sábado, 2 de março de 2013

Papel do Mediador Escolar:


  1. Atuar única e exclusivamente no âmbito escolar, dentro da sala de aula e nos demais ambientes onde o grupo estiver.
  2. Atuar como intermediário nas questões sociais e de linguagem.
  3. Ensinar a criança como participar das atividades sociais, como se relacionar com as outras crianças e o que se esperar dela em cada situação.
  4. Minimizar a tendência da criança ao isolamento social, facilitando a interação da criança.
  5. Ensinar a criança a abordar o outro na tentativa de interação.
  6. Minimizar os comportamentos inapropriados e repetitivos.
  7. Desviar a atenção da criança das manias, rituais e atividades repetitivas e estereotipadas.
  8. Intervir nas reações comportamentais drásticas diante de mudanças.
  9. Estimular o apontar e o olhar para o que o outro aponta ou fala.
  10. Estimular a imitação dos movimentos, sons e atividades.
  11. Estimular o triangular do olhar que é o olhar para a pessoa e olhar para um objeto de que se fala.
  12. Estimular o interesse por brinquedos dando função aos objetos, ensinando a criança a brincar de forma funcional.
  13. Brincar falando o que está fazendo e o que pretende fazer.
  14. Estimular os jogos do tipo “faz-de-conta”.
  15. Estimular o brincar fazendo inicialmente a mesma coisa que a criança estiver fazendo e aos poucos tentar mudar para algo diferente.
  16. Explicar às crianças que existem algumas crianças que querem brincar, mas que não sabem como fazer isto. Não sabem como fazer amigos e não sabem falar muito bem, por isso precisam de ajuda.
  17. Traduzir as informações auditivas (ordens verbais) em informações visuais, apontando ou mostrando figuras ou objetos relacionados com que foi dito.
  18. Utilizar fotos de pessoas e locais para ajudar a entender o que acontecerá com ela.
  19. Partir as informações auditivas em pequenas informações.
  20. Ajudar a criança a modificar o uso da terceira pessoa em seu discurso.
  21. Ajudar a criança a organizar seu discurso.
  22. Dirigir a atenção para quem fala ou para as atividades que estão sendo realizadas.
  23. Ensinar a criança a olhar para o grupo e a observar o comportamento das outras crianças para indicar o que fazer, estimulando a imitação. O mediador pode favorecer essa atitude virando o rosto da criança para que não perca a informação relevante.
  24. Observar detalhadamente o comportamento da criança, antecipando e intervindo em qualquer situação que desencadearia comportamentos inadequados.
  25. Minimizar e intervir em situações que causam desconforto sensorial.
  26. Ensinar a criança a se acalmar, sendo necessário levá-la a um ambiente mais tranqüilo.
  27. Explicar às outras crianças que aquela criança se incomoda com alguns barulhos ou qualquer outro estímulo que causa desconforto sensorial.
  28. Manter uma boa relação com a família, mesmo que através de um caderno ou agenda, com anotações do que está sendo trabalhado em sala de aula ou de brincadeiras que as crianças estão realizando para que a família estimule em casa também.
  29. Orientar os professores quanto às peculiaridades envolvidas no diagnóstico daquela criança.
  30. Solicitar previamente às atividades que serão realizadas com o grupo para que possa adaptar ou preparar qualquer tipo de recurso que facilite a compreensão da criança.
  31. Facilitar a aprendizagem formal através de recursos visuais e vivências no concreto.
  32. Ensinar a criança a ser flexível, cooperativa e a compartilhar, encorajando a participação em jogos cooperativos e competitivos.
  33. Usar histórias ou representações pictóricas para explicar soluções e ações em situações sociais específicas que coloquem a situação real e as possibilidades de lidar com ela.
  34. Estimular a empatia.
  35. Ensinar a linguagem corporal.
  36. Utilizar recursos visuais para ensinar as emoções.
  37. Ensinar como ler e responder as pistas que indicam as emoções.
  38. Ensinar marcadores para iniciar uma conversação.
  39. Encorajar a confessar que não está entendendo uma determinada explicação do educador.
  40. Propor ao educador a utilização de dramatizações ou interpretações para estimular a conversação.
  41. Levar a criança a compreender como um comentário pode levar a um mal entendido.
  42. Explicar metáforas e expressões idiomáticas.
  43. Ensinar como modificar o ritmo e as variações de freqüência e intensidade para enfatizar palavras-chave ou mostrar emoções em seu discurso.
  44. Marcar quando o discurso se torna pedante, com muitas abstrações e falta de precisão.
  45. Encorajar a solicitar ajuda.
  46. Evitar o acesso aos objetos ou materiais que fazem parte dos interesses restritos da criança, encorajando o interesse por algo diferente. Pode-se usar um relógio marcando o tempo em que a criança pode ter acesso ao material de interesse e após o limite temporal encorajar a iniciar outra atividade, fazendo com que o material de interesse desapareça de seu campo visual e aos poucos sua fixação diminua. O ideal é oferecer estímulos diferentes para substituir os interesses restritos e encorajar a aceitação de outras atividades.
  47. Facilitar a conversação aproveitando assuntos que fazem parte dos interesses restritos da criança.
  48. Aproveitar os interesses restritos para aplicar como algo construtivo que possa se tornar uma motivadora fonte de contato social. O nível de motivação e de atenção se eleva nas atividades que envolvem seus interesses específicos. O cumprimento de regras, a realização das atividades propostas, a concentração e o esforço podem fazer com que a criança mereça o acesso ao seu foco de interesse por um determinado tempo.
  49. É importante cativar a criança para que realize a atividade partindo de seu foco de interesse, por exemplo: se o objetivo da atividade for contagem, então ao invés da criança contar palitos, poderá contar seus objetos de interesse.
  50. Tornar a vida da criança previsível através da estruturação de rotinas. Tentar reduzir o imprevisível que muitas vezes geram birras. Pode-se utilizar relógio, lista de tarefas diárias e cartões com fotos ou imagens para cada atividade para facilitar a compreensão da rotina.
  51. Organizar a seqüência das atividades através de informações visuais (fotos, desenhos ou imagens) para reduzir o nível de ansiedade da criança.
  52. Insistir no compromisso.
  53. Ensinar noção de tempo, através de calendários e da própria organização da rotina.
  54. Estimular o desenvolvimento da Teoria da Mente, ensinando a se colocar no lugar do outro e a imaginar os pensamentos das pessoas.
  55. Estimular a criança a parar e refletir sobre como o outro se sente com determinado comportamento da criança.
  56. Estimular a criança a praticar a reflexão sobre estratégias alternativas para resolver uma determinada situação.
  57. Ter consciência de que o que é evidente para a maioria das crianças precisa ser ensinado para aquela criança.
  58. Orientar o grupo para caso eles vejam que esta criança está sozinha durante alguma atividade ou recreio, que podem tentar pegá-la pela mão para trazê-la até o grupo. É importante ser persistente, pois a criança pode não responder imediatamente.
  59. Falar devagar e com frases curtas.
  60. Orientar às crianças a ignorar os comportamentos estranhos como as estereotipias ou os gritos.
  61. Ensinar as habilidades sociais de como se apresentar, como pedir algo, como comprar alguma coisa.
  62. Oferecer o modelo para que a criança entenda o que está sendo solicitado.
  63. Oferecer o reforço positivo quando a criança apresenta um comportamento correto.
  64. Ignorar, corrigir ou redirecionar um comportamento incorreto.
  65. Auxiliar a criança no desenvolvimento de sua autonomia, iniciativa e compreensão daquilo que está fazendo ou do que precisa fazer.
  66. No momento da entrada na escola, o mediador atua direcionando a criança ao grupo e ensinando-a a como se comportar naquele momento, estimulando a observação e imitação do comportamento do grupo. Cabe ao professor, neste momento, receber a criança e dar as ordens do que fazer.

