quinta-feira, 4 de abril de 2013

Instituto da Família traz ao Brasil método de detecção precoce do autismo


http://revistapaisefilhos.uol.com.br/crianca/comportamento/autismo-a-luta-para-sair-do-casulo?page=3

Pediatra deve estar preparado para identificar sinais precoces, porque é o primeiro profissional procurado pela mãe
O pediatra Leonardo Posternak, pai de Thiago e Luciana, fundou e é presidente do Instituto Família, que trouxe da França o PREAUT, método de pesquisa e detecção precoce do autismo, feito ainda no primeiro ano de vida do bebê. Segundo ele, “o diagnóstico precoce do autista se fundamenta no desenvolvimento psíquico da criança”.
Os sinais de desenvolvimento se dividem em positivos (normais) e de sofrimento, que por sua vez são subdivididos em barulhentos e silenciosos. “Os barulhentos são facilmente detectáveis. Os que preocupam são os silenciosos, que podem passar despercebidos pela família e pelo pediatra”.
 Os sinais positivos são:
Registro alimentar (pulsão oral): o bebê percebe a necessidade de ser alimentado, demanda a comida e a recebe de sua mãe. Durante a alimentação também deve existir uma troca afetiva.
Registro do olhar (pulsão especular): diferente de visão, o olhar significa ter atenção e cuidado para com o outro. Então é o “olho a olho” mãe e filho e o olhar do pediatra observando esta relação. “Com três meses de vida, não se pode ter mais dúvida do olhar da criança”.
Registro da voz (pulsão vocal): dentre os fenômenos relacionados a voz existem dois: o apelo, que a criança faz chorando, balbuciando, repetindo sílabas. E significa que a criança está entrando na linguagem de seus pais. E a mãe traduz os sons produzidos pela criança.
“A gente quer que os pediatras se tornem bons especialistas do normal. Quando você se acostuma ao normal, ele te dá um branco, e, neste branco, aparecem os coloridos”, diz o dr. Leonardo.
Segundo ele, para que um médico possa olhar sinais clínicos de autismo precoce ou sinais de risco de entrar em autismo, este médico tem de ler o bebê de outra maneira. “Não é só pesar, medir, dar vacinas, dar boa alimentação. Quando eu olho o bebê, ele olha para mim? Como ele reage quando eu falo com ele, quando eu dou um beijo na barriga? Isso são coisas normais, mas que nunca nos ensinaram”, disse em entrevista à Pais & Filhos de março.
 Dr. Leonardo explica que o pediatra é o primeiro profissional procurado pela mãe, por isso precisa estar preparado para detectar os sinais precocemente.  “Nunca vi uma mãe sair da maternidade e ir direto procurar uma psicóloga. O pediatra é o primeiro contato dos pais. Ele tem de estar preparado para encaminhar para um tratamento especializado.
Segundo o pediatra, antigamente, se diagnosticava o autismo aos 4 anos apenas. “Se você encaminha uma criança com 12 meses para tratamento, você tem mais chances de ter bons resultados. Falar de cura de autismo não sei se podemos. Mas você coloca essas crianças em uma vida social e afetiva muito melhor, com certeza”.

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