Destacado na página de notícias da Apple, um artigo da SF Weekly
prendeu minha atenção do começo ao fim: ele fala da história de Leo
Rosa, um garotinho com autismo, cuja família ganhou um iPad numa rifa da
escola. Apesar de já terem experimentado o iPod touch, os Rosa não
imaginavam que a tablet da Apple fosse muito mais que uma versão maior
do PMP.
“Depois de Leo passar cinco minutos com seu iPad”, conta Shannon Rosa,
mãe de Leo, “percebi que quaisquer opiniões de que [o iPad] não passava
de um iPod touch maior e mais frágil eram idióticas”. Com mais espaço
para Leo interagir facilmente, dado que o garoto não tem coordenação
motora fina bem desenvolvida, a tablet ofereceu justamente o que faltava
no iPod para tornar-se um brinquedo atraente e fácil de usar.
Um app como Stories2Learn (US$14; 5,4MB;
requer o iOS 3.1.2 ou superior), com o qual é possível criar histórias
personalizadas com imagens e narração, por exemplo, facilita bastante o
processo de aprendizagem para portadores de autismo. Abaixo, veja como
funciona o aplicativo (demonstrado pela irmã de Leo, já que o garoto
adora repetir exaustivamente as falas da história):
Parece pouco, mas para a família Rosa chega a ser quase um milagre (a
ponto de Shannon dizer que pode chegar a “erguer um pequeno altar para
Steve Jobs no canto da sala”) e muitos educadores vêm notando claros
progressos entre crianças expostas ao iPad. Por enquanto os relatos são
positivos, mas ainda não há estudos científicos comprovando a eficácia
do gadget e sempre há a chance de Leo deixar a tablet de lado, depois de
um tempo.
Chega a ser estranho como um gadget que não foi concebido com pessoas
com dificuldades especiais em mente (apesar de contar com uma vasta
gama de opções em acessibilidade) pode ser mais acessível e apresentar
resultados mais otimistas que máquinas de US$5 mil criadas com o autismo
em foco. John Gruber tem uma opinião
a respeito dos bons resultados que o iPad apresenta entre portadores
desta síndrome: eliminar os intermediários na computação torna o uso de
computadores bem mais acessível para pessoas com dificuldades de
aprendizado. O que você faz na tela reage na tela — um detalhe, mas que faz uma diferença imensa.
Outro elemento importante, principalmente para as crianças que usam o
iPad, é contado por Robert Hummel-Hudson, cuja filha Schuyler usa o
Proloquo2Go (US$190; 222MB;
requer o iOS 3.0 ou superior), um aplicativo de comunicação aumentada e
alternativa (AAC), para expressar-se: “Ficou bastante claro que a
Schuyler adora a forma como ela pode sair do mundo ‘típico’ (jogos,
música, vídeos, etc.) para [AAC], e num aparelho que não anuncia que ela
tem uma deficiência.”
Pelo visto, o iPad foi um daqueles #FAILs clássicos da história humana: ele errou a Lua, mas acertou uma estrela.
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