O QUE É EDUCAÇÃO ESPECIAL?
Educação Especial é uma modalidade de
ensino que visa promover o desenvolvimento das potencialidades de
pessoas portadoras de necessidades especiais, condutas típicas ou altas
habilidades, e que abrange os diferentes níveis e graus do sistema de
ensino. Fundamenta-se em referenciais teóricos e práticos compatíveis
com as necessidades especificas de seu alunado.
O QUE É A PESSOA PORTADORA DE DEFICIÊNCIA?
É aquela que apresenta , em comparação
com a maioria das pessoas, significativas diferenças físicas, sensoriais
ou intelectuais, decorrentes de fatores inatos ou adquiridos, de
caráter permanente, que acarretam dificuldades em sua interação com o
meio físico e social.
QUEM É O PORTADOR DE NECESSIDADES EDUCACIONAIS ESPECIAIS?
É o educando que apresenta, em caráter
permanente ou temporário, algum tipo de deficiência física, sensorial,
cognitiva, múltipla, condutas típicas ou altas habilidades, necessitando
por isso, de recursos especializados para desenvolver plenamente seu
potencial e/ou superar ou minimizar suas dificuldades.
O QUE SÃO CLASSES ESPECIAIS?
A Classe Especial é uma sala de aula
preferencialmente distribuída na educação infantil e ensino fundamental,
organizada de forma a se constituir em ambiente próprio e adequado ao
processo ensino/aprendizagem do educando portador de necessidades
educacionais especiais.
Na Classe Especial tentamos encontrar
caminhos e meios facilitadores para a aprendizagem dos educandos com
necessidades educacionais especiais, através de uma política de ação
pedagógica, recursos educacionais mais individualizados e conta com o
professor especializado.
O QUE É ESCOLA INCLUSIVA?
Na escola inclusiva o processo educativo
deve ser entendido como um processo social, onde todas as crianças
portadoras de necessidades especiais e de distúrbios de aprendizagem têm
o direito à escolarização o mais próximo possível do normal.
O alvo a ser alcançado é a integração da criança portadora de deficiência na comunidade.
Uma escola inclusiva deve ser uma escola líder em relação às demais. Ela se apresenta como a vanguarda do processo educacional.
O seu principal objetivo é fazer com que
a escola atue através de todos os seus escalões para possibilitar a
integração das crianças que dela fazem parte.
QUAL A DIFERENÇA ENTRE INCLUSÃO E INTEGRAÇÃO?
Embora ambas constituam formas de
inserção do portador de necessidades educacionais especiais, a prática
da integração vem dos anos 60 e 70, e baseou-se no modelo médico/clínico
da deficiência. Neste modelo os educandos portadores de necessidades
educacuionais especiais precisavam modificar-se (habilitar-se,
reabilitar-se, educar-se) para tornarem-se aptos a satisfazerem os
padrões aceitos no meio social, familiar, escolar, profissional,
recreativo, ambiental.
A prática da inclusão vem da década de
80, porém consolidada nos anos 90, segue o modelo social da deficiência,
segundo o qual a nossa tarefa consiste em modificar a sociedade (
escolas, empresas, programas, serviços, ambientes físicos, etc) para
torna-la capaz de acolher todas as pessoas que apresente alguma
diversidade, portanto estamos falando de uma sociedade de direitos para
todos.
QUAIS SÃO AS PRINCIPAIS RESISTÊNCIAS PARA A INCLUSÃO?
Tanto no âmbito escolar, profissional,
familiar como em outros setores, as principais resistências têm como
origem o preconceito, a falta de informação e intolerância a modelos
mais flexíveis.
O medo do novo, do desconhecido nos
educadores tem origem na formação acadêmica a qual não os habilitou para
o trabalho com a diversidade, nem tão pouco o engenheiro que projeto um
prédio sem rampas, e demais profissões que não preverão uma sociedade
para todos.
