A prática do "fast food" às vezes nos distancia da vivência sensorial que o nosso corpo precisa diariamente!
Estava fazendo uma abobrinha recheada com ricota e ervas e lembrei do
quanto sou terapeuta ocupacional. Até na hora de cozinhar! E por que
não? Se é no cotidiano que acontece os principais processamentos
sensoriais?!
Sentindo o preparo |
Além da época de meninice o corpo do adulto continua precisando ser
alimentado de sensações para prosseguir vivendo em uma mutável harmonia.
Está mais perto do que pensamos!
Usando as mãos de modos diferentes |
A hora de preparar a refeição é um desses momentos. Nem sempre temos
tempo e disposição, mas se pararmos para pensar, e sentir, na quantidade
de benefícios em pelo menos um dia por semana, ou por mês, prepararmos o
nosso alimento, veremos que estamos nos nutrindo além do estômago! A
quantidade de sensações táteis, proprioceptivas, gustativas, olfativas,
visuais integradas à modulação, discriminação e coordenação dos
movimentos, às lembranças afetivas, memória, atenção e todos os aspectos
da atividade cognitiva já justificam a importância desta ocupação.
Sem falar na oportunidade de interação com o outro, da sustentação da
auto-estima, de estimular o senso estético, criatividade, conceitos de
matemática, e vários elementos para aprendizagem, contribuindo para
autonomia.
Diversificando a matéria |
No campo da reabilitação vemos o quanto é desgastante a família levar
seus filhos ou seus pais às terapias. Costumo dizer que em um
determinado momento do processo de reabilitação deveríamos priorizar o
que acontece em casa.
E nós terapeutas ocupacionais, guerreiras que levantamos a bandeira das
AVDs, atividades da vida diária, ficamos preocupadas quando o que
trabalhamos em terapia não vai além do consultório?
Era um, eram dois...era inteiro, eram partes |
Então vamos lá, terapeutas, clientes e familiares. Lembrem de alguma
receita conhecida ou algo que queiram aprender... e mãos a obra!
Vamos permitir, com segurança, que sejam alimentados nossos sistemas
funcionais para aprendizagem contínua sobre nós mesmos e o mundo.
Dicas, que não são receitas:
-pais: estimulem a criançada desde cedo em experimentar a diversidade de
texturas, sabores, cheiros dos alimentos. Saber de onde vem o suco,
cheirar as frutas, descascar uma mexerica, se lambuzar com um mamão,
partir uma banana com as mãos. Verificar a transformação dos alimentos
também é uma forma de aprendizagem. Há sempre um jeito de adaptar a
atividade a depender do nível e fase da vida. Procure conselhos de uma
terapeuta ocupacional.
-filhos: estimulem a seus pais a passarem as memórias de culinária e
participarem de algum modo do preparo. É também uma forma de estimulação
cognitiva afetuosa.
-terapeutas: que sempre lembremos de fazer aquilo que pedimos que o
outro faça. Vivenciar em nosso corpo pode ser uma boa forma de aprender
como estimular.
A mandala que será incorporada!!! |
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