segunda-feira, 13 de outubro de 2014

Mães buscam novas tecnologias para tratamento do autismo

Ricardo Bastos - Hoje em Dia
Mães buscam novas tecnologias para tratamento do autismo
Mães de autistas se articulam para usar métodos alternativos para melhorar a de vida dos seus filhos
A busca por tratamentos do autismo tem unido mães por todo o Brasil. Na luta por melhoria na qualidade de vida dos filhos, elas tentam viabilizar o uso de novas tecnologias, medicamentos e terapias alternativas no país. Atualmente, muitas famílias escolhem levar pacientes autistas para serem acolhidos por especialistas no exterior.

Para divulgar esses tratamentos, um grupo de mães irá promover, no próximo sábado, um encontro em Belo Horizonte que terá como tema “Autismo em Conferência multidisciplinar: novos tratamentos”. Além de especialistas brasileiros, o evento terá a participação do renomado médico americano James Neubrander. “A gente não se conforma só em fazer o básico. Existem abordagens que fazem a criança até perder o diagnóstico”, disse uma das organizadoras do evento e mãe de autista, Michelle Freitas.
Uma das alternativas de tratamento é o biomédico. Iniciado nos Estados Unidos a partir do trabalho do doutor Bernard Rimland, a terapia se baseia no combate às causas biológicas e físicas da doença, a partir de intervenções dietéticas e nutricionais.

O médico Rogério Rodrigues Rita, de Florianópolis (SC), um dos primeiros a utilizar o tratamento no Brasil, apresentará o tema na conferência. “Existem várias terapias que podem ajudar as crianças autistas a se desenvolverem e alcançar o máximo do seu potencial”, frisou. Na palestra, ele irá abordar o movimento biomédico e qual as bases científicas dele, além de explicar como chegar a um tratamento integral do autismo.

Câmara

Outro tratamento inovador, mas ainda pouco acessível aos brasileiros, será apresentado pelo americano James Neubrander. Com o uso da câmara hiperbárica – terapia que permite a inalação de oxigênio puro a uma pressão acima da ambiente, mas ainda não utilizada no Brasil – aliada à vitamina MB12, o especialista conseguiu resultados satisfatórios em tratamentos que ele coordena nos Estados Unidos. Já a vitamina MB12 é administrada por alguns médicos no país, também com bons resultados.

“Os tratamentos e protocolos que uso possibilitaram ajudar milhares de crianças, que hoje são consideradas recuperadas. Eles não são rápidos, fáceis ou baratos, mas quando feitos de forma gradual, a maioria das crianças apresenta melhora”, afirmou Neubrander.

Pacientes comemoram recuperação

Quem pode arcar com o tratamento acaba optando por atendimento particular. Pelo Sistema Único de Saúde (SUS), o paciente tem acompanhamento, identificação e estimulação precoce. Os pacientes também são acolhidos na rede psicossocial e nos Centros Especializados em Reabilitação. O tratamento é focado nas dimensões cognitivas e de linguagem oral, escrita e não verbal, intervenções educativas e comportamentais direcionadas aos sintomas.

Porém, em busca de terapia alternativa, Michelle Freitas apostou no tratamento biomédico para melhorar a qualidade de vida do filho Miguel, de 5 anos. “Ele melhorou bastante. Antes, chorava muito, não dormia à noite, não podia ser contrariado. A nossa vida mudou completamente. Até as terapeutas se surpreenderam com o resultado”. Por mês, a família gasta cerca de R$ 6 mil com o método aliado a cuidados especiais.

Já a corretora de imóveis Márcia Frutuoso Barreto buscou ajuda no exterior para o filho Guilherme, de 5 anos, que perdeu a fala aos 2. Após o tratamento com a câmara hiperbárica, ele é considerado um menino normal. “Meu filho está completamente recuperado. Diferente do que muitos acreditam, o autismo é tratável”.

Após gastar R$ 200 mil nas viagens para tratar o filho Vitor, de 4 anos, nos EUA, a advogada Cristina Doto comemora. “Ele se comunica, interage e, em alguns aspectos, está mais desenvolvido do que outras crianças”.

Mães buscam novas tecnologias para tratamento do autismo
Transtorno aparece na infância

O autismo é um transtorno que afeta o desenvolvimento normal do cérebro, e aparece nos três primeiros anos de vida.



O grau de comprometimento vai de quadros mais leves, como a síndrome de Asperger, até formas graves em que o paciente se mostra incapaz de manter contato interpessoal e apresenta comportamento agressivo e retardo mental.

Conferência

As inscrições para a conferência no próximo sábado custam R$ 220 e são limitadas. Mais informações podem ser obtidas pelo e-mail benueventos@hotmail.com ou pelos telefones (31) 7593-0299 e 9113-2568. O evento será realizado de 8h às 20h, no teatro Ney Soares do UNI-BH (rua Diamantina, 463 – Lagoinha).

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