar um pouco mais o uso da organização na sala-de-aula, será útil rever rapidamente algumas das dificuldades da criança autista e como elas apontam para a necessidade de uma organização, quando se busca sucesso no ensino.
Dificuldades de linguagem receptiva (compreensão das mensagens ouvidas) é característica do autismo. Muitas vezes o aluno pode não entender a mensagem quando o professor está acreditando que êle esteja entendendo, causando assim uma reação de agressividade ou de falta de iniciativa. Pode também acontecer que o aluno não possua linguagem suficiente para comunicar verbalmente ao professor que está cansado, com calor, com fome, entediado ou com vontade de ir embora, exceto através de birras e pirraças.
Êle pode ter uma memória sequencial pobre (memória das sequências dos fatos, sons, etc) e não conseguir manter a sequência dos eventos, mesmo que os cotidianos, ou não ter certeza quando algo diferente irá acontecer. Geralmente êle se sente mais confortável permanecendo em atividades que "já tem costume" resistindo assim a aprender as novas. Muitas vezes êle é incapaz de se organizar ou impor limites a seu próprio comportamento e não tem noção das regras sociais. Isto pode resultar na tentativa de "chamar a atenção" dos outros de forma inapropriada ou de preferir ficar isolado. Devido a sua dificuldade de relacionamento social êle pode não ter motivação para agradar os outros ou não ser sensível a elogios podendo assim parecer que há resistência ao aprendizado.
Hipersensibilidade sensorial pode levar, com frequência, a distúrbios de comportamentos. A distraibilidade e falta de noção e organização da temporalidade podem também causar comportamentos que interferem na aprendizagem.
Organizar a sala-de-aula ou qualquer outro ambiente de ensino ao nível de compreensão do aluno pode diminuir suas dificuldades, resultando assim numa otimização do aprendizado.
Este capítulo debate os aspectos de uma estratégia, através da organização,
que tem-se mostrado útil em salas de aula para alunos portadores de autismo, independente da idade. Tais aspectos são:
* a organização física,
* a programação das atividades,
* os métodos de ensino.
A chave para se usar cada um desses itens é a individuação. Só a sala de aula fisicamente organizada e programada não beneficiará os alunos, a menos que as habilidades e necessidades de cada aluno estejam sendo consideradas na fase de planejamento. Um professor que use métodos de ensino tais como dicas ou reforço pode não estar sendo eficaz se não avaliar as necessidades individuais e a forma de aprendizado de cada um. Uma discussão mais ampla do uso de cada um destes aspectos será visto a seguir.
Organização da Área física
A disposição física da sala-de-aula deve ser considerado quando se planeja o ensino para alunos autistas. Até a disposição dos móveis da sala pode ajudar ou atrapalhar o funcionamento independente do aluno, o reconhecimento e respeito pelas regras e limites. Não se esqueça das dificuldades do portador de autismo ao planejar a organização física da sala-de-aula. Muitos alunos possuem dificuldades de organização pessoal não sabendo onde ir e como chegar pelo caminho mais fácil. Devido as dificuldades de recepção da linguagem êles geralmente não entendem direções ou regras. A organização do meio ambiente lhes dá pistas visuais, que os ajuda a entender. Alguns portadores de autismo não altamente distraíveis por qualquer "coisa" do ambiente. Os professores precisarão organizar o ambiente para que não haja tanta distração.
Antes de planejar a organização física da sala-de-aula, o professor pode querer avaliar o meio ambiente de modo geral. Uma boa organização não será tão eficaz se existirem outros problemas. Muitas vezes o professor não tem escolha sobre qual sala lhe será destinada. Mas se houver, há alguns aspectos a serem considerados, como:
* o tamanho da sala,
* quais as outras salas que estão próximas,
* número e acesso a pontos de luz,
* localização do banheiro mais próximo,
* iluminação,
* espaço na parede que possa distrair,
* outros aspectos imóveis.
Alguns aspectos indesejáveis podem ser desprezados ou mesmo serem modificados, mas existem algumas situações que podem necessitar uma mudança na sala.
Exemplificando:
Uma sala com muitas saídas não é indicada quando se tem alunos que tem hábito de correr.
