Levantamento feito entre os anos 2009 e 2011, publicado recentemente pela “National Autism Association'' (Estados Unidos), revela que 90% dos óbitos ocorridos nesse período entre crianças até os 14 anos de vida foram causados por afogamento acidental.
Segundo a Dra. Varleisha Gibbs da “University of Sciences'', na Filadélfia, muitas famílias americanas procuram praias, lagos, rios, piscinas e parques aquáticos no verão para se divertir e enfrentar o calor.
Com mudanças de rotina e de ambiente as crianças autistas muitas vezes se sentem desconfortáveis e se afastam de seus familiares em busca de isolamento e tranquilidade. É nessas circunstâncias que essas crianças, sem noção de perigo, se tornam vulneráveis a acidentes graves.
Em outro levantamento, feito junto a 856 famílias de crianças autistas, promovido pela “Interactive Autism Network'' (IAN) em colaboração com várias instituições americanas importantes, levaram os pesquisadores a resultados preliminares preocupantes: 50% das crianças autistas entre os 4 e 9 anos se afastam de seus familiares e lugares seguros para “perambular aparentemente sem objetivo'', percentual este 4 vezes maior que aquele encontrado entre crianças neurotipicas (normais).
Os cinco motivos mais comuns referidos pelos pais para tal comportamento:
1. Tentativa de se afastar de estímulos sensoriais desagradáveis.
2. Tentativa de se afastar de situações ansiogênicas (demandas escolares por exemplo).
3. Buscar ambientes acolhedores e agradáveis (um parque por exemplo).
4. Procurar locais de interesse especial (estações de trens e metros por exemplo).
5. Correr simplesmente por impulso e explorar lugares novos.
Essas pesquisas, ao contrário de outras nas áreas de genética, neurociências e psicofarmacologia, fornecem subsídios para intervenções imediatas nas mais diversas áreas: políticas públicas, mobilização das famílias de portadores e das comunidades. As providências que vem sendo tomadas (nos Estados Unidos) para proteção dessas crianças:
- Integração e cooperação com as autoridades policiais locais.
- Uso de pulseiras e correntes com placas de identificação.
- Camisetas e boinas indicando que a criança é portadora de autismo.
- Dispositivos eletrônicos de rastreamento e monitoramento via GPS ou telemetria.
- Alarmes em pontos de evasão (portas, portões e janelas).
- Vídeo modelagem como recurso de instrução e treinamento dessas crianças diante de situações de risco.
- Colocação de placas e avisos de alerta em locais de risco (lagos, piscinas, praias, avenidas e ruas) de fácil entendimento para crianças autistas treinadas com o recurso da vídeo modelagem.
- Aulas de natação e manobras de sobrevivência (crianças autistas adoram a água).
Espero que essas informações sirvam de alguma forma para tornar evidentes o nosso atraso (descomunal) em relação aos países desenvolvidos no que diz respeito aos cuidados com indivíduos autistas.
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