quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014

Estudioso aponta deficiências nos Caps


Segundo o professor de psiquiatria da Universidade Federal do Ceará (UFC), André Férrer Carvalho, a conta é simples e a situação, “calamitosa”. De acordo com Férrer, há uma necessidade mínima absoluta de 50 leitos psiquiátricos para cada 100 mil habitantes. “No Ceará a situação é calamitosa. Atualmente temos menos de 13 leitos psiquiátricos para cada 100.000 habitantes.” 
O professor reforça que, mesmo diante de avanços científicos da psiquiatria, com o desenvolvimento de métodos farmacológicos e psicossociais de tratamento, há pacientes que precisam de internamento em algum momento na evolução de seus transtornos mentais. “A cobertura da rede de atenção psiquiátrica dos Caps a nível ambulatorial é ainda restrita. Diversos cidadãos com transtornos mentais graves ficam sem atendimento, literalmente ‘perambulando’ pelas ruas sem tratamento adequado.” 
André Férrer Carvalho acrescenta que talvez essa seja a face mais grave da desigualdade social. “O Estado não assegura um tratamento digno a seus doentes mentais.”

O psiquiatra aponta deficiências nos Caps.“Há diversas carências e limitações nos modelos de atendimento. Há a necessidade de melhor capacitação de recursos humanos. A articulação com as unidades básicas de saúde ainda é precária. Além do mais, muitos Caps ainda não têm disponíveis medicações antipsicóticas altamente eficazes, como os antipsicóticos atípicos.” (SRA)

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