Uma sala para alunos de nível intermediário não pode estar localizada no "hall" do Jardim de Infância, pois isto não proporciona oportunidade para socialização e pode colocar um estigma nos alunos obviamente mais velhos.
Uma sala muito pequena ou sem espaço adequado para a guarda de objetos cria uma atmosfera desconfortável de se ter sempre alguma coisa na frente ou de se trabalhar "um em cima do outro". Isto não proporciona uma atmosfera relaxante de aprendizado.
Um aspecto de alta prioridade é a localização do banheiro. os professores que estão treinando os alunos a usar o banheiro não querem ter que andar grandes distâncias cada vez que o aluno tenha que ir lá. Mesmo com alunos independentes no uso de banheiros, o precioso tempo de aula não deve ser desperdiçado com longas viagens ao banheiro.
Uma vez definido a sala-de-aula, o professor está pronto a começar a estruturar as áreas de aprendizado e treinamento no que concerne ao conteúdo da temática de aprendizado. Definir áreas específicas para tarefas de aprendizado específicas, identificar com clareza os limites e fazer materiais facilmente acessíveis ajudam os alunos a saber de forma independente onde devem estar e onde obter seus próprios materiais. Desta forma os professores não tem de estar constantemente repetindo instruções ou lembrando algo aos alunos, causando menos confusão de informações (quantidade de verbalizações) na sala. Salas e alunos diferentes exigirão estruturas diferentes.
Alunos mais comprometidos e os com autocontrole menos desenvolvido precisarão de uma estrutura mais organizada, como limites mais definidos e firmes e mais dicas que os menos comprometidos.
Um professor de alunos mais jovens poderia organizar as áreas de aprendizado para jogos, trabalho individual e independente, lanches e desenvolvimento de auto-ajuda. Pode também haver um grupo e uma área específica para tarefas pré-vocacionais. Uma sala para alunos mais velhos teria áreas de lazer, oficina, aptidões domésticas, auto-ajuda, cuidados pessoais e locais para ensino individualizado. Muitas salas precisam utilizar a área externa como local para que alguns alunos se distanciem de distrações e excesso de estímulos em determinado momento e assim recuperem o autocontrole. Todas as salas devem ter um espaço definido para que os alunos coloquem seus objetos pessoais. Podem ser escaninhos, armários ou caixas especiais. A mesa do professor, ou seu espaço, deve estar separada na sala.
A organização das áreas na sala-de-aula pode começar a disposição natural. Por exemplo: proximidade de janelas e espelhos prejudicam as áreas de trabalho pela distração que causam. Caso isto não possa ser evitado deve-se usar persianas ou papelão pregado na janela. É benéfico utilizar áreas de trabalho próximas a prateleiras ou armários de forma que os materiais possam ser facilmente acessados. Os armários embutidos são ótimos para esta finalidade pois pode-se criar áreas de trabalho em sua volta. Paredes nuas também, pois as mesas devem ficar de frente para elas e se eliminam algumas distrações. É importante que a mobília seja apropriada para a idade e tamanho dos alunos. As áreas onde os alunos passam algum tempo em atividades independentes, como jogos e lazer ficarão melhores se estiverem localizadas longe das saídas - elimina-se a preocupação com a fuga de algum aluno. Tapetes, estantes, divisórias, a disposição das mesas - tudo pode ser utilizado para marcar melhor os limites. Por exemplo: a área carpetada pode ser a área de lazer, ou seja os alunos não devem estar em nenhum outro local durante os intervalos. A área da oficina pode ser delimitada por estantes cheias de materiais e 2 ou 3 mesas mais compridas, de trabalho. Quando um aluno recebe os materiais de oficina deve se sentar naquela área para trabalhar. Outro exemplo: o professor pode colocar um pequeno tapete em frente ao lavatório/pia para mostrar aos alunos onde ficar quando estão lavando as mãos ou pratos.
Os materiais deverão ser claramente marcados ou organizados dentro do nível de compreensão do aluno. Alguns materiais são apenas para o professor, alguns não podem ser usados durante o tempo de jogos ou lazer. A utilização de figuras, códigos de cores, símbolos numéricos, retratos, podem ajudar os alunos a marcar, buscar ou guardar os materiais de forma independente.
