Esse post é sobre o protocolo DAN, um protocolo bastante comentado  no Congresso Biomédico em São Paulo.
Para entendermos o que esse protocolo sugere primeiramente temos que entender que o  autismo, como vimos no post da palestra da Dra Geórgia,
 não é visto mais  com uma síndrome que ataca apenas a comunicação, o 
interesse e a sociabilidade da pessoa mas ataca também seu sistema 
orgânico.
Sistema orgânico   é  um grupo de órgãos que juntos 
executam determinada tarefa como, por exemplo, o sistema digestivo 
(responsável pela transformação do alimento em nutrientes para o 
organismo, alguns de seus ógãos são o estômago, a boca e o intestino), 
respiratório , nervoso, dentre outros.
Para os pesquisadores chegarem a essa conclusão,  a definição de autismo e sua origem e passaram por várias pessoas e teorias.
Em 1943, Leo Kanner  descreveu o autismo como  uma 
psicose infantil ao analisar um grupo de crianças  gravemente lesadas 
com características comuns, na qual a que mais chamava a sua atenção era
 a falta da capacidade de se relacionar.
A partir daí muito de estudou sobre a origem desta síndrome e infelizmente, na década de 50, Bruno Bettelhein apresentou a ABSURDA
 teoria da mãe geladeira onde frieza da mãe causaria o isolamento da 
criança. Essa teoria gerou a separação dos pais e institucionalização 
precoce de muitas crianças.
Em 1969 Kanner absolve publicamente os pais de serem a causa do 
desenvolvimento da síndrome autística em seus filhos, propondo que o 
autismo seria um distúrbio inato do desenvolvimento.
A partir desses estudos, foram sendo desenvolvidas diversas técnicas utilizadas até hoje para ajudar os autistas a se desenvolverem.
A partir desses estudos, foram sendo desenvolvidas diversas técnicas utilizadas até hoje para ajudar os autistas a se desenvolverem.
IVAR LOVAAS : na década de 60 desenvolveu um programa de estimulação das crianças autistas:
Applied Behavioral Analysis (A.B.A.)
Applied Behavioral Analysis (A.B.A.)
Em 1972 nos Estados Unidos é reconhecido o programa TEACCH
 – The Treatment and Education of Autistic and Related Communication 
Handicapped Children ( em português: Tratamento e Educação para Autistas
 e Crianças com Déficits Relacionados com a Comunicação) criado por Eric
 Schopler Professor de psicologia e diretor desse programa da 
Universidade da Carolina do Norte até 1994.  Um dos pontos principais 
desse método é a colaboração entre equipe educadora e a família.
A partir de 1980  com a 3ª edicão do Manual 
Diagnóstico e Estatístico (DSM III) é introduzido o capitulo dedicado a 
Distúrbio Generalizado do Desenvolvimento no qual o autismo passa a 
estar.
Porém, Bernard Rimland, médico, cientista, pai e estudioso, não se conformava com a visão limitada da sociedade médica que tratava o autismo como uma doença mental.  Na década de 60 fundou o Autism Research Institute (Instituto de Pesquisas no Autismo) e a partir de 1980 junto com mais 2 médicos, Sidney Baker e John Pangborn, deu origem ao movimento DAN!
O que quer dizer DAN? Do inglês, Defeat Autism Now ou seja Derrote o Autismo Agora. 
Então vamos entender melhor a visão do protocolo Dan. Para resumir a história, tem uma frase que gostamos muito que traduz tudo o que explicaremos detalhadamente logo mais: “ Autismo não está somente na cabeça”
 Na visão DAN, o comportamento dos autistas são desencadeados por falhas
 no processo metabólico de cada indivíduo envolvendo seu sistemas 
orgânicos imunológico, endócrino e intestinal.
Essas falhas estão relacionadas a exposição das pessoas propensas a 
ter autismo ao meio ambiente e suas exposições químicas como vimos nesse post.
 Estudos comprovam que o número de autistas aumentou e vem aumentando e 
isso nada tem a ver com a falta de diagnóstico no passado e sim a alta 
exposição do nosso corpo a malefícios gerados pelo impacto bioquímico 
gerados no meio ambiente através de toxinas, viroses, metais pesados, 
antibióticos, alterações imunes  ou a combinação de todos eles.
 A conclusão de que o amiente influencia e muito na causa do autismo 
está cada vez mais clara e aceita mundialmente. Vejam exemplos dessas 
inflências nas figuras abaixo:
Sabermos dessas pesquisas além de nos dar um norte para sabermos o que fazer, nos´mostra a luz no fim do túnel: AUTISMO É TRATÁVEL!
Bom, o que o protocolo DAN sugere?
Partindo desse princípio de que o transtorno é tratável, a primeira 
coisa que um médico especialista  DAN (já existem alguns no Brasil) vai 
fazer é pedir a realização de exames específicos de sangue, urina, fezes
 e mineralograma.
