sexta-feira, 17 de maio de 2013

Terapia comportamental normaliza os padrões de atividade cerebral de crianças com autismo

 
Grupo de Pesquisas em Autismo (autismresearchgroup.org) 

Pesquisas anteriores haviam mostrado uma relação entre a falta precoce de engajamento social em crianças pequenas e o desenvolvimento subseqüente e progressivo da circuitaria cerebral associada à linguagem e à sociabilidade através da intervenção terapêutica. Um programa comportamental recentemente desenvolvido e baseado em conhecimentos empíricos para crianças pequenas adiciona evidencias aos achados dessas pesquisas.

De acordo com Geraldine Dawson, PhD, no departamento de psiquiatria da Universidade da Carolina do Norte em Chapel Hill, o programa de terapia comportamental aplicado em crianças pequenas participantes do estudo foi desenvolvido para melhorar a atenção social, o engajamento afetivo e social em crianças com TEA muito pequenas. A participação no programa resultou de fato em melhoras significativas no QI verbal, na linguagem e no comportamento adaptativo. Além disso, o programa resultou em mudanças observáveis nos padrões de atividade cerebral.

Participaram do estudo de Dawson 48 crianças pequenas, de 18 meses a quase 3 anos, diagnosticadas com TEA. Aproximadamente metade dos participantes foram sorteados para receber a intervenção comportamental, enquanto a outra metade participou de programas tradicionais oferecidos pela comunidade. Depois de cerca de 2 anos, as crianças foram submetidas a eletroencefalogramas (EEG)para medir a atividade elétrica cerebral enquanto olhavam para figuras de rostos humanos ou brinquedos. As leituras dos EEGs das crianças do estudo foram comparadas com as de crianças de desenvolvimento normal de idades semelhantes. Embora estudos anteriores tenham mostrado que os cérebros de crianças com autismo eram mais ativados quando olhavam em objetos inanimados (isto é, mais para um brinquedo do que para faces humanas), as crianças participantes do programa comportamental mostraram o comportamento oposto apos a intervenção ( isto é, seus cérebros ficaram mais iluminados quando olhando para rostos de pessoas familiares do que para um brinquedo).

"Os padrões de atividade cerebral de crianças com autismo que receberam o tratamento comportamental para crianças pequenas não foram diferentes dos de uma criança normal de 4 anos de idade enquanto visualizavam um rosto feminino. São indistinguiveis, diz Dawson.

Este é o primeiro estudo que demonstra que a intervenção comportamental precoce está associada com padrões normais de atividade cerebral em crianças com TEA. Embora estes achados sejam animadores, mais pesquisas são necessárias para validar a natureza dinâmica e plástica do desenvolvimento precoce do cérebro em autismo e o potencial de intervenções precoces para alterar o curso do desenvolvimento cerebral.

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