domingo, 6 de abril de 2014

O Autismo e a Aprendizagem Escolar

Autor: Paula Pais Gonçalves

RESUMO: Este artigo se propõe a discutir as dificuldades no processo de aprendizagem escolar do aluno autista e algumas sugestões para que o professor melhor possa trabalhar com esta criança especial. Partiu-se do pressuposto de que o educador pouco conhece sobre o autismo e o impacto causado por esta anomalia no processo de aprendizagem.

Palavras-chave: Autismo.  Criança.  Aprendizagem.  Escola.  Educador.

INTRODUÇÃO

O autismo é o causador de muitos distúrbios nas interações sociais. De acordo com Mirenda, Donnellan & Yoder (1983), tais distúrbios podem ser observados já no início da vida; o contato "olho a olho" é anormal antes mesmo de completar o primeiro ano de vida, dentre outras características. Isso prova que não é uma tarefa muito difícil de identificar, entretanto muitos pais têm medo de descobrir que tem uma criança diferente e não buscam auxílio por receio do diagnóstico e, muitas vezes, quando buscam, os profissionais não estão capacitados para dar um diagnóstico preciso.
Na busca pelo diagnóstico, a caminhada é longa e árdua. Cada profissional fala uma coisa e não é raro encontrar aqueles que digam que a culpa é da mãe, aumentando, ainda mais, a indecisão, a dúvida e a insegurança. Quando finalmente o diagnóstico vem, a negação é a primeira reação dos pais: "Não, não pode ser, isto não é verdade! Não meu filho!" (Santos, 2008, p.26)

Diante de tal situação surge a necessidade do preparo do educador ao receber futuramente esta criança com necessidades especiais, de modo que possa adaptá-la ao contexto escolar, promovendo sua melhor aprendizagem e encaminhando-a a um psicopedagogo. Esse dará continuidade ao diagnóstico desta criança, o que envolverá todos os profissionais necessários e a família do aluno, para que este possa viver em sociedade como uma pessoa normal e sendo compreendido em suas diferenças.

   De acordo com BORALLI (2007), existe uma total desatenção para com a formação adequada de profissionais das áreas de Medicina, Psicologia, Pedagogia, Fonoaudiologia, dentre outras.

  A partir disto, torna-se evidente a precisão desta pesquisa que se justifica pela necessidade de mostrar ao educador algumas formas de identificar o autismo através das características apresentadas por tal transtorno mental e que é possível trabalhar com esta criança de maneira eficaz para a promoção do seu desenvolvimento mental ao educador.

  Primeiramente, será exposto o conceito de autismo e suas principais características através da pesquisa bibliográfica de objetivo exploratório. Em seguida, será relatado e estudado um caso real, que ilustra as possibilidades de aprendizagem e socialização de uma criança portadora de autismo, da tipicidade síndrome de Asperger. E por fim, as considerações finais.

1. DEFINIÇÕES DE AUTISMO
 "AUTISMO, s. m. (med.) Estado mental patológico, em que individuo tende a encerrar-se em si mesmo alheando-se ao mundo exterior." (FERNANDES, 1965, p.143)

    Autismo deriva do grego: autos, que significa em si mesmo. A palavra autismo foi usada pela primeira vez em 1943 pelo Dr. Leo Kanner, psiquiatra infantil americano que notou em sua atuação profissional um grupo de crianças que se destacava das demais por duas características básicas: forte resistência a mudanças e incapacidade de se relacionar com pessoas, sempre voltadas para si.

    O DSM IV (2002) define o transtorno Autista como a presença de um desenvolvimento comprometido ou acentuadamente anormal da interação social e da comunicação e um repertório muito restrito de atividades e interesses. As manifestações do transtorno podem variar muito, dependendo do nível de desenvolvimento e da idade cronológica do indivíduo.