Durante muito tempo a Educação Especial
funcionou com um sistema paralelo e não como parte integrante do sistema
geral de educação e ela mesmo foi criando um mito de que é muito
difícil trabalhar com o educando portador de necessidades educacionais
especiais. Sabemos que não é fácil, mas não exige nenhuma “hiper
estrutura” nem nenhum “super educador”.
O QUE PRECISAMOS FAZER PARA ESTE QUADRO SER MODIFICADO?
Através de ações de sensibilização da
sociedade, convivência na diversidade humana, dentro das escolas
inclusivas, das empresas inclusivas e dentro de políticas públicas são
os eixos fundamentais para alicerçar o processo da inclusão.
O mais importante é socializar as
informações sobre os modelos de inclusão para que as teorias se
aproximem revelando verdadeiramente a realidade.
COMO DERRUBAR OS PRECONCEITOS DA INCLUSÃO?
Os preconceitos em relação à inclusão
poderão ser eliminados ou, pelo menos, reduzidos por meio das ações de
sensibilização da sociedade e, em seguida mediante a convivência na
diversidade humana dentro das escolas inclusivas, das empresas
inclusivas, dos programas de lazer inclusivo. Resultados já existem que
comprovem a eficácia da educação inclusiva em melhorar os seguintes
aspectos: comportamento da escola, no lar e na comunidade; resultados
educacionais senso de cidadania, respeito mútuo, valorização das
diferenças individuais e aceitação das contribuições pequenas e grandes
de todas as pessoas envolvidas no processo de ensino-aprendizagem,
dentro e fora das escolas inclusivas.
COMO ESTÁ A SITUAÇÃO DA EDUCAÇÃO INCLUSIVA NO BRASIL?
No país inteiro vem acontecendo uma
série de discussões a respeito do que seria a Inclusão e o Sistema de
Ensino tentando se adaptar a essa nova realidade.
A educação inclusiva embora tenha sido
bandeira da educação especial, não implica somente em incluir o portador
deficiência no sistema regular de ensino. Diz respeito a um sistema
educacional que dê respostas educacionais com qualidade ao conjunto das
pessoas.
QUAIS AS VANTAGENS DA INCLUSÃO PARA UM EDUCANDO SEM DEFICIÊNCIA ESTUDAR JUNTO COM UMA CRIANÇA COM DEFICIÊNCIA?
O desenvolvimento da consciência de
cidadania não pode restringir-se à questão de direitos e deveres das
pessoas em geral, mas deve abranger as questões referentes aos grupos
excluídos ou rejeitados pela sociedade. A escola, enquanto agente que
educa crianças, jovens, adultos e idosos, precisa oferecer oportunidades
para este tipo mais abrangente de formação de cidadãos. Mais do que
isso, a escola precisa oferecer oportunidades de desenvolvimento de
comportamento e atitudes baseados na diversidade humana e nas diferenças
individuais dos seus alunos.
Quando os educandos dos mais diferentes
estilos estudam juntos, podem se beneficiar com os estímulos e modelos
comportamentais uns com os outros. O ser humano necessita passar por
esse tipo de experiência para se desenvolver integralmente.
A convivência na diversidade humana pode
enriquecer nossa existência desenvolvendo, em variados graus, os
diversos tipos de inteligência que cada um de nós possui. O fato de cada
pessoa interagir com tantas outras pessoas, todas diferentes entre si
em termos de atributos pessoais, necessidades, potencialidades,
habilidades, etc. é à base do desenvolvimento de todos para uma vida
mais saudável, rica e feliz.
COMO OS PAIS PODEM O AJUDAR O FILHO/A FILHA ?
Aceitando a deficiência. Se os pais não
aceitarem a deficiência de seu filho, dificilmente ela será aceita pelos
outros membros da família e terá maior dificuldade na integração
social, escolar, etc..
Quando os pais aceitam a deficiência , a
família pode começar a fazer planos para resolver os problemas de uma
maneira justa e construtiva.
