publicado em 31/01/2013
Pesquisa melhora a compreensão da ligação entre as bactérias presentes no estômago e o desenvolvimento da doença
Cientistas da Western University, no Canadá e da University of
Arkansas, nos EUA, descobriram a presença de um marcador sanguíneo único
que pode levar a um exame de sangue para identificar e potencialmente
tratar o autismo, antes do aparecimento dos sintomas.
A
descoberta favorece ainda a compreensão da possível ligação entre as
bactérias presentes no estômago e o desenvolvimento de autismo.
A
equipe, liderada por Derrick MacFabe e Richard Frye, encontrou
evidências de um metabolismo energético anormal em um grande subgrupo de
crianças autistas, que foi coerente com descobertas biológicas
anteriores feitas por MacFabe e sua equipe durante a última década, o
que prova que essas anormalidades metabólicas podem surgir, não só de
fatores genéticos, mas a partir de compostos produzidos por certos tipos
de espécies bacterianas encontradas frequentemente no intestino de
pessoas com autismo.
Evidências
recentes sugerem que anormalidades biológicas em muitas pessoas com
transtornos do espectro autista (ASD) não estão restritas ao cérebro,
mas podem envolver outros sistemas do corpo, incluindo os sistemas
imune, de geração de energia, de desintoxicação e o digestivo. Estas
alterações podem aparecer devido a alteração da função das mitocôndrias,
produtores de energia das células.
"Perturbações
do espectro do autismo afetam até uma em 88 pessoas. E o número parece
estar aumentando. Muitos têm problemas digestivos e metabólicos, mas
como esses problemas se relacionavam com o comportamento autista não
estava claro", afirma MacFabe.
Estudando
213 crianças, os pesquisadores descobriram que 17% das crianças com
autismo tinham um padrão único de marcadores sanguíneos do metabolismo
da gordura, chamado acil-carnitina, bem como outras provas de
funcionamento anormal da energia celular, como redução na glutationa.
"Este
estudo sugere que o autismo em alguns pacientes pode surgir a partir de
alterações na função mitocondrial e no metabolismo da gordura após a
exposição ambiental ao ácido propiônico produzido por bactérias no
intestino", explica MacFabe.
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