sexta-feira, 7 de setembro de 2012

Para crianças com autismo, iPad é verdadeiramente mágico e revolucionário


Destacado na página de notícias da Apple, um artigo da SF Weekly prendeu minha atenção do começo ao fim: ele fala da história de Leo Rosa, um garotinho com autismo, cuja família ganhou um iPad numa rifa da escola. Apesar de já terem experimentado o iPod touch, os Rosa não imaginavam que a tablet da Apple fosse muito mais que uma versão maior do PMP.
Leo Rosa brincando com iPad Leo Rosa brincando com iPad
“Depois de Leo passar cinco minutos com seu iPad”, conta Shannon Rosa, mãe de Leo, “percebi que quaisquer opiniões de que [o iPad] não passava de um iPod touch maior e mais frágil eram idióticas”. Com mais espaço para Leo interagir facilmente, dado que o garoto não tem coordenação motora fina bem desenvolvida, a tablet ofereceu justamente o que faltava no iPod para tornar-se um brinquedo atraente e fácil de usar.
Um app como Stories2Learn (US$14; 5,4MB; requer o iOS 3.1.2 ou superior), com o qual é possível criar histórias personalizadas com imagens e narração, por exemplo, facilita bastante o processo de aprendizagem para portadores de autismo. Abaixo, veja como funciona o aplicativo (demonstrado pela irmã de Leo, já que o garoto adora repetir exaustivamente as falas da história):



Parece pouco, mas para a família Rosa chega a ser quase um milagre (a ponto de Shannon dizer que pode chegar a “erguer um pequeno altar para Steve Jobs no canto da sala”) e muitos educadores vêm notando claros progressos entre crianças expostas ao iPad. Por enquanto os relatos são positivos, mas ainda não há estudos científicos comprovando a eficácia do gadget e sempre há a chance de Leo deixar a tablet de lado, depois de um tempo.
Chega a ser estranho como um gadget que não foi concebido com pessoas com dificuldades especiais em mente (apesar de contar com uma vasta gama de opções em acessibilidade) pode ser mais acessível e apresentar resultados mais otimistas que máquinas de US$5 mil criadas com o autismo em foco. John Gruber tem uma opinião a respeito dos bons resultados que o iPad apresenta entre portadores desta síndrome: eliminar os intermediários na computação torna o uso de computadores bem mais acessível para pessoas com dificuldades de aprendizado. O que você faz na tela reage na tela — um detalhe, mas que faz uma diferença imensa.
Outro elemento importante, principalmente para as crianças que usam o iPad, é contado por Robert Hummel-Hudson, cuja filha Schuyler usa o Proloquo2Go (US$190; 222MB; requer o iOS 3.0 ou superior), um aplicativo de comunicação aumentada e alternativa (AAC), para expressar-se: “Ficou bastante claro que a Schuyler adora a forma como ela pode sair do mundo ‘típico’ (jogos, música, vídeos, etc.) para [AAC], e num aparelho que não anuncia que ela tem uma deficiência.”
Pelo visto, o iPad foi um daqueles #FAILs clássicos da história humana: ele errou a Lua, mas acertou uma estrela.

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