O fato de uma criança autista não falar entre os quatro ou cinco anos
não significa que ela nunca irá falar, como receiam alguns pais. Estudo
publicado na revista Pediatrics verificou que 70% de crianças e
adolescentes entre 8 e 17 anos que não falavam aos quatro anos
desenvolviam-se a ponto de utilizar frases simples, enquanto quase
metade adquiria com o decorrer dos anos um linguajar fluente e adequado.
O estudo analisou mais de 500 crianças com autismo, e não encontrou
relações entre a possibilidade da criança desenvolver a linguagem mais
tarde e suas condições demográficas, como a região em que nasceu, e
condições psiquiátricas, como o grau do autismo, crises de ansiedade ou
agressividade, por exemplo. Isso quer dizer que a princípio qualquer
criança pode desenvolver a fala, mesmo que já tenha passado dos cinco
anos.
A pesquisa destaca ainda não ter encontrado indícios de que
interesses restritos (crianças que comem somente determinados alimentos,
por exemplo, ou gostam apenas de uma cor, estilo de roupa ou
brinquedo), assim como as condutas repetitivas que muitos autistas
apresentam (girar constantemente objetos, por exemplo) e os aspectos
sensoriais (como extrema sensibilidade/aversão ao toque) interfiram
significativamente no desenvolvimento da linguagem.
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