Através desses exames, esses médicos especializados analisam as 
necessidades do paciente e começam um tratamento educacional intensivo e
 tentam superar esses problemas que variam de pessoa para pessoa.
Alguns exemplos desses problemas são excesso de metais no 
organismo; déficit de determinadas vitaminas, aminoácidos e sais 
minerais, hormônios; alergias e intoxicação alimentar, inflamações.
Vamos entender melhor então as causas apontadas pelo método DAN para uma pessoa ter autismo:
stress oxidativo: excesso de radicais livres no 
organismo. Em nosso organismo, ocorre a formação de radicais livres 
derivados do oxigênio em vários processos metabólicos, exercendo um 
papel importante no funcionamento do corpo humano. Eles são responsáveis
 pelo transporte de elétrons na cadeia respiratória e, em alguns tipos 
de células, têm a capacidade de eliminar bactérias invasoras. Os
 radicais livres passam a ter um efeito prejudicial ao nosso organismo 
quando ocorre um aumento excessivo na sua produção ou diminuição de 
agentes oxidantes. Os radicais livres agem sobre as células, alterando 
suas membranas e dando-lhes um aspecto de células velhas que, 
normalmente, seriam eliminadas pelo sistema imunológico do organismo.
 No entanto, quando a quantidade de células alteradas é aumentada pelo 
excesso de radicais livres e quando, devido ao envelhecimento 
cronológico do organismo, há diminuição do sistema imunológico, o 
organismo não consegue eliminar as células alteradas. Assim, algumas 
dessas células sobrevivem e começam a funcionar de maneira inadequada, 
alterando a fisiologia do tecido, do órgão e de todo o organismo. Como 
essas células podem ter seu código genético alterado, multiplicam-se 
desordenadamente, propiciando o aparecimneto de tumores, doenças 
pulmonares, cataratas entre outras.
Metilação inadequada: A metilação consiste na 
transferência de grupos metilo a algumas das bases citosinas (C) do DNA 
situadas previa e contiguamente a uma guanina (G). Visto que a 
metilação é fundamental na regulação do “silenciar” dos genes, pode 
provocar alterações na transcrição genética sem necessidade de que se 
produza uma alteração na sequência do DNA, sendo um dos mecanismos 
responsáveis pela plasticidade fenotípica ou seja, a capacidade do 
indivíduo em suportar as mudanças do meio em que vive. O ciclo 
metilação é essencial para um número de reações críticas no corpo. Uma 
conseqüência da debilidade genética (mutações) nessa trajetória é o 
aumento de fatores de risco que levam a um número de condições sérias de
 saúde. Defeitos na metilação tem fundamentos apropriados para 
mais ataques de agentes infecciosos e ambientais resultando numa enorme 
variação de condições incluindo o diabetes, doença cardiovascular, 
disfunção da tireóide, função imune incorreta, defeitos nos tubos 
neurais, síndrome de down, esclerose múltipla, doença de huntington, mal
 de parkinson, mal de Alzheimer, bem como o autismo, dentre outras 
doenças. Metilação também está diretamente relacionada aos 
níveis de neurotransmissores; metilação de intermediários no metabolismo
 triptofano pode afetar os níveis de serotonina e os intermediários da 
trajetória de metilação também são compartilhados com a trajetória 
envolvida na síntese verdadeira de serotonina e dopomina. Além do seu 
papel direto como neurotransmissor, a dopomina está envolvida em metilar
 phospholipids nas membranas da célula para aumentar a fluidez da 
membrana. A fluidez da membrana é importante para uma variedade de 
funções incluindo a sinalização adequada do sistema imune bem como a de 
proteger os nervos de danos. Nos nossos sistemas orgânicos a  metilação é
 catalisada por enzimas; tais metilações podem estar envolvidas na 
modificação de metais pesados, regulação de expressão gênica (processo 
pelo qual a informação hereditária contida em um gene, tal como a 
seqüência de DNA), regulação de funções de proteínas (estrutural ou 
plástica, hormonal, defesa (anticorpos), energética, enzimática, 
condutoras de gases) e metabolismo de RNA (transmissão da informação 
genética)
Distúrbios de sulfatação:  Para reduzir a 
possibilidade de uma substância desencadear uma resposta tóxica, o 
organismo apresenta mecanismos de defesa que buscam diminuir a 
quantidade da mesma, que chega de forma ativa ao tecido alvo assim como,
 diminuir o tempo de permanência desta em seu sítio de ação. Para isso, é
 necessário diminuir a difusibilidade do toxicante e aumentar a 
velocidade de sua excreção. A propriedade física que facilita a absorção
 de muitos xenobióticos ( compostos químicos estranhos a um organismo ou
 sistema biológico.) através da pele, pulmões e trato gastrintestinal – 
denominada lipofilicidade – constitui um obstáculo à sua eliminação, 
porque as substâncias lipofílicas podem ser reabsorvidas e tendem a se 
acumular no organismo.  Os compostos hidrofílicos, por sua vez, 
apresentam absorção mais precária, porém, são facilmente excretados 
pelos rins. Conseqüentemente, a eliminação de um xenobiótico, 
freqüentemente, depende de sua conversão para compostos hidrossolúveis 
através de um processo conhecido como biotransformação, o qual é 
catalisado por enzimas presentes no fígado e em outros tecidos.