2. CAUSAS

Até hoje não se sabe exatamente quais são as causas do autismo, mas estudiosos chegaram a algumas conclusões de fatores que podem ser podem ser predeterminantes da anomalia. Santos (2008) destaca alguns deles: rubéola materna, fenilcetonúria não tratada, encefalite, meningite, tuberosclerose, exposição química, desbalanceamento químico durante o desenvolvimento da criança e predisposição genética.

Porem já foi estudado grupo de gestantes de risco no qual nasceu crianças sadias e grupo de gestantes saudáveis onde ocorreu nascimento de crianças autistas. No entanto, permanece sem explicação para as causas do autismo.

3. CARACTERÍSTICAS DO AUTISMO

São diversas as características comportamentais que podem ser apresentadas por autistas, tais como: distúrbios do relacionamento, distúrbios da fala e linguagem, distúrbios no ritmo de desenvolvimento, distúrbios da motilidade e distúrbio da percepção. Observe cada uma delas detalhadamente:
"Distúrbios do relacionamento: Falta do desenvolvimento de uma relação interpessoal e de contato visual. Tanto o relacionamento com pessoas quanto com objetos inanimados estão alterados. Ausência de sorriso social, desinteresse em participar de jogos e brincadeiras, preferência por permanecer só, etc.
Distúrbios da fala e linguagem - comunicação: Caracterizado por enorme atraso, com fixação e paradas ou total mutismo. A ecolalia é comum, sendo associada ao uso inadequado ou reversão do pronome pessoal. Quando a fala comunicativa se desenvolve, ela é atonal, arrítmica, sem inflexão e incapaz de comunicar apropriadamente as emoções. Na verdade, a comunicação como um todo está comprometida: linguagem oral comunicativa, linguagem receptiva, linguagem gestual e expressão facial.

Distúrbios no ritmo de desenvolvimento: O ritmo mais comum é uma descontinuidade na sequência normal do desenvolvimento.
Distúrbios da motilidade: São os maneirismos, complexos e ritualísticos: exame dos dedos, borboleta- "flapping", caminhar na ponta dos pés, jogar-se para frente e para trás, ninar-se, balançar (acompanhado de rolar ou balançar a cabeça no ar ou no chão ou bater a cabeça contra a parede), rolar ou girar objetos.
Distúrbio da percepção: Há falhas na modulação de estímulos com distorções na hierarquia normal, nas preferências dos receptores e uma incapacidade na habilidade de usar estímulos sensoriais para discriminar o que é importante ou não, ou seja, ocorre um erro de seletividade. Há alternância em procurar ou fugir de estímulos. Assim, certos estímulos o apavoram, como o barulho do liquidificador, ou rasgar papel, enquanto outros sons, que seriam desagradáveis para crianças normais, como o arranhar da unha em um quadro negro ou em uma lixa, são procurados com insistência." (Santos, 2008, p. 18 e 19)

Segundo SCHWARSTZMAN, J.S. e colaboradores (1995) o fato das crianças esfregarem a mão e a língua na parede, dificuldades de notar um alimento sólido e irem de encontro a uma porta ou parede relaciona-se aos distúrbios de percepção.
Estudos de Goodman & Scott (1997) apontam que um terço dos autistas com retardo mental sofre crises convulsivas, que começam a se manifestar dos 11 aos 14 anos. A hiperatividade é muito frequente, mas pode desaparecer na adolescência e ser substituída pela inércia. A irritabilidade também é habitual e comumente é desencadeada pela dificuldade de expressão ou pela interferência nos rituais e rotinas próprias do indivíduo. O autista também pode desenvolver medos intensos que desenvolvem fobias.
Caracteriza também a pessoa autista alterações nos doze sentidos, sendo eles: térmico, tátil, orgânico (capacidade de sentir e defender a vida), equilíbrio, cinestésico (conjunto de movimento do corpo, como um todo), audição, linguagem, "Eu" - (somos únicos e exclusivos), pensamento, visão, paladar e olfato; de acordo ELIANA R. BORALLI (2007) psicomotriscista e coordenadora da Auma - Associação dos Amigos da Criança Autista.
     Ainda há outras características que o autismo pode apresentar, conforme ANA MARIA TARCITANO SANTOS (2008): o autista não sente dor, ele não tem noção do eu (o eu não foi constituído), pode comer em demasia e pode ocorrer inversão da temperatura.
    Através de observações baseadas nessas características o educador poderá dar o primeiro passo do diagnóstico de um aluno autista podendo assim adaptá-lo ao contexto escolar, preparando os coleguinhas para compreendê-lo e trabalhando com ele de forma personalizada para seu melhor desenvolvimento no processo de aprendizagem escolar.