Quando o professor planeja a organização física da sala é imprescindível levar em consideração as necessidades individuais de cada um. A individualização pode ser ilustrada como exemplo de três áreas de trabalho estruturadas diferentemente dentro do espaço da oficina numa sala.:
  1. nos dois lados da oficina estão estantes cheias de material de trabalho - isto define a área de trabalho;
  2. no meio da oficina estão uma mesa e cadeiras para os que não se importam com as atividades dos outros ou estão aprendendo a lidar com distrações. Outra mesa de trabalho está de frente para uma parede nua e há fitas crepe marcando no chão onde as cadeiras devem ficar durante o trabalho - esta é para alunos mais facilmente distraidos e que divagam quando não estão ocupados;
  3. uma terceira área de trabalho é separada em dois lados com divisórias e ficam de frente a uma parede nua. O aluno que aqui deve trabalhar é aquele que é facilmente distraído pelo que os outros estão fazendo e tem comportamento que pode perturbar os que trabalham.
As necessidades dos alunos deve ser avaliada em separado. A medida que o aluno trabalha de forma mais independente este tipo de estruturação pode ser reduzida gradativamente.
Algumas perguntas que devem ser consideradas quando os professores organizam suas salas:
  1. Há espaço para o trabalho individual e em grupo?
  2. As áreas de trabalho estão localizadas em ponto de menor distração?
  3. As áreas de trabalho estão identificadas para que o aluno encontre seu próprio caminho?
  4. Existem áreas de trabalho consistentes para aqueles que precisam?
  5. O professor tem fácil acesso visual a todas as áreas de trabalho?
  6. Há lugares para os alunos colocarem os trabalhos concluídos?
  7. Os materiais de trabalho estão em área central e próximos as áreas de trabalho?
  8. Os materiais para os alunos são de fácil acesso e claramente marcados para êles?
  9. As áreas de lazer ou jogos são amplas?
  10. Estão distantes das saídas?
  11. Estão distantes de áreas de materiais, a que os alunos não devam ter acesso durante o tempo livre?
  12. Os limites das áreas estão claros?
As prateleiras da área de jogos ou de lazer estão cheias de brinquedos ou jogos quebrados que ninguém usa?
Programação
O professor deve usar um esquema para conseguir ensinar os alunos.
Dois alunos estão distraídos na cozinha com uma atividade culinária em companhia do professor assistente. Há um aduno tecendo um tapete na área de lazer. Outro está na oficina trabalhando independentemente na elaboração de uma lista de atividades e um quinto aluno está fazendo exercícios individuais com um professor. Ao fundo ouve-se um relógio marcando a hora. Ele soa e parece que haverá uma enorme confusão na medida que os materiais são guardados, as cadeiras afastadas, os lembretes são feitos juntamente com os elogios, algumas instruções são passadas, todos passam a uma nova área da sala e o trabalho recomeça. Como é que todos sabem onde ir e como fazer? Como os professores sabem por quem são responsáveis? Por que funciona tão bem? Esta classe com certeza tem uma programação clara, consistente e objetiva, um esquema que determina quem, o que e quando.
Programação é parte da organização das atividades que os alunos autistas necessitam. Muitos tem problemas com memória sequencial e organização no/do tempo. Dificuldades de linguagem receptiva também pode tornar difícil aos alunos compreender o que eles deveriam estar fazendo. Além de dar orientação a todos sobre certos períodos de tempo, a programação das atividades ajuda-os a prever acontecimentos diários e semanais. Isto diminui a ansiedade sobre o não saber do que ocorrerá em seguida. Além de saber qual atividade ocorrerá depois, a programação auxilia os alunos a se conduzir de forma independente entre as atividades. Sua programação lhes diz onde devem ir em seguida. Além disso alunos com pouca iniciativa podem ser motivados a completar uma tarefa considerada difícil se perceberem pelo esquema montado(programação) que esta será seguida de atividade ou tarefa mais agradável.
Geralmente há dois tipos de programação utilizados simultaneamente nas salas. O 1. tipo é a programação geral da classe; e o 2. tipo são os esquemas individuais.
