CONHECER O QUE AFETA O SEU ALUNO É O PRIMEIRO PASSO PARA CRIAR ESTRATÉGIAS QUE GARANTAM A APRENDIZAGEM
Deficiência intelectual
• Definição:
funcionamento intelectual inferior à média (QI), que se manifesta antes
dos 18 anos. Está associada a limitações adaptativas em pelo menos duas
áreas de habilidades (comunicação, autocuidado, vida no lar, adaptação
social, saúde e segurança, uso de recursos da comunidade, determinação,
funções acadêmicas, lazer e trabalho). O diagnóstico do que acarreta a
deficiência intelectual é muito difícil, englobando fatores genéticos e
ambientais. Além disso, as causas são inúmeras e complexas, envolvendo
fatores pré, peri e pós-natais. Entre elas, a mais comum na escola é a
síndrome de Down.
SÍNDROME DE DOWN
• Definição: alteração
genética caracterizada pela presença de um terceiro cromossomo de número
21. A causa da alteração ainda é desconhecida, mas existe um fator de
risco já identificado. “Ele aumenta para mulheres que engravidam com
mais de 35 anos”, afirma Lília Maria Moreira, professora de Genética da
Universidade Federal da Bahia (UFBA).
• Características: além
do déficit cognitivo, são sintomas as dificuldades de comunicação e a
hipotonia (redução do tônus muscular). Quem tem a síndrome de Down
também pode sofrer com problemas na coluna, na tireoide, nos olhos e no
aparelho digestivo, entre outros, e, muitas vezes, nasce com anomalias
cardíacas, solucionáveis com cirurgias.
• Recomendações: na
sala de aula, repita as orientações para que o estudante com síndrome de
Down compreenda. “Ele demora um pouco mais para entender”, afirma
Mônica Leone Garcia, da Secretaria Municipal de Educação de São Paulo. O
desempenho melhora quando as instruções são visuais. Por isso, é
importante reforçar comandos, solicitações e tarefas com modelos que ele
possa ver, de preferência com ilustrações grandes e chamativas, com
cores e símbolos fáceis de compreender. A linguagem verbal, por sua vez,
deve ser simples. Uma dificuldade de quem tem a síndrome, em geral, é
cumprir regras. “Muitas famílias não repreendem o filho quando ele faz
algo errado, como morder e pegar objetos que não lhe pertencem”, diz
Mônica. Não faça isso. O ideal é adotar o mesmo tratamento dispensado
aos demais. “Eles têm de cumprir regras e fazer o que os outros fazem.
Se não conseguem ficar o tempo todo em sala, estabeleça combinados, mas
não seja permissivo.” Tente perceber as competências pedagógicas em cada
momento e manter as atividades no nível das capacidades da criança, com
desafios gradativos. Isso aumenta o sucesso na realização dos
trabalhos. Planeje pausas entre as atividades. O esforço para
desenvolver atividades que envolvam funções cognitivas é muito grande e,
às vezes, o cansaço faz com que pareçam missões impossíveis para ela.
Valorize sempre o empenho e a produção. Quando se sente isolada do grupo
e com pouca importância no trabalho e na rotina escolares, a criança
adota atitudes reativas, como desinteresse, descumprimento de regras e
provocações.
Transtornos Globais do Desenvolvimento
• Definição: os
Transtornos Globais do Desenvolvimento (TGD) são distúrbios nas
interações sociais recíprocas, com padrões de comunicação estereotipados
e repetitivos e estreitamento nos interesses e nas atividades.
Geralmente se manifestam nos primeiros cinco anos de vida.
AUTISMO
• Definição: transtorno
com influência genética causado por defeitos em partes do cérebro, como
o corpo caloso (que faz a comunicação entre os dois hemisférios), a
amídala (que tem funções ligadas ao comportamento social e emocional) e o
cerebelo (parte mais anterior dos hemisférios cerebrais, os lobos
frontais).
• Características:
dificuldades de interação social, de comportamento (movimentos
estereotipados, como rodar uma caneta ou enfileirar carrinhos) e de
comunicação (atraso na fala). “Pelo menos 50% dos autistas apresentam
graus variáveis de deficiência intelectual”, afirma o neurologista José
Salomão Schwartzman, docente da pós-graduação em Distúrbios do
Desenvolvimento da Universidade Presbiteriana Mackenzie, em São Paulo.
Alguns, porém, têm habilidades especiais e se tornam gênios da
informática, por exemplo.
• Recomendações: para
minimizar a dificuldade de relacionamento, crie situações que
possibilitem a interação. Tenha paciência, pois a agressividade pode se
manifestar. Avise quando a rotina mudar, pois alterações no dia a dia
não são bem-vindas. Dê instruções claras e evite enunciados longos.
SÍNDROME DE ASPERGER
• Definição: condição genética que tem muitas semelhanças com o autismo.
• Características:
focos restritos de interesse são comuns. Quando gosta de Matemática, por
exemplo, o aluno só fala disso. “Use o assunto que o encanta para
introduzir um novo”, diz Salomão Schwartzman.
• Recomendações: as mesmas do autismo.
SÍNDROME DE WILLIAMS
• Definição: desordem no cromossomo 7.
• Características:
dificuldades motoras (demora para andar e falta de habilidade para
cortar papel e andar de bicicleta, entre outros) e de orientação
espacial. Quando desenha uma casa, por exemplo, a criança costuma fazer
partes dela separadas: a janela, a porta e o telhado ficam um ao lado do
outro. No entanto, há um interesse grande por música e muita facilidade
de comunicação. “As que apresentam essa síndrome têm uma amabilidade
desinteressada”, diz Mônica Leone Garcia.
• Recomendações: na sala de aula, desenvolva atividades com música para chamar a atenção delas.
SÍNDROME DE RETT
• Definição: doença genética que, na maioria dos casos, atinge meninas.
• Características:
regressão no desenvolvimento (perda de habilidades anteriormente
adquiridas), movimentos estereotipados e perda do uso das mãos, que
surgem entre os 6 e os 18 meses. Há a interrupção no contato social. A
comunicação se faz pelo olhar.
• Recomendações: “Crie
estratégias para que esse aluno possa aprender, tentando estabelecer
sistemas de comunicação”, diz Shirley Rodrigues Maia, da Ahim-sa. Muitas
vezes, crianças com essa síndrome necessitam de equipamentos especiais
para se comunicar melhor e caminhar.
Fonte:Revista Nova Escola
Construir e Incluir
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