4.  O AUTISTA NO CONTEXTO ESCOLAR
     Devido à grande carência de qualificação profissional para o diagnóstico e atendimento à criança autista, a escola padece ao recepcionar este aluno.
"A escola recebe uma criança com dificuldades em se relacionar, seguir regras sociais e se adaptar ao novo ambiente. Esse comportamento é logo confundido com falta de educação e limite. E por falta de conhecimento, alguns profissionais da educação não sabem reconhecer e identificar as características de um autista, principalmente os de alto funcionamento, com grau baixo de comprometimento. Os profissionais da educação não são preparados para lidar com crianças autistas e a escassez de bibliografias apropriadas dificulta o acesso à informação na área." (Santos, 2008, p. 9)

      Santos (2008) afirma que a escola tem um papel importante na investigação diagnóstica, uma vez que é o primeiro lugar de interação social da criança separada de seus familiares. É onde a criança vai ter maior dificuldade em se adaptar às regras sociais, o que é muito difícil para um autista.

  Visto que existem diversos tipos de autismo, suas características podem variar de acordo com essa variedade e consequentemente o processo de aprendizagem, então há a necessidade de adequação do trabalho pedagógico para aluno. Como menciona Santos (2008), os autistas do tipo Aspergers, por exemplo, falam perfeitamente bem, até sem erros; mas eles têm dificuldade de usar a linguagem como meio de contato social, os obstáculos para a comunicação são sua indisposição ao contato e o foco de interesse restrito.
"O nível de desenvolvimento da aprendizagem do autista geralmente é lento e gradativo, portanto, caberá ao professor adequar o seu sistema de comunicação a cada aluno." (Santos, 2008, p. 30)

    Cabe também ao educador adaptar e preparar os demais os alunos para a melhor inclusão do autista no contexto escolar.
"É de responsabilidade do professor a atenção especial e a sensibilização dos alunos e dos envolvidos para saberem quem são e como se comportam esses alunos autistas." (Santos, 2008, p.30)

    Ana Maria Tarcitano dos Santos (2008) ainda alerta que o autista pode apresentar uma reação violenta ao ser submetido ao excesso de pressão, no entanto se o programa de aprendizagem esta sendo positivo ou se há necessidade de realizar alguma mudança.
   
É utilizado no Brasil um método de ensino com o objetivo de atender as necessidades do autista utilizando as melhores abordagens e métodos disponíveis, é o método TEACCH. Este é um grande aliado do educador que busca eficiência e eficácia no processo de aprendizagem de seu aluno autista, pois trabalha com o autista e toda a sociedade que o envolve.
"No Brasil é muito utilizado o método de ensino TEACCH, que foi desenvolvido no início de 1970 pelo Dr. Eric Schopler e colaboradores, na Universidade da Carolina do Norte." (Santos, 2008, p.31)