A sulfatação é um processo de biotransformação e serve para 
excretar os compostos estranhos sejam eles pela quantidade elevada de 
uma certa substância no organismo, ou provindas de agentes poluentes e 
infelizmente vindas de nossos alimentos e até mesmo da água que bebemos.
 Esses compostos são na maioria das vezes excretados na urina 
das pessoas típicas mas nos autistas a biotransformação (sulfatação é um
 desses processos de biotransformação) é feita de maneira deficiente ou 
inadequada e os excessos permancem em seus corpos intoxicando-os.
A partir desse contexto todo de que o autismo não está só na cabeça, o
 objetivo formal do movimento DAN é “se dedicar na exploração, validação
 e disseminação de intervenções biomédicas cientificamente documentadas 
para indivíduos dentro do espectro autístico, através da colaboração de 
médicos, cientistas e pais”. 
O Tratamento biomédico
Nos EUA e agora no Brasil, muitos médicos tratam os autistas com  
protocolo DAN  através do comportamento do processo metabólico de cada 
indivíduo. Como vimos, este método encontra as falhas, excessos, 
desequilíbrios que ocorrem no organismo, através de exames específicos 
de sangue, urina, fezes e mineralograma. O objetivo final é superar 
essas falhas e retirar o excesso de metais pesados no organismo como 
mercúrio e chumbo, que muitos acreditam ser a causa de autismo. Essa 
retirada é feita através da ingestão de substâncias usadas para tal e 
que se chama quelação.  Além de verificar o excesso de metais no organismo, esses exames também podem mostrar outros
 problemas como déficit em vitaminas, aminoácidos e sais minerais, 
hormônios, alergias e intoxicação alimentar, inflamações, dentre outros.
Abaixo citaremos alguns pontos a serem analisados que podem estar afetando uma  pessoa  autista. A lista das mais comuns segue:
- Muitos problemas comuns relacionados com intestino
- Muitos problemas comuns relacionados com intestino
- Inflamação (inflamação cerebral de acordo com a Dra. Yasko,  muito parecida com a encontrada no mal de Alzheimer e Parkinson por ex.)
- Refluxo
- Inapropriada Absorção dos Alimentos
- Disbioses do Intestino (Bactéria, fungos e cândida )
- Defeito na Sulfação
- Problemas Nutricionais
- Opióides  – glúten/caseína – Leia sobre a dieta  aqui
- Gastrites
- Intestino Permeável
O que pode está errado no corpo dos autistas para que isso ocorra:
- Desordens no cérebro e no intestino
- Convulsões
- Metilação com defeito ou desabilitada
- Intoxicação por Metais Pesados e problemas na desintoxicação
- Persistente presença do vírus do Sarampo
- Anticorpos Cerebrais
- Elevado Nível de Amônia
- Serotonina com Problemas
- Melatonina com Problemas (causa distúrbio no sono)
- Deficiência de Omega 3
- Testosterona Desregulada
- Dopamina com problemas
- Cromossomos com problemas (é o mais raro)
Crianças que têm tudo isso ou multiplos problemas:
• Inflamação no intestino e/ou cérebro
• Metilação com problema
• Estress Oxidativo
• Problemas com desintoxicação.
• Anormalidades no Cérebro
• E outros (ainda não descobertos)
 Cada
 pessoa tem uma combinação desses problemas de forma diferente. As 
características não são as mesmas em todos os autistas e alguns podem 
apresentar poucos e outros muitos ao mesmo tempo.
.
Cada
 pessoa tem uma combinação desses problemas de forma diferente. As 
características não são as mesmas em todos os autistas e alguns podem 
apresentar poucos e outros muitos ao mesmo tempo.
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Cada ser é único e no autismo isso não é diferente.  Por isso o 
protocolo Dan é tão recomendado. Nele, são feitos exames específicos em 
cada indivíduo e é trabalhada uma maneira de resolver os problemas de 
forma individual seja com dietas, suplementos, quelação, dentre outras.
Há muitas pesquisas e descobertas feitas diariamente sobre o autismo e
 o tratamento biomédico e por isso Congressos como o que fomos são tão 
importantes. Além de percebermos que ninguém está sozinho nesse mundo, 
fazemos uma rede de contatos muito especial de pessoas que estão 
dispostas a realmente ajudar e  mostrar  que o autismo parece um bicho 
de sete cabeças no início, quando não sabemos nada sobre  espectro mas 
que depois ele se torna muito claro e principalmente o que não cansamos 
de repetir: o autismo é tratável sim.







 
 
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