A Teoria de Integração Sensorial
descreve como o indivíduo desenvolve a capacidade de perceber, aprender e
organizar sensações recebidas do seu corpo e do meio para executar
atividades voluntárias e significativas. Um importante componente desta
teoria é a explicação de Ayres sobre como a criança desenvolve a
capacidade de organizar inputs sensoriais. (Ayres, 1972, 1979). Ela
coloca que, inicialmente, a criança recém nascida experimenta sensações
mas não é capaz de dar significado a elas.
Durante o caminho da criança para ampliar a percepção de seu corpo do mundo, e durante suas continuadas experiências interativas, a criança começa a dar significado às sensações que ela percebe. Enquanto a criança continua a experimentar vários graus, tipos e combinações de informação sensorial no meio, ela responde produzindo respostas adaptativas: uma resposta com objetivo e intencional que provoca com sucesso uma mudança no meio. Cada vez que a criança responde de maneira adaptativa seu sistema nervoso armazena a percepção e o conhecimento adquirido a partir desta experiência, utilizando-o para guiar organizações futuras ou diferentes experiências sensoriais e demandas do meio. Quando a criança é capaz de enfrentar com sucesso os desafios de seu meio há um aumento na habilidade do cérebro em organizar sensações para produzir complexas respostas adaptativas. Este processo é chamado Integração Sensorial.
Portanto a Integração Sensorial refere-se ao processo neural através do qual o cérebro recebe, registra e organiza o input sensorial para uso na generalização das respostas adaptativas do corpo ao meio circundante, começando durante o desenvolvimento pré-natal.
Os inputs vestibular e somatosensoriais têm um papel vital na criação de modelos precisos do corpo para o controle postural necessário à orientação corporal em relação à gravidade e ao meio. O processo de feedback sensorial produzido pelo movimento permite adaptação de ações motoras às mudanças das demandas do meio e das tarefas e facilita a aprendizagem motora, assim como componentes de aprendizagem perceptual e cognitiva.
Ayres propôs que uma adequada integração sensorial não é apenas a base da aprendizagem mas também a base da aprendizagem e do desenvolvimento emocional. Ela coloca que esta emoção é uma função do sistema nervoso, e que processar e integrar sensações para produzir respostas é básico para o crescimento emocional.
Portanto, integração saudável e respostas aos inputs sensoriais foram também associados ao desenvolvimento e organização da ligação entre pais e criança, desenvolvimento social, autoconceito e auto-regulação.
Guiados pelo trabalho pioneiro de A. Jean Ayres, terapeutas ocupacionais desenvolveram contribuições e estratégias de tratamento para trabalhar com disfunções da integração sensorial em crianças de idade escolar desde o início dos anos 70. No entanto, com o aumento do conhecimento dos terapeutas sobre os sinais de problemas integrativos e com as novas contribuições que foram desenvolvidas que esclarecem os componentes do processo sensorial e da organização motora, a identificação de desordens da integração sensorial em idades muito precoces tornou-se possível.
Muito foi aprendido sobre os sinais precoces de problemas nos processos sensoriais entrevistando as famílias de crianças mais velhas com desordens de integração sensorial acerca do seu desenvolvimento. Muitas dessas famílias contam que eles observavam que estes problemas estavam presentes desde o nascimento. Por exemplo, seus recém-nascidos tinham dificuldades com as demandas motoras orais e experiências corporais básicas, tais como subir numa cadeira ou descer uma escada após tê-la subido de joelhos. Além disso, a criança pode não ser capaz de formular sinais corporais apropriados ou gesticular para comunicar desejos de carinho, comida ou brinquedo favorito. Aos 2 ou 3 anos de idade a criança pode apresentar problemas de evacuação ou dificuldades em adquirir habilidades simples de cuidado diário, tais como se vestir peças de roupa, sapatos e casacos. Preensão inadequada de brinquedos ou outros objetos ou o uso contínuo e repetitivo de comportamentos imaturos de brincar podem ser observados.
Em uma criança pouco ativa, o comportamento de "espectador da brincadeira" pode começar a aparecer, com a criança (que se aproxima da idade pré-escolar) evitando os jogos de manipulação de brinquedos ou jogos motores, preferindo atividades mais sedentários, tais como ver televisão ou olhar livros. Crianças brilhantes podem esconder inadequações de planejamento motor através de jogos de faz-de-conta e ênfase na imaginação e interação social sobre jogos de manipulação de objetos e coordenação global.
Um bebê ou criança pequena com disfunção integrativa-sensorial tem sintomas que se imaginam refletir uma desordem no processo neural central de input sensorial.