Quando os pais rejeitam a deficiência, o ajustamento dos irmãos, amigos, etc, torna-se problemático.
COMO OS PAIS PODEM ACEITAR A DEFICIÊNCIA DO FILHO/DA FILHA?
Não se culpar, mesmo que tenha existido
alguma forma de negligencia com a criança, e por conta disso colaborou
para piorar o quadro comportamental ou da deficiência. O que vale a pena
saber é que precisará enfrentar a situação de uma forma ou de outra.
Se penalizar só irá contribuir para mais
dor e sofrimento, e acarretará mais dificuldade em encontrar ajuda
correta e eficiente para os pais e para a criança.
O diagnóstico médico da criança é um
fator importante para esclarecer os pais: sobre uso de medicação se for o
caso, exames, escola e cuidados adequados, etc. Auxilia também a
evaporar crendices, pensamentos mágicos, buscas de terapias alternativas
que não tenham nenhum cunho científico, isto só leva os pais a se
cansarem, ficarem desmotivados, achando que o filho não tem jeito.
Saber as possibilidades reais do filho e atendimentos adequados é o que efetivamente irá ajudar os pais.
COMO LIDAR COM A INSEGURANÇA E ANSIEDADE DOS PAIS, DOS EDUCANDOS E DOS EDUCADORES NA CLASSE ESPECIAL E NO SISTEMA DE INCLUSÃO?
Os sentimentos de insegurança e
ansiedade têm origem no medo do desconhecido, geralmente o pensamento é
preenchido por idéias, fantasias, expectativas frente à situação nova
que deverá ser enfrentada, via de regra sentida como ameaçadora e
perigosa.
Os pais, os educandos, os educadores e
pessoas em geral costumam sentir isto em situações que requerem novas
adaptações e modificações da forma de pensar sobre a questão ou fato.
Quanto mais seguro e calmo o educador
estiver frente a qualquer que seja a situação, a ansiedade dos pais, do
educando se dissolverá com facilidade. Para isso o educador deve se
sentir respaldado, informado e sensível, evitando posturas radicais,
imposições, descasos, resistências, etc. O modelo de comportamento do
educador influenciará decisivamente o comportamento dos pais e dos
educandos.
É sempre bom lembrar que cabe ao papel do educador ser o mediador
da situação, nunca ser o ditador (achando que sabe o que é melhor para o
educando) ou ser um juiz (julgando os comportamentos de forma moral,
quer seja dos pais ou do educando).
O papel de mediador exige postura compreensiva, diálogo, flexibilidade e delicada firmeza.
Salientamos também que cabe aos pais
procurarem informações e situações que acolham seus dúvidas e medos,
permitindo uma aproximação saudável e equilibrada sobre a nova situação.
Essa postura favorece sensivelmente o apoio ao filho e a acomodação
benéfica para todos, evitando desgastes e conflitos.
SOMENTE MEU FILHO OU FILHA PRECISA DE TRATAMENTOS ADEQUADOS?
Não. É um engano pensar que só a criança
precisa de tratamentos quer seja médico, escolar ou psicológico, os
pais geralmente precisam de alguma forma de apoio.
Os pais sentem-se fragilizados,
assustados, inseguros, e muitas vezes a culpa, a revolta, a raiva,
sentimentos de depressão ou negação perduram por muitos anos
contribuindo para sofrimento familiar.
Essa situação só colabora para adiar um atendimento adequado e com maior sucesso de intervenção precoce para a criança.
Orientações terapêuticas ou grupos de
pais são excelentes formas de apoio e surtem efeitos benéficos na
relação do casal, na relação com o filho , demais filhos e da família
como um todo.
O QUE É O ATENDIMENTO DE ORIENTAÇÃO PARA PAIS?
A Diretoria de Educação Especial tem o serviço de atendimento de Orientação aos Pais que faz parte do PROJETO ESCOLA INCLUSIVA
É uma proposta piloto de inclusão entre pais, educandos, funcionários, educadores e escola como um todo.