  1. No momento do recreio a liberdade da criança deve ser supervisionada à distância, acompanhando se há ou não um momento de interação com os demais. Se não houver interação, o mediador atua proporcionando essa interação ou inserção da criança nas brincadeiras.
  2. Os passeios escolares realizados fora do ambiente escolar são importantes para a criança, pois oferece oportunidade de vivenciar situações sociais. Levando em conta que a criança apresenta dificuldade de interação e que o passeio escolar não é algo comum em sua rotina, o mediador pode auxiliar a criança neste momento, desde que haja um acordo prévio com a família quanto à questão dos custos do profissional caso o passeio seja realizado fora do turno escolar.
  3. Promover independência nos hábitos de higiene como lavar as mãos, escovar os dentes, vestir-se, despir-se sozinhos caso executem essas ações na escola. Estes hábitos são trabalhados em momentos específicos dentro do contexto escolar. Caso seja uma criança que faça uso de fraldas descartáveis e houver algum profissional específico na escola para esses cuidados, o mediador solicita ajuda deste profissional.
  4. O momento do lanche é uma situação que prioriza a alimentação, mas também permite desenvolver o respeito das crianças umas com as outras, bem como compartilhá-lo em determinadas situações como nos casos de lanches coletivos e festas internas. Após a professora avisar sobre a hora do lanche, o mediador mostra a foto do que a criança fará naquele momento e estimula a criança pegar, preparar seu lanche para comer, manusear objetos (copo, prato, talheres) e guardar seus pertences. Esta atividade proporciona o desenvolvimento de hábitos alimentares dentro do contexto escolar.
  5. O momento da saída é encerrado com a professora estimulando a criança a organizar seu material e a sala de aula. O mediador após mostrar a foto deste momento final da rotina escolar, parte as ordens do educador em informações menores, fazendo a criança entender e realizar o que foi solicitado.
  6. É fundamental que o educador e o mediador não fujam à rotina, pois é esta é fundamental para o desenvolvimento da criança.

Os itens descritos foram retirados e adaptados dos textos:

 - Espectro autístico e suas implicações educacionais - Carla Gikovate e Renata Mousinho - http://www.carlagikovate.com.br/index_arquivos/Page352.htm

Um comentário: