Superando Desafios Comportamentais
Crie uma agenda. Pessoas com TEA podem ter dificuldades com mudanças inesperadas na vida cotidiana. Por isso muitas vezes elas dependem de rotinas para ajudar a criar uma sensação de estabilidade para os seus dias. Quando essas rotinas sofrem mudanças o dia inteiro pode ser arruinado, levando à raiva, confusão e crises emocionais. Para evitar bagunçar a rotina do seu ente querido você pode:
- Ajudá-lo a criar uma agenda pessoal. Intervalos de tempo podem ser usados para definir o que acontecerá durante cada parte do dia.
- Manter uma agenda visual (escrita ou com imagens) em algum lugar que a pessoa possa olhar ao longo do dia.
- Avise a pessoa se o cronograma for ser ligeiramente alterado. Avisar se você planeja mudar a rotina é essencial. Coisas como consultas médicas podem alterar a programação, para preparar a pessoa para a mudança tente planejar o evento com ela para que ela saiba o que está por vir.
- Por exemplo, você pode agendar uma consulta no dentista para a pessoa com TEA. É na próxima terça-feira, por isso vai interferir na programação regular. Coloque esse evento no calendário e converse com ela sobre isso com antecedência. Ela pode não ficar feliz com a mudança, mas pelo menos vai estar preparada.
Identifique quais estímulos causam desconforto. Muitos indivíduos com TEA têm questões sensoriais e isso pode interferir na forma como se cuidam. Por exemplo, a textura ou o cheiro de pasta de dente podem causar grande desconforto. Alguns deles não gostam de cortar o cabelo. Isso pode ser devido a problemas sensoriai ou simplesmente porque não gostam de mudanças.
- Se esses forem problemas comuns, converse com o seu ente querido sobre os estímulos. Tente observar o que causa desconforto ou apenas pergunte para ele. Ele pode ser capaz de expressar o desconforto ou fornecer pistas. Identifique quais são os problemas e tente encontrar maneiras de contorná-los.
- Por exemplo, se ele não quiser escovar os dentes porque não gosta da pasta de dentes, tente levá-lo até o supermercado para escolher outra opção.
Saiba como lidar com ataques emocionais. Indivíduos com TEA têm uma tendência a ter acessos ou surtos emocionais. Durante esses ataques pode parecer que a pessoa perdeu totalmente o controle emocional. A pessoa pode chutar, gritar, se jogar no chão ou bater a cabeça. Para lidar com esses surtos você precisa entender por que eles ocorrem. Cada indivíduo é diferente, mas algumas causas comuns incluem:
- Ficar muito frustrado.
- Receber muitas instruções verbais ao mesmo tempo.
- Se sentir sobrecarregado devido a certos estímulos.
- Mudanças na rotina.
- Não ser capaz de compreender ou se comunicar de forma eficaz.
Mantenha seu ente querido seguro durante o ataque. Se a pessoa surtar, entenda que ela não consegue controlar isso. Muitas vezes você simplesmente precisa deixar o ataque seguir seu curso. Mas se a pessoa estiver se ferindo será necessário interferir. Tente movê-la para longe de qualquer coisa que possa prejudicá-la.
- Não deixe objetos por perto, para o caso de ela tentar se machucar ou cair no chão.
Não grite ou repreenda a pessoa com TEA durante um acesso de raiva. Não critique seu comportamento. Isso não vai fazer nenhum bem e pode até piorar a situação. Gritar com a pessoa durante o ataque pode piorar a experiência. Ela pode se sentir julgada e sussurrar pode criar uma sensação de estresse.
- Se você estiver em público e houver pessoas em volta olhando, educadamente peça que não fiquem encarando.
COMUNICAÇÃO
Entenda que uma pessoa com TEA provavelmente envolve alguns desafios de comunicação.Embora esses indivíduos possam ser altamente funcionais, eles ainda podem experimentar dificuldades de comunicação. Um dos principais desafios que eles encaram é a falta de compreensão da linguagem corporal. Eles podem ter dificuldade em entender o que a linguagem corporal das pessoas diz sobre elas e pode ser um desafio produzir linguagem corporal adequada.
Tente não se sentir ofendido por um tom desinteressado ou linguagem corporal rude. Devido a essa confusão sobre a linguagem corporal, um indivíduo com TEA provavelmente não usará linguagem corporal que corresponda a forma como ela está se sentindo. Esse também é o caso com o tom da voz. O tom de voz expressado muitas vezes não expressa o estado de espírito sentido. Por isso é importante lembrar de não considerar isso ou se sentir ofendido por tom de voz ou linguagem corporal rudes dirigidos a você.
- Por exemplo, o tom de voz da pessoa pode parecer curto e grosso, mas ela pode estar de ótimo humor
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A pessoa com TEA pode não entender certos tons de voz ou instruções verbais. Se a pessoa tiver autismo, lembre-se de não interpreta informações como indivíduos neurotípicos. Ela pode não ser capaz de entender sarcasmo, expressões idiomáticas, metáforas, etc. Além disso, se você estiver dando instruções verbalmente, avalie como a pessoa está reagindo. Ela pode responder melhor a instruções escritas ou pictóricas ou pode apenas exigir mais tempo de processamento antes de responder.
- Por exemplo, a pessoa pode estar prestando atenção e ouvindo, mas pode levar algum tempo para entender o que você está dizendo.
Tente procurar um espaço calmo para se comunicar. A pessoa com TEA pode sentir dificuldade para se comunicar em lugares muito barulhentos. Ele pode ficar estressado se você tentar se comunicar com ele em lugares com várias pessoas falando. Em vez disso, procure ambientes calmos onde pouco está acontecendo para conversar.
- Por exemplo, se você tentar falar com a pessoa com TEA em uma loja movimentada, ele provavelmente vai ter mais dificuldade em entender você, mesmo que possa ouvir claramente.
Considere treinamento de foco (ABA - ANÁLISE DO COMPORTAMENTO APLICADA) para melhorar as habilidades sociais. O treinamento de foco é um curso de formação que pode ajudar a desenvolver estratégias de interações com outras pessoas. Este tipo de treinamento ensina os indivíduos a entender pensamentos e sentimentos. Geralmente é feito em grupo, embora também possa ser feito em sessão individual. Durante a terapia, espera-se que a pessoa desenvolva estratégias de regulagem emocional, conversação, resolução de problemas e amizade.
Ensine técnicas tranquilizadoras. A pessoa com TEA provavelmente vai ficar chateado de vez em quando e pode acabar se descontrolando e caindo em um acesso de raiva. É importante ensinar técnicas tranquilizadoras para ele tentar permanecer no controle de suas emoções. Quando ocorrer um episódio ele pode praticar seus exercícios tranquilizadores. Esses exercícios podem incluir:
- Praticar respiração profunda.
- Contar para se acalmar.
- Segurar um brinquedo ou objeto favorito até se sentir melhor.
- Ioga, meditação, exercicios ou alongamento
- Fazer uma pausa com música ou canto.
Use cartões para ensinar. Usar cartões para ensinar sobre as emoções humanas tem mostrado bons resultados. Você pode comprar ou fazer cartões ilustrando expressões faciais comuns. Quando você mostra esses cartões e explica as emoções e as relaciona com você ou seu filho, ele tem mais chances de entender as expressões de outras pessoas. Lembro, porém, que estes cartões JAMAIS devem substituir a fala.
- Quando a criança compreender que imagens/rostos/expressões estão relacionados com quais emoções, trabalhe nas habilidades emocionais dela para vincular essas emoções com situações da vida real também. A representação visual da emoção é só o primeiro passo; a verdadeira compreensão emocional também envolve entender em que situações as pessoas sentem essas emoções.
Ensine-o a mudar o assunto da conversa. Não é incomum que pessoas com TEA se fixem em um assunto específico (conhecido como preferência). Elas vão falar sobre seu interesse específico por horas sem mudar de assunto. É importante tentar ensinar seu filho a mudar de assunto. Para fazer isso:
- Ensaie conversas comuns com a criança.
- Encene diferentes conversas.
- Elogie quando a criança iniciar qualquer conversa sobre assuntos que interessam a outras pessoas.
Aprenda a avaliar a situação. Se você ver que a pessoa com TEA está ficando sobrecarregado, tente ajustar a situação para evitar que ele se sinta desconfortável. Conheça e preste atenção no que provoca desconforto.
- Por exemplo, ir a um restaurante pode ser muito caótico para o ele. Às vezes sair do ambiente por alguns minutos é o suficiente para recuperar o controle.
Elogie imediatamente. Tente manter uma atitude positiva sobre o comportamento da criança em todos os momentos. O reforço positivo vai ajudar a entender quais comportamentos são adequados e quais devem ser evitados.
Muito bom
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