Está realizado em etapas nas unidades educacionais, sendo este o trabalho que desenvolvo como psicóloga.
No âmbito escolar:
1.Será oferecido suporte técnico psicopedagógico aos educadores, palestras e capacitação as necessidades do grupo escolar.
2.Acompanhamento caso a caso da inclusão dos educandos portadores de necessidades educacionais especiais.
O atendimento de Orientação aos Pais tem como objetivo:
1. Ajudar os pais a se sentirem acolhidos em sua individualidade.
2. Serem ouvidos atentamente através da mediação entre o casal.
3. Facilitar a troca de idéias, problemas e soluções.
4. Encontrar trocas, experiências, modelos por outros pais que também possuam problemas parecidos.
5. Ajudar de maneira equilibrada os
pais, a fazerem uso de informações atualizadas pela medicina,
psicologia, genética, medicações, etc…
6. Procurar encaminhar para
especialistas, avaliações, etc. quando necessário for para o melhor
atendimento aos pais, ao portador de necessidades educativas especiais e
da família como um todo.
7. Desenvolver uma auto-imagem positiva dos pais através do reconhecimento de sua contribuição com seus filhos.
8. Promover uma melhor interação entre pais e filhos.
Pode ser útil distinguir a diferença entre Psicoterapia e Orientação de Pais.
Ambos atendimentos têm essencialmente os mesmos objetivos de
intervenção (por exemplo, auto-exploração, autoconhecimento e mudança de
comportamento, relacionamento entre o profissional técnico e as pessoas
envolvidas).
A Orientação trata de problemas e
conflitos emergentes enquanto a Psicoterapia abordaria problemas mais
profundos da estrutura e saúde mental da pessoa.
A Orientação acentua mais o presente
(aqui-agora) enquanto a Psicoterapia valoriza conteúdos do passado
revividos e atualizados no presente.
A Orientação acentua mais a mudança e
resolução do conflito atual, enquanto que a psicoterapia acentua o
discernimento e elaboração da situação conflitante.
A Orientação destaca os valores e os
sentimentos da pessoa, enquanto a psicoterapia trabalha os valores e os
sentimentos na medida que for aparecendo no processo psicoterapêutico.
A Orientação tem um caráter mais focal e em curto prazo, enquanto a Psicoterapia mais global e em longo prazo.
O papel do Orientador atua mais como um especialista da área, enquanto do Psicoterapeuta é considerado mais um parceiro.
O QUE CAUSOU O PROBLEMA NO MEU FILHO/FILHA?
A notícia de uma deficiência obriga a
família, particularmente os pais e os irmãos, a reverem seus sonhos e
expectativas para a criança deficiente e para a família como um todo.
O período de adaptação em que cada um
dos elementos da família levará para “aceitar” o problema variará
individualmente. Em algumas famílias, o processo pode ser longo e
difícil, em outras, poderá ocorrer com mais facilidade.
Todos da família enfrentam tensão,
stress, depressão, raiva e negação. É importante neste momento
procurarem alguém para acolher seus desapontamentos (especialista,
psicólogo, amigo, um parente) com o objetivo de serem ouvidos,
compreendidos e conseguirem pensar sobre o assunto de maneira mais
clara, buscando uma solução adequada.
DE QUEM É A CULPA PELA DEFICIÊNCIA?
A busca de culpados é muito freqüente
com já comentamos, esta forma de manifestação emocional vem como uma
tentativa de justificar de maneira concreta uma causa evidente, uma
tentativa de “empurrar para o outro toda responsabilidade” que julgo ser
incapaz de sentir e buscar alguma forma de reparação ou mesmo de negar o
que está acontecendo. Estas saídas buscam diminuir a dor e o sofrimento
, porém não são eficazes. Podem durar muitos anos e o tempo perdido
poderá ser precioso para os cuidados adequados para a criança.
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