A programação global delineia os eventos diários, porém não especifica atividades de trabalho para os alunos mas mostra os horários, intervalos, etc. Por exemplo:
8:30 - chegada dos alunos, guarda de objetos
8:45 - sessão de trabalho 1
9:30 - sessão de trabalho 2
10:15 - intervalo
10:30 - lazer
11:00 - sessão de trabalho 3
11:45 - preparo para o almoço
12:00 - almoço
12:30 - pátio, ginásio
13:00 - limpeza das mesas e chão da cozinha
13:45 - sessão de trabalho 4
14:30 - despedida
Este esquema mostra quando os alunos estão trabalhando e quando estão desenvolvendo outras atividades. Durante as sessões de trabalho alunos e professores podem estar envolvidos em uma série de atividades, desde o trabalho pré-vocacional independente, treinamento individual sobre auto-ajuda, até sobre tarefas na escola. Estas, atividades, se refletem na programação individual. A programação geral pode até ser semanal, exceto nos dias de excursões, eventos especiais ou treinamentos comunitários.
A programação geral da classe é geralmente afixada em algum lugar da sala para que todos possam ver e a utilizarem. Esta é geralmente revisada quando da chegada dos alunos ou durante uma sessão matinal de grupo. O formato pode ser escrito, porém como nem todos serão capazes de entender o escrito, pode-se utilizar figuras ou desenhos representando as atividades. Por exemplo: a figura de uma carteira ou mesa pode ser usada no lugar de "sessão de trabalho". A programação com gravuras pode ser disposta de cima para baixo ou da esquerda para a direita em um grande cartaz. Usando esta tabela global os professores podem organizar melhor as responsabilidades diárias, ou semanais. Um quadro de horário e atividades com a tabela anexa para cada professor é fácil de manusear e de consultar. Para dividir as responsabilidades dos professores deve-se considerar quais os alunos trabalham bem em pequenos grupos, quais conseguem exercer atividades de forma independente, qual atividade necessita do professor fora da sala e quais alunos tem comportamento de difícil controle. Ambos professores ( e outros voluntários que usem a programação) devem saber quais são e a quem acomete suas responsabilidades.
Para ajudar aos alunos a compreender o que fazer durante as atividades constantes na programação geral, usam-se as tabelas individuais. Elas podem ter formas variadas mas devem ser individualizadas, adequadas a idade, balanceadas entre atividades difíceis e fáceis e baseadas na capacidade de compreensão e execução de cada um ( quanto reforço ou mudança de atividade pode ser necessária).
As programações individuais variam desde aqueles que são dirigidos e administrados pelos professores até os que os próprios alunos programam e desenvolvem. O aspecto importante é que são individualizados, isto é, criados para e compreendidos pelos alunos. Alguns exemplos:
  1. Quando o professor e aluno terminam uma atividade ( e seu consequente reforço), o professor mostra o item da próxima atividade. Ou o aluno segue para a área designada levando o item consigo ou usa o item como exemplo para apanhar outros materiais necessários e os leva para a mesa de trabalho.
  2. Sobre a mesa do aluno está um cartaz onde estão fixados círculos de papel em cores diferentes, em fileira vertical. O aluno aprende a retirar o círculo da parte superior e compará-lo a outro igual, colocando-o numa caixa na estante da área de trabalho. Ele leva a caixa para a mesa, completa o trabalho na caixa (com ou sem ajuda do professor, dependendo da tarefa) e põe a caixa de volta na estante quando termina. Ele continua assim até que todos os círculos coloridos tenham sido feitos.
  3. Afixados ao quadro do lado da área de trabalho do aluno estão enfileiradas 4 ou 5 fotos polaroid para cada sessão de trabalho. O aluno começa com a foto da parte superior e obtém os materiais, completa a atividade e guarda os materiais. Ele continua a seguir o esquema através das fotos para a sessão de trabalho. A última foto em cada fileira será de um jogo ou brinquedo que o aluno goste. Quando alcança a foto, êle pode brincar até que soe o sinal para o início de uma nova sessão de trabalho. Pregado na mesa está um pedaço de papel dividido em 3 fileiras de 3 quadrados cada. Cada quadrado tem um desenho ou lista de número. Cada quadrado corresponde a um bloco de horário da programação global da classe. O aluno segue a tabela da esquerda para a direita. O primeiro bloco relaciona os números das tarefas que êle deve fazer sozinho na área da oficina. Ao sinal de término do 1. período de trabalho, êle segue as instruções do segundo bloco, que mostra o desenho de uma mesa e cadeira, representando o trabalho individual com o professor. O 3. bloco tem o desenho da área de recreio. O aluno continua observando o esquema (programa) durante o dia. Este aluno recebe dinheiro sempre que completar satisfatoriamente ou tenha executado todas asa tarefas relacionadas ou desenhadas em cada bloco. Ele gasta seu dinheiro com merenda e. ao final do dia, com guloseimas ou pequenas surpresas como adesivos, etc.
