Saiba o que é o transtorno e como proporcionar uma vida tranquila aos filhos
 Isabela Zamboni

Foto: Thinkstock/Getty Images
O autismo é um transtorno que tem como 
características principais problemas de relacionamento, dificuldade para
 se comunicar e responder aos estímulos do ambiente. Em crianças, o 
transtorno se manifesta antes dos três anos de idade, sendo mais comum 
em meninos. A psicóloga Ana Vera Niquerito explica como identificar as 
principais características do autismo e os cuidados necessários para que
 a criança tenha uma vida tranquila:
Como saber se a criança é autista?
Segundo a especialista, os sinais variam: enquanto algumas crianças 
autistas possuem inteligência e fala intactas, outras apresentam retardo
 mental, ou seja, não falam ou mostram atrasos no desenvolvimento da 
linguagem. Porém, as características mais comuns são:
- Não olha nos olhos das outras pessoas;
- Parece não escutar;
- Pode começar a falar e se comunicar, mas, de repente, regride e não fala mais;
- Não é afetuoso e não se comunica com outras pessoas, mesmo que falem com ele;
- Não explora o ambiente e as novidades;
- Fica restrito e presta atenção em poucas coisas;
-Apresenta comportamentos estereotipados – repete sempre os mesmos 
movimentos, certos gestos como balançar as mãos ou balançar-se;
-Dificuldade de interação social. Comportamentos agressivos são 
comuns especialmente quando estão em ambientes estranhos ou quando se 
sentem frustrados.
Escolas especiais
Uma dúvida comum que surge para os pais é em que em tipo de escola o 
filho autista deve estudar. De acordo com a psicóloga, esse tema divide 
opiniões: enquanto uns preferem os filhos em escolas especiais, outros 
acreditam que o convívio com outras crianças de escolas regulares pode 
fazer o filho interagir mais. “A educação de crianças autistas em 
escolas regulares divide opiniões. Existem profissionais que acreditam 
que a educação pública é um direito de todas as crianças, porém é 
preciso que se ofereçam condições para isso. Outros acreditam que a 
escola privada especializada em autismo proporciona melhores condições 
na educação, como acompanhamento familiar especializado, número reduzido
 de alunos, currículo personalizado e equipe multidisciplinar, o que não
 são normalmente oferecidos pelas escolas regulares”, explica Ana Vera. O
 melhor a fazer nesta situação é ver como a criança reage ao local: “A 
adaptação às escolas comuns vai depender de cada criança. Se o indivíduo
 tiver rendimento regular numa escola não-especializada, nada impede que
 continue seu aprendizado nessa instituição. No entanto, é importante 
que ele tenha um acompanhamento diferenciado, respeitando suas 
necessidades”, completa.
Existe tratamento?
O autismo não tem um tratamento específico nem uso de remédios, 
apenas em casos de comportamento agressivo. “O tratamento do autismo 
consiste em intervenção multidisciplinar e psicoeducacional para 
orientação familiar, desenvolvimento da linguagem e/ou comunicação e em 
melhorar o desenvolvimento da qualidade de vida das crianças autistas, 
tornando-as mais independentes”, conta a psicóloga.
Comportamento dos pais
Para proporcionar melhores condições de vida ao filho autista, os 
pais devem procurar ajuda profissional e estimular os filhos a conviver 
em sociedade. “É importante que os pais estejam atentos desde o 
nascimento do filho, buscando identificar os sinais autísticos e 
procurando orientação especializada o mais cedo possível. Os pais são os
 primeiros professores, é importante que estimulem seus filhos autistas 
nas atividades do cotidiano, buscando sempre inseri-los no ambiente 
social”, pontua Ana Vera.
Cuidados necessários
Para a criança não sofrer, é importante tomar cuidados essenciais: 
“Devido à dificuldade do autista em relacionar-se com o meio externo, é 
preciso que os seus responsáveis atentem para as questões de higiene, 
alimentação, cuidados com o corpo, saúde e segurança”, explica a 
especialista.
Consultoria: Ana Vera Niquerito, psicóloga e mestranda no Programa Ciências da Reabilitação (HRAC/USP)
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