Assim como uma desordem pode conduzir a interações desorganizadas e não adaptativas com o meio do qual o feedback sensorial e os modelos de ação interna são produzidos, também pode perpetuar o problema. O quadro clínico, no entanto, pode variar muito de criança para criança. As diferenças podem ocorrer tanto pela severidade da desordem como pela configuração dos fatores que compõem o quadro individual de cada criança. O processo sensorial disfuncional em algumas crianças pode, em última instância, resultar em dificuldades de aprendizagem, que podem conduzir ao fracasso escolar; em outras crianças, ele pode ser refletido em frustrantes movimentos globais desajeitados ou em constante dificuldade em adquirir habilidades ocupacionais que outras crianças adquirem com facilidade.
Desordens funcionais na habilidade para modular as sensações recebidas são também observadas em muitos casos nos quais a criança parece ter hipersensibilidade às experiências sensoriais simples, tais como andar na grama ou descer por um escorregador. Do mesmo modo, a criança pode falhar em se orientar na presença de inputs sensoriais desconhecidos, tais como um golpe de ar atrás do pescoço, a presença de um novo e colorido brinquedo ou uma nova pessoa entrando na sala.
2.1 - CONCEITOS BÁSICOS
Ayres enfatiza a importância dos sistemas tátil e vestibular-proprioceptivo como sistema de unificação, cuja operação eficiente promove o desenvolvimento geral de comportamentos. Duas desordens de modulação sensorial comumente mencionadas, a insegurança gravitacional e a hipersensibilidade tátil, parecem ter conseqüências emocionais.
Segurança gravitacional é vital para a segurança emocional . A criança precisa desenvolver a "crença de que está firmemente conectada à terra e que ela terá sempre um lugar seguro para estar em pé" para que possa, de certa forma, mover-se no mundo (Apud. Ayres, 1979, p.76). Para este fim, a criança é levada a uma "viagem interna" para explorar e dominar a gravidade e ela internaliza esta habilidade motora. Crianças que têm insegurança gravitacional, que é definida como uma intensa ansiedade e angústia em resposta a movimento ou à mudança de posição da cabeça, experimentam uma sensação de ameaça quando são solicitadas a se mover. A criança prefere estar em contato físico com uma base segura a entrar em brincadeiras que envolvam movimento.
Outro exemplo de hipersensibilidade ao input sensorial que pode ter implicações sócio-emocionais é a "defesa tátil", que é definida como uma reação aversiva ao toque. Experiências sensoriomotoras naturais que ocorrem na vida de uma criança pequena, tais como cócegas e batidas, podem assumir significados negativos ao invés dos significados afetivos positivos que seriam esperados.
Como os sistemas somatosensorial , vestibular-proprioceptivos e praxia trabalhando juntos e efetivamente, a criança aprende que é um indivíduo distinto e único, podendo começar a tomar o comando emocional de sua vida. A percepção das sensações do corpo permitem à criança se mover livre e efetivamente, sem associações afetivas negativas durante sua interação com o mundo.
Durante o caminho da criança para ampliar a percepção de seu corpo do mundo, e durante suas continuadas experiências interativas, a criança começa a dar significado às sensações que ela percebe. Enquanto a criança continua a experimentar vários graus, tipos e combinações de informação sensorial no meio, ela responde produzindo respostas adaptativas: uma resposta com objetivo e intencional que provoca com sucesso uma mudança no meio. Cada vez que a criança responde de maneira adaptativa seu sistema nervoso armazena a percepção e o conhecimento adquirido a partir desta experiência, utilizando-o para guiar organizações futuras ou diferentes experiências sensoriais e demandas do meio. Quando a criança é capaz de enfrentar com sucesso os desafios de seu meio há um aumento na habilidade do cérebro em organizar sensações para produzir complexas respostas adaptativas. Este processo é chamado Integração Sensorial.
Portanto a Integração Sensorial refere-se ao processo neural através do qual o cérebro recebe, registra e organiza o input sensorial para uso na generalização das respostas adaptativas do corpo ao meio circundante, começando durante o desenvolvimento pré-natal.
Os inputs vestibular e somatosensoriais têm um papel vital na criação de modelos precisos do corpo para o controle postural necessário à orientação corporal em relação à gravidade e ao meio. O processo de feedback sensorial produzido pelo movimento permite adaptação de ações motoras às mudanças das demandas do meio e das tarefas e facilita a aprendizagem motora, assim como componentes de aprendizagem perceptual e cognitiva.
Ayres propôs que uma adequada integração sensorial não é apenas a base da aprendizagem mas também a base da aprendizagem e do desenvolvimento emocional. Ela coloca que esta emoção é uma função do sistema nervoso, e que processar e integrar sensações para produzir respostas é básico para o crescimento emocional.
Portanto, integração saudável e respostas aos inputs sensoriais foram também associados ao desenvolvimento e organização da ligação entre pais e criança, desenvolvimento social, autoconceito e auto-regulação.