  4. Após a chegada, o aluno guarda seus objetos pessoais e apanha o quadro de horário e atividades que está dependurada na parede. Cada quadro tem um quadrinho para ser marcado. O aluno e professor preparam o programa juntos, no final do dia anterior. Ele verifica qual será sua atividade de 8:30 hs e a completa. Então chama o professor para conferir seu trabalho e recebe a marcação no quadrinho indicado. Sua próxima tarefa está prevista para as 8:30 hs. Se houver tempo livre, êle pode usa-lo tranquilamente na área de lazer. Ele passa o dia consultando a tabela e o relógio. Ele não recebe OK se não completar a tarefa no tempo e/ou comportamento indicado. Após receber certo número de OK’s êle recebe uma estrela no painel no fim do dia. Quatro estrelas numa semana resultará na escolha da atividade favorita ao invés de trabalho na tarde de 6a. feira.
Todos estes exemplos mostram o trabalho através da individualização. Para os alunos que não sabiam ler ou entender as figuras deve-se usar cores ou objetos para ajudá-los nas atividades diárias. Alguns programas tem 2 ou 3 atividades a serem completadas em determinado período de tempo, enquanto outros tem apenas 1 antes do intervalo ou do reforço. cada esquema individual também reflete a preferência do aluno pelas atividades com alternância das mais com as menos agradáveis.
A utilização de programas claros e consistentes facilitam o funcionamento perfeito da classe e deixa mais tempo para o ensino e aprendizado em si, ao invés de constantes reorganizações e planejamentos durante o horário de aula. A medida que os alunos aprendem a entender e observar os horários êles desenvolvem boa capacidade de trabalho independente e conseguem seguir instruções, que são muito importantes para o sucesso em situações futuras(seja de ordem vocacional ou doméstica). A seguir estão algumas questões que os professores devem considerar no planejamento da programação da classe ou dos alunos individualmente.
* A programação está claramente delineada de forma que os professores saibam todas as responsabilidades diárias?
* Há equilíbrio das atividades individuais, em grupos independentes e de lazer, diariamente?
* A programação individual leva em conta as necessidades do aluno quanto a intervalos, reforço, atividades indesejadas, seguidas das atividades preferidas?
* O programa ajuda o aluno nas transições onde ir e onde fazer?
* O programa auxilia o aluno a saber onde e quando começar e terminar uma tarefa?
* Como são assinaladas as transições e mudanças de atividade? por sinais? por orientação do professor? pelo relógio de parede?
* A programação é representada de forma facilmente compreendida pelo aluno?
Método de Ensino
O professor deve sistematizar e organizar os métodos de ensino com a finalidade de ensinar de forma eficaz.