Faz necessário que o educador tenha demasiada paciência e compreensão para com o aluno autista para que ele consiga aprender, pois ela pode apresentar um olhar distante e não atender ao chamado e até mesmo demorar muito para aprender determinada lição. Mas nada disso acontece porque a criança é desinteressada e sim porque o autismo compromete e retarda o processo de aprendizagem, ela precisa de muito elogio, motivação e carinho para desenvolver sua inteligência.
"É importante a continuidade do ensino para uma criança autista, para que se torne menos dependente, mesmo que isto envolva várias tentativas, e ela não consiga aprender. É preciso atender prontamente toda vez que a criança autista solicitar e tentar o diálogo, a interação, Quando ocorrer de chamar uma criança autista e ela não atender, é necessário ir até ela, pegar sua mão e levá-la para fazer o que foi solicitado. Toda vez que a criança conseguir realizar uma tarefa, ou falar uma palavra, ou enfim, mostrar progresso, é prudente reforçar com elogios. Quando se deseja que a criança olhe para o professor, segura-se delicadamente o rosto dela, direcionando-o para o rosto do professor. Pode-se falar com a criança, mesmo que seu olhar esteja distante, tendo como meta um desenvolvimento de uma relação baseada em controle, segurança, confiança e amor." (Santos, 2008, p.31 e 32)

5. ESTUDO DE CASO

O estudo foi feito através de busca de informações sobre a história e o cotidiano de uma criança autista, respondendo as seguintes indagações: 
- Quais são seus interesses? 
- Como é seu relacionamento com os familiares? 
- Como é sua convivência escolar? 
- Quais são suas potencialidades? 

 O caso pesquisado foi encontrado e pesquisado via internet, exibido em Programa Especial na televisão em 21 de maio de 2010.
L., uma criança do sexo feminino de 10 anos de idade, portadora de autismo do tipo Asperger; embora contem em seu interior as dificuldades e limitações do autismo, é uma criança que vive naturalmente e gosta das mesmas coisas que uma criança dita como "normal".

A mãe conta que a menina chorava muito e não sabia mamar, apresentava dificuldade na questão motora (para ela a coordenação motora era uma coisa muito difícil). Aos dois anos e meio de idade foi diagnosticada como tendo a síndrome de Asperger.
Relata a mãe que a família ao descobrir esta ou qualquer outra anomalia  passa a procurar um milagre, uma pílula mágica, mas tal pílula não existe, pois o milagre acontece diariamente.

A mãe brinca até de casinha com a filha para ensiná-la os códigos sociais. Tem também uma filha de quatorze anos de idade, a qual compreende e pratica diversas atividades com a irmã autista.

Além de consultas com a fonoaudióloga foi acompanhada por psicopedagogo ao entrar na escola e praticava natação para auxiliar na coordenação motora.

A escola, com uma visão personalizada a esta criança descobriu nela um grande potencial para cantar. Certo dia ela subiu no palco porque tinha uma apresentação na escola, começou então a cantar e notaram sua linda voz. A escola sugeriu à mãe que colocasse a menina na aula de canto, pois tinha muito potencial para cantar. Como diz a mãe isso também isso também é uma forma de ajudar a criança autista a melhorar sua autoestima; ela apresenta dificuldades motoras, porém para cantar ela não necessita de coordenação motora e sim de voz e outras coisas. Ela faz aula de canto e é feliz cantando e a música para ela é algo que ela pode fazer melhor que os outros, alimentando seu ego.

A menina faz aula de canto, é feliz e integrada na escola dela, acompanha sua turma (com adaptação, ela tem uma mediação, no inicio diária depois passou a três vezes por semana). Mae menciona que quando a filha entrou nesta escola apresentava tanta dificuldade de interagir com o outro que não saia debaixo da mesa; agora ela é completamente interligada ao grupo social, seus amigos de escola têm muito carinho e cuidado com ela, aprenderam a lidar com a diferença dela e não a veem como diferente e ao mesmo tempo a ajudam.

Para finalizar a mãe da menina afirma que os pais tem dentro de si um remédio transformador que é o amor, o amor de entrega, de acolhimento, de aceitação. Sendo assim o doutor daquilo que o filho tem, encontrando formas de terapia através de um olhar peculiar que nem os melhores doutores das melhores universidades do mundo conseguiram encontrar. 

