quinta-feira, 11 de abril de 2013

Muitas crianças autistas não verbais superam atrasos severos de linguagem



Imagem: Autism Speaks
Imagem: Autism Speaks

Muitos pais de crianças autistas ouviram que, se seus filhos não estivessem falando por volta dos 4 ou 5 anos, eles ou elas, provavelmente, não iriam mais fazer isso. Alguns pesquisadores contrariaram essa visão – citando casos de crianças que desenvolveram linguagem durante o ensino fundamental ou até na adolescência. Hoje, um estudo com mais de 500 crianças confirma esses relatos promissores. Ele saiu online hoje no jornal Pediatrics.  
Cientistas do Centro para Autismo e Transtornos Relacionados, em Baltimore, pesquisaram informações de 535 crianças, entre os 8 e 17 anos de idade, diagnosticadas com autismo e com atraso severo de linguagem aos 4 anos. Nessa idade, os atrasos de fala dessas crianças variavam do totalmente não verbal até o uso de palavras isoladas ou frases sem verbos.
Os pesquisadores descobriram que, de fato, muitas dessas crianças progrediram no sentido de adquirir linguagem. Quase metade (47%) se tornaram fluentes na fala. E quase dois terços (70%) podiam falar usando frases simples.
Os pesquisadores também queriam entender os fatores que poderiam prever se uma criança autista com atraso severo de linguagem poderia, eventualmente, desenvolver a fala. Eles descobriram que a maioria das crianças que desenvolveu linguagem tinha QIs mais altos (avaliados em testes não verbais) e grau de comprometimento social mais baixo. E o que é mais surpreendente: os pesquisadores descobriram que o nível de comportamentos repetitivos e interesses restritos da criança NÃO afetou a probabilidade de desenvolver linguagem.
“Essas descobertas dão esperança aos pais, de que seus filhos com atrasos de linguagem vão desenvolver-se no sentido de adquirir a fala no ensino fundamental ou até na adolescência”, disse Geraldine Dawson, Ph.D e líder da divisão de Ciência da Autism Speaks. “O destacamento de premissas importantes na aquisição da linguagem – especialmente o papel das habilidades cognitivas e sociais não verbais – também sugere que focar nessas áreas na intervenção precoce irá ajudar a promover a linguagem.”


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