Uma outra maneira de usar a organização para ajudar os alunos a um desempenho bem sucedido é na montagem das tarefas dos professores. Aqui também as dificuldades de recepção da linguagem prejudicam a compreensão dos alunos no que é esperado deles. Instruções para as tarefas e o uso de dicas e reforços devem ser organizados e sistematizados a fim de propiciar experiências de sucesso. Isto torna as situações de aprendizado mais previsíveis (e portanto mais fáceis) e ajuda-os a superar a distração, a resistência a mudanças e a falta de motivação. As instruções podem ser dadas verbalmente ou não. Em qualquer caso as instruções devem ser dadas ao nível de compreensão do aluno. No caso de instrução verbal, isto significa usar a quantidade mínima de linguagem necessária. Por exemplo: não invés de "quero que você termine de colocar todas essas porcas e parafusos juntos e quando terminar você pode ir para a área de lazer e escolher um brinquedo para brincar" - "primeiro termine as porcas e parafusos e depois brinque". A segunda forma de emissão transmite a mesma essência de mensagem. Instruções verbais também podem ser acompanhadas de gestos, para ajudar a compreensão. No exemplo anterior, o professor pode apontar para todas as porcas e parafusos e depois para a área de lazer enquanto dá as instruções - deve ter a atenção do aluno antes de começar as instruções. Isto não quer dizer necessariamente ter contato visual. Alguns alunos podem expressar atenção pela orientação corporal, reação verbal ou pela paralisação de outras atividades. Ao dar instruções o professor precisa estar certo que as expectativas e consequências estão organizadas e claras para o aluno. Se um aluno não sabe onde estão os materiais, como iniciar a tarefa ou o que fazer quando terminar, então é provável que êle não execute a tarefa de acordo com a expectativa do professor.
Além de usar gestos, as instruções podem também serem dadas através de dicas visuais tais como apresentar e posicionar materiais de forma sistemática, assim como utilizar desenhos e instruções escritas.
Organizar o trabalho de maneira uniforme da esquerda para a direita, lhes fornece uma sistemática para completar as tarefas de forma mais independente sem necessidade de tantas instruções verbais. O fornecimento de apenas dos materiais que o aluno precisará para as tarefas específicas será menos confuso para êle. A colocação dos materiais no ambiente onde serão usados também pode ajuda-lo a seguir as orientações e a completar as tarefas com maior sucesso, como por exemplo: colocar limpa vidros, limpadores de pia e de vasos, esponjas, etc. no banheiro a ser limpo - são pistas de quais tarefas devem ser executadas e quais materiais usar.
Peças de encaixe (tipo quebra cabeça) e instruções também podem ajuda-los a se tornar e a permanecerem mais organizados enquanto trabalham. Os professores podem usar amostras ou figuras de produtos acabados para mostrar aos alunos o que deve ser feito. Figuras e instruções escritas (similares a uma receita) podem ser usadas para ajuda-los a compreenderem uma tarefa na sequencia correta. O professor deve ter cuidado para não dar dicas que causem distração. Alguns podem não ser capazes de compreender o método proposto pelas peças de encaixe, ou mesmo uma figura mais complexa, assim como não ter aprendido ainda a trabalhar da esquerda para a direita. Tais capacidades devem ser avaliadas e feito planejamento de treinamento individual da mesma forma que outras atividades são ensinadas.
Ao ensinar novas tarefas os professores usam dicas para ajudar os alunos a terem sucesso no que estão aprendendo e fazendo. Existem tipos diferentes de dicas utilizadas para ajuda-los ou dar-lhes lembretes. Uma dica física é usada quando o professor guia as mãos do aluno a levantar a calça após ir ao banheiro. Uma dica verbal é quando lhe é dito para colocar um guardanapo na sua bandeja de almoço. Dicas visuais podem incluir formas variadas, por exemplo: as peças de encaixe, instruções escritas, cartão colorido que o aluno compara a uma caixa de trabalho para fazer sua própria tarefa. Creme de amendoim escrito em letras garrafais para chamar a atenção para o vidro. Uma dica pode ser também um gesto, p. ex.: ao invés de dizer ao aluno para pegar um guardanapo, o professor aponta para o porta-guardanapo ou para o espaço vazio na bandeja. Modelagem ou demonstração de como algo é feito também pode ser uma dica. As dicas podem também ser sobre situações, tais como "olá" - que é para cumprimentar alguém.
Para se usar dicas de forma eficaz o professor deve ser sistemático na sua apresentação. Isto quer dizer que a dica deve ser clara consistente e direcionada ao aluno antes que ele responda incorretamente, p. ex.: a professora está ensinando ao Charles como lavar pratos; o primeiro passo escolhido por ela é a quantidade adequada de detergente e começa a espremê-lo sobre a água; êle espreme muito e ela diz "não", que é uma dica para alertar Charles; "isto é muito, use somente um pouco de detergente" - esta forma é ineficaz! Para ser eficaz a professora poderia começar com uma dica verbal: "somente um pouco de detergente"; a seguir ela ajuda Charles a espremer o frasco em um recipiente de medir (pode ser a tampa de refrigerante) e lhe mostra como espalha-lo na água para fazer espuma; continua assim por 3 dias. Eventualmente a professora não precisa usar dicas verbais ou físicas e Charles mede a quantidade certa de detergente por si mesmo usando a tampa de refrigerante. Uma gama de dicas foi usada para deixar claro a Charles a quantidade de detergente a ser usada e as dicas lhe foram dadas antes que ele tivesse a oportunidade de usar a quantidade incorreta.