Guiados pelo trabalho pioneiro de A. Jean Ayres, terapeutas ocupacionais desenvolveram contribuições e estratégias de tratamento para trabalhar com disfunções da integração sensorial em crianças de idade escolar desde o início dos anos 70. No entanto, com o aumento do conhecimento dos terapeutas sobre os sinais de problemas integrativos e com as novas contribuições que foram desenvolvidas que esclarecem os componentes do processo sensorial e da organização motora, a identificação de desordens da integração sensorial em idades muito precoces tornou-se possível.
Muito foi aprendido sobre os sinais precoces de problemas nos processos sensoriais entrevistando as famílias de crianças mais velhas com desordens de integração sensorial acerca do seu desenvolvimento. Muitas dessas famílias contam que eles observavam que estes problemas estavam presentes desde o nascimento. Por exemplo, seus recém-nascidos tinham dificuldades com as demandas motoras orais e experiências corporais básicas, tais como subir numa cadeira ou descer uma escada após tê-la subido de joelhos. Além disso, a criança pode não ser capaz de formular sinais corporais apropriados ou gesticular para comunicar desejos de carinho, comida ou brinquedo favorito. Aos 2 ou 3 anos de idade a criança pode apresentar problemas de evacuação ou dificuldades em adquirir habilidades simples de cuidado diário, tais como se vestir peças de roupa, sapatos e casacos. Preensão inadequada de brinquedos ou outros objetos ou o uso contínuo e repetitivo de comportamentos imaturos de brincar podem ser observados.
Em uma criança pouco ativa, o comportamento de "espectador da brincadeira" pode começar a aparecer, com a criança (que se aproxima da idade pré-escolar) evitando os jogos de manipulação de brinquedos ou jogos motores, preferindo atividades mais sedentários, tais como ver televisão ou olhar livros. Crianças brilhantes podem esconder inadequações de planejamento motor através de jogos de faz-de-conta e ênfase na imaginação e interação social sobre jogos de manipulação de objetos e coordenação global.
Um bebê ou criança pequena com disfunção integrativa-sensorial tem sintomas que se imaginam refletir uma desordem no processo neural central de input sensorial.
Assim como uma desordem pode conduzir a interações desorganizadas e não adaptativas com o meio do qual o feedback sensorial e os modelos de ação interna são produzidos, também pode perpetuar o problema. O quadro clínico, no entanto, pode variar muito de criança para criança. As diferenças podem ocorrer tanto pela severidade da desordem como pela configuração dos fatores que compõem o quadro individual de cada criança. O processo sensorial disfuncional em algumas crianças pode, em última instância, resultar em dificuldades de aprendizagem, que podem conduzir ao fracasso escolar; em outras crianças, ele pode ser refletido em frustrantes movimentos globais desajeitados ou em constante dificuldade em adquirir habilidades ocupacionais que outras crianças adquirem com facilidade.
Desordens funcionais na habilidade para modular as sensações recebidas são também observadas em muitos casos nos quais a criança parece ter hipersensibilidade às experiências sensoriais simples, tais como andar na grama ou descer por um escorregador. Do mesmo modo, a criança pode falhar em se orientar na presença de inputs sensoriais desconhecidos, tais como um golpe de ar atrás do pescoço, a presença de um novo e colorido brinquedo ou uma nova pessoa entrando na sala.
2.1 - CONCEITOS BÁSICOS
Ayres enfatiza a importância dos sistemas tátil e vestibular-proprioceptivo como sistema de unificação, cuja operação eficiente promove o desenvolvimento geral de comportamentos. Duas desordens de modulação sensorial comumente mencionadas, a insegurança gravitacional e a hipersensibilidade tátil, parecem ter conseqüências emocionais.
Segurança gravitacional é vital para a segurança emocional . A criança precisa desenvolver a "crença de que está firmemente conectada à terra e que ela terá sempre um lugar seguro para estar em pé" para que possa, de certa forma, mover-se no mundo (Apud. Ayres, 1979, p.76). Para este fim, a criança é levada a uma "viagem interna" para explorar e dominar a gravidade e ela internaliza esta habilidade motora. Crianças que têm insegurança gravitacional, que é definida como uma intensa ansiedade e angústia em resposta a movimento ou à mudança de posição da cabeça, experimentam uma sensação de ameaça quando são solicitadas a se mover. A criança prefere estar em contato físico com uma base segura a entrar em brincadeiras que envolvam movimento.
Outro exemplo de hipersensibilidade ao input sensorial que pode ter implicações sócio-emocionais é a "defesa tátil", que é definida como uma reação aversiva ao toque. Experiências sensoriomotoras naturais que ocorrem na vida de uma criança pequena, tais como cócegas e batidas, podem assumir significados negativos ao invés dos significados afetivos positivos que seriam esperados.
Como os sistemas somatosensorial , vestibular-proprioceptivos e praxia trabalhando juntos e efetivamente, a criança aprende que é um indivíduo distinto e único, podendo começar a tomar o comando emocional de sua vida. A percepção das sensações do corpo permitem à criança se mover livre e efetivamente, sem associações afetivas negativas durante sua interação com o mundo.
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