A mãe de L. visualiza nela possibilidade de continuar evoluindo, de ter um amor, filhos, carreira e ser feliz como qualquer pessoa. 


6. ANÁLISE DOS DADOS

Baseando-se nesse caso verídico percebe-se que é possível que um autista tenha uma vida normal através de um diagnóstico preciso e de adaptação, acolhimento da criança no contexto social. Isto quando não iniciado pela família torna-se uma tarefa exclusiva do educador ao recebê-lo em sala de aula, dessa forma o aluno que era visto como uma "ovelha negra" da turma passa a ser vista uma agradável criança que necessita de adaptações específicas para aconselhar a aprendizagem e compreensão por parte de todos.


7. CONCLUSÃO

    Pode-se afirmar através da pesquisa bibliográfica e do estudo de caso discutidos neste artigo, que apesar de o autismo apresentar um empecilho para o relacionamento social e para processo de aprendizagem é possível que o autista se torne uma pessoa que sabe conviver perfeitamente em sociedade e evoluir como qualquer outro que é "normal" ou muito mais quando se descobre sua potencialidade. Existem muitas pessoas de destaque na história que era ou é um autista, tais como: Van Gogh, Bill Gates e muitos outros.

    Para que seja possível tal evolução do autista é preciso que sua anormalidade seja identificada e diagnosticada para que este seja acolhido, aceito e compreendido pelos seus grupos sociais. Quanto à identificação da anormalidade que em muitos casos não é iniciada pela família, como já descrito no, fica a cargo da escola e em especial de seu educador.

Vale ressaltar que é de suma importância a divulgação de trabalhos como este, abordando conceitos e característica do autismo, uma vez que é indispensável que não somente o educador, mas toda a sociedade tome conhecimento sobre esta anomalia; possibilitando então um melhor acolhimento e compreensão para com o autista. Como ressalta BORALLI, 2007 que o Brasil enfrenta grande dificuldade quanto ao atendimento do público autista, por volta de volta de um milhão; seguindo uma postura assistencialista, típico de país de terceiro mundo; sendo assim o atendimento aos autistas fica por conta das associações de pais e de iniciativas privadas.

Fica como sugestão que para dar continuidade ao estudo façam-se pesquisas sobre atividades pedagógicas que promovam a aprendizagem do aluno autista.

REFERÊNCIAS

Curso: Autismo: Das questões teóricas à prática, Coordenadora do Curso Eliana Rodrigues Boralli - 2007.

DSM- IV: Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais, Editora Artes Médicas, Porto Alegre, 2002.

FERNANDES, Francisco. Dicionário Brasileiro Contemporâneo. Edições Melhoramentos. São Paulo, 1965.

GOODMAN, Robert. Scott, Stephen. Child Psychiatry. Wiley-Blacwell Scienc, 2005.

MIRENDA, P., Donnellan, A. M., Yoder, D. E. (1983) Gaze behavior: A new look at an old problem. Journal of Autism and Developmental Disorders, 13, 297-309.

SANTOS, Ana Maria Tarcitano. Autismo: um desafio na alfabetização e no convívio escolar. São Paulo: CRDA, 2008.

SCHWARSTZMAN, J. S. Assunpção, F.B. Jr. e Colaboradores. Autismo Infantil,
Memnon Edições Científicas Ltda. São Paulo, 1995.

Um comentário:

  1. Adorei este artigo. Mas preciso que fale POR FAVOR, quais as referencias bibliograficas do artigo, N: 151:RECEBER O ALUNO COM DEFICIENCIA NA SALA DE AULA NAO SIGNIFICA INCLUSAO, QUE A AUTORA MARINA DA SILVEIRA RODRIGUES ALMEIDA UTILIZOU. dESDE JA OBRIGADO.

    ResponderExcluir