Os professores também precisam estar atentos ao utilizar dicas e pistas quando assim não o desejarem. É muito importante aqui o posicionamento do professor e do aluno para o aprendizado. Muitas vezes as resposta corretas podem ser transmitidas aos alunos pelo simples movimento da cabeça ou olhos do professor a resposta correta. Alguns alunos não continuarão a trabalhar sem olhar para o professor após cada etapa, para confirmação ou não de seu desempenho. Em tais situações o professor pode se posicionar ao lado ou atras do aluno ao invés de ficar na sua frente - nesta posição menos dicas não intencionais serão transmitidas
A maior parte das pessoas são motivadas a trabalhar devido a uma combinação de elogios de outros, satisfação interior e compensação pecuniária. Os alunos autistas não são automaticamente motivados por tais coisas. Os professores precisam descobrir quais coisas os motivam e assim ensiná-los como um sistema de contingências funciona para êles. P.ex.: um professor descobre que há interesse em sentir (apalpar) e usar lixa. Os horários podem ser organizados de forma que êle saiba quando terminar sua tarefa, usando lixas na oficina - assim espera-se que esta situação propicie motivação para o trabalho.
O reforço pode incluir uma gama de itens ou atividades. Muitos alunos são motivados por alimentos ou brinquedos que realmente gostam. Outros podem ser motivados por uma atividade preferida. Alguns podem ser capazes de ganhar dinheiro, ou fichas durante o dia e guardá-los para trocar por reforço mais tarde. Todos os alunos devem receber elogios ou "reforços" sociais. Existem alunos para os quais o elogio de um adulto ou autoridade pode ser estímulo suficiente para mantê-lo ocupado, trabalhando e aprendendo. Existe também alguns alunos que encontrarão satisfação em completar o trabalho e não precisarão de outros tipos de reforços. Para se usar o reforço como ferramenta eficaz de ensino o professor deve ser sistemático no seu uso. O tipo e frequência do reforço, de forma individual, deve ser planejado antes das atividades - alguns costumam precisar de reforço constante enquanto outros podem tê-lo de forma intermitente. O tipo de reforço deve ser adequado e natural a atividade que o aluno está desenvolvendo e ao nível de compreensão do aluno. P. ex.: se o aluno não compreende como funciona o sistema de fichas, então não será este um reforço eficiente/indicado). O professor deve estar seguro que o reforço segue de imediato o comportamento ou capacitação ensinada ou aumentada, de forma que o aluno perceba claramente o relacionamento entre os dois. Não pode haver dúvidas para o aluno o objetivo a ser alcançado. O professor deve ter condição de determinar se um estímulo é eficaz pela avaliação do interesse do aluno e na aquisição ou ganho na atividade ou conduta que está sendo reforçada.
A seguir algumas perguntas que os professores devem considerar ao planejar os métodos de ensino para serem eficazes:
  1. O professor tem a atenção do aluno antes de serem dadas as instruções?
  2. A linguagem verbal utilizada é específica para o nível de compreensão dos alunos?
  3. Os gestos estão acompanhados de instruções verbais para ajudar o aluno a entender quando êle está com dificuldade de compreensão?
  4. O aluno recebe informação suficiente para ser capaz de completar uma tarefa o mais independente possível?
  5. A disposição e organização dos materiais ajuda a transmitir instruções para os alunos?
  6. Os materiais são apresentados de maneira organizada?
  7. Há excesso de materiais apresentados em determinada hora?
  8. O aluno está recebendo a ajuda que precisa para completar a tarefa com sucesso?
  9. As dicas escolhidas são específicas ao estilo e nível de aprendizado do aluno?
  10. As dicas são dadas antes que o aluno responda incorretamente?
  11. O posicionamento do professor foi estruturado de forma que o aluno não perceba dicas não intencionais?
  12. O aluno está recebendo "feed-back" claro sobre as respostas ou sôbre seu comportamento (conduta) adequado ou incorreto?
