terça-feira, 28 de agosto de 2012

MÉTODO TEACCH - MITOS E VERDADES


1.O TEACCH é um MÉTODO de trabalho: VERDADE

Justiticativa: ao contrário do que alguns autores colocam, o TEACCH é um método de ensino e educação. A análise terminológica da palavra nos remete a MÉTODO como o conjunto dos meios dispostos convenientemente para alcançar um fim e especialmente para comunicá-lo aos outros. É a maneira de se atuar, de ir pelos caminhos do conhecimento para buscar respostas por meio de procedimentos específicos e encontrar soluções para problemas. Nesta análise, o TEACCH apresenta-se como um esquema de tratamento e educação de pessoas com autismo com suas especifidades próprias, seu material próprio, sistemas avaliativos, esquema de trabalho, técnicas de ensino e base teórica que fundamenta toda essa prática.



2. O TEACCH só trabalha com cartões: MITO

Justificativa: O TEACCH trabalha com recursos visuais e estrutura do ambiente. Tais prompts podem ser objetos, fotografias, imagens, pictogramas, palavras e qualquer outra sinalização que leve em conta os aspectos imagéticos do autista. Portanto, o TEACCH crê na aquisição de conceitos advindos de imagens, e por esta razão faz uso TAMBÉM de cartões ilustrados como forma de indicar a rotina e/ou ou sinalizar a comunicação.No entanto, não é um programa educacional fundamentado exclusivamente em cartões. Este sistema pode ser utilizado dentre muitos outros. Por exemplo, os cartões podem funcionar como agentes da rotina visual (colocados na agenda), como organizadores, como estímulos do PECS e até mesmo como itens de uma tarefa. Mas também são usados com este fim, objetos indicadores, estruturas sinalizadoras (como marcadores, flechas, etiquetas, etc) e materiais adaptados. Os cartões são materiais que complementam a estrutura TEACCH. Não são seus únicos meios.



3. O TEACCH "robotiza" ou "mecaniza" quem dele se utiliza: MITO

Justificativa: essa é a grande cruz que o TEACCH ainda teima em carregar. Isso tudo começou com o uso inadequado da estrutura TEACCH no início de sua aplicação no Brasil, onde tarefas e atividades eram apresentadas sem considerar os princípios da generalização da aprendizagem. Historicamente podemos observar que em muitos lugares, as atividades eram apresentadas de uma única forma, por uma única pessoa, sem variação em sua forma e sem proporcionar para os autistas possibilidades de levar o conhecimento para outros ambientes, sujeitos e situações. Desta forma, um aluno fazia a mesma atividade por muitas vezes, não havia alteração na estrutura do material, não se mudava de lugar, pouco se conversava com o aluno, a rotina não era flexível, etc, favorecendo a imutabilidade e gerando a falsa idéia de que havia a "robotização". É importante colocar que o processo de ensino precisa ser organizado pensando na flexibilidade da rotina, na estrutura de várias tarefas com o mesmo fim, nos conceitos apresentados de várias formas sem perder de vista as necessidades do autista.Quando um aluno aprende um conceito e faz uso de forma funcional, podemos afirmar que houve mudança de comportamento, e portanto, houve aprendizagem. Um outro fator contribuinte para que o mito da robotização perseguisse o TEACCH por muitos anos foi o fato da literatura nacional não abordar o tema adequadamente, simplificando a aplicação, traduzindo de forma literal documentos americanos ou europeus e principalmente, a dificuldade em se aplicar os principios de forma prática. Com o advento de pesquisas nacionais, profissionais mais preparados, publicações atualizadas e cursos de formação, o TEACCH deixa para trás as antigas concepções e passa a se mostrar como um dos métodos mais eficazes de ensino para autistas.

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