Estudos científicos já relacionaram o diabetes gestacional a um risco elevado de ter filhos com autismo. Agora, uma pesquisa publicada no periódico Annals of Epidemology descobriu que a idade dos pais também pode exercer influência no risco dessa disfunção na criança.
A análise, desenvolvida na Aarhus University, na Dinamarca, recolheu dados de mais de 9.500 crianças diagnosticadas com autismo.
Foi observado, então, que homens que foram pais com mais de 35 anos
tinham uma probabilidade 28% maior de ter um filho com autismo. Já entre
as mulheres, o risco variou entre 21 e 37%.
A porcentagem subiu ainda mais
quando foi avaliado o risco de pais com mais de 40 anos terem um filho
com a disfunção, variando entre 37 e 55%. Avaliando a mesma faixa etária
entre as mulheres, a variação foi de 28 a 65%. Não houve variação
quando ambos os pais ou apenas um deles era mais velho.
Segundo os pesquisadores, é possível
que os espermatozoides ou óvulos de pessoas mais velhas sofram mais
mutações, aumentando a chance de gerar filhos com autismo, disfunção que
afeta cinco em cada 10 mil crianças. Eles também concluíram que mais
estudos são necessários para descobrir o motivo de a ocorrência não ter
efeito cumulativo.
Vitaminas pré-natais diminuem as chances de autismo
Mulheres que não ingerem vitaminas desde o começo da gestação também têm até duas vezes mais chances de ter filhos autistas, segundo aponta um estudo feito por pesquisadores da UC Davis MIND Institute,
nos Estados Unidos. Os cientistas também aconselham as mulheres a tomar
suplementos vitamínicos - se necessário - assim que decidirem
engravidar, para evitar a má-formação do feto.
Os
pesquisadores coletaram dados médicos de aproximadamente 700 famílias
da Califórnia, que tinham crianças com idade entre dois e cinco anos.
Depois de observar hábitos alimentares, presença de casos de autismo na
família e cuidados que as mães tiveram durante a gravidez, os
pesquisadores descobriram que as mulheres que tomaram vitaminas
pré-natais desde o primeiro mês de gestação tinham até duas vezes menos
chances de ter filhos autistas.
De acordo com o estudo, tomar
vitaminas pré-natais pode ter um efeito específico na formação genética
da criança. Por isso, esses nutrientes devem ser ingeridos desde o
início da gestação. As principais vitaminas que devem ser consumidas são
as vitaminas do complexo B, principalmente a vitamina B9 - também
chamada de ácido fólico -, que tem a capacidade de proteger o cérebro de
70% dos problemas neurais. No entanto, cada gestante deve seguir a
receita de vitaminas indicada pelo seu médico.
Os cientistas ainda descobriram que
continuar a tomar esse tipo de vitamina no período de amamentação pode
trazer benefícios para os neurônios do bebê, já os nutrientes são
passados de mãe para filho através do leite.
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