  13. As consequências e reforços são tornados claros para o aluno? Elas seguem de imediato o comportamento trabalhado?
  14. O reforço é dado com a necessária frequência?
  15. os reforços são baseados no nível de compreensão e motivação do aluno?
Resumo
Para ensinar eficazmente alunos autistas, o professor deve proporcionar uma organização do método de trabalho, incluindo a sala-de-aula, de maneira que os alunos entendam onde ficar, o que fazer e como fazê-lo, de forma mais independente possível.

Brincadeira influencia aprendizagem de crianças autistas



A especialista Bryna Siegel destacou hoje, no Porto, a importância da brincadeira para a aprendizagem das crianças autistas, que aprendem «com maior facilidade, se estiverem em contacto com objectos que gostam».
Bryna Siegel, autora do livro «O mundo da criança com autismo – Compreender e tratar perturbações do espectro do autismo», caracterizou o comportamento dos autistas e apresentou várias técnicas que os pais e educadores podem implementar durante a aprendizagem das crianças.
«Sem a brincadeira, não há bases para a aprendizagem. Embora as crianças autistas não brinquem com os brinquedos da mesma forma que as outras crianças, aprendem com maior facilidade, se estiverem em contacto com objectos que gostam», afirmou Bryna Siegel, especialista em autismo, da Universidade da Califórnia.
Bryna Siegel relatou uma situação em que uma criança normal brinca com um camião, enquanto uma criança autista «coloca todos os camiões numa fileira simétrica e analisa cada detalhe do brinquedo».
De acordo com Siegel, através da repetição das palavras e da pronúncia feita num tom de voz mais elevado, as crianças com deficiência social podem aprendem os nomes das cores, dos números, das partes do corpo, horas e datas.
«As crianças com autismo repetem tudo o que ouvem, mas não conseguem compreender o significado de cada palavra», explicou a investigadora.
Bryna Siegel disse ainda que os autistas compreendem «mais facilmente substantivos do que os verbos, porque fazem a relação com as coisas que vêem» e que os educadores devem utilizar fotografias para levá-los a pensar sobre o objecto.
«Muitos deles têm boa memória fotográfica e processual, sendo capazes de montar um quebra-cabeça com as imagens viradas para baixo», disse a especialista.
Siegel explicou que a criança autista tem a tendência a não estar consciente dos sentimentos das outras pessoas e apresentam problemas de comunicação.
«Embora as crianças não falem, podem fazer-se entender. Conseguem brincar e relacionar-se com crianças normais e com as que falam outras língua, através da linguagem não-verbal», afirmou a investigadora.
Bryna Siegel disse que «por não ter uma linguagem verbal, a criança autista apresenta uma dificuldade acentuada em iniciar uma conversa com outras crianças, mas consegue utilizar a linguagem quando precisa de alguma coisa, o que é conhecido como linguagem instrumental».
Referiu também que «a criança autista é capaz de compreender que um sorriso e um aceno de cabeça podem ter significados positivos, que remetem a uma acção correcta».
«Mas a criança que não compreende o gesto, não compreende o funcionamento da mente, por isso nem sempre pede ajuda porque não têm consciência de que os outros conseguem interpretar o mundo à sua volta», frisou Siegel.
Bryna Siegel é directora da Clínica para o Autismo e professora de psiquiatria na Universidade da Califórnia, em São Francisco.
Na sua obra, «O mundo da criança com autismo – Compreender e tratar perturbações do espectro do autismo», descreve o que designa por «comportamentalismo desenvolvimental», que está na base do tratamento de dificuldades específicas do autismo no campo da percepção, do processamento e da recuperação da informação.
O seu projecto mais recente, Jump Start, consiste num «modelo para ajudar crianças com autismo a aprenderem a aprender e ajudar os pais a integrarem serviços da escola e da casa».
Fonte: Diário Digital / Lusa.