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quarta-feira, 22 de maio de 2013

Terapia Ocupacional na Retirada de Fraldas parte 2

Crianças que tem medo:
¨             Use um redutor de vaso, procure um que fique bem estável, as crianças geralmente apresentam instabilidade gravitacional(disfunção na integração sensorial)
¨             Coloque-a sentada confortavelmente com os pés apoiados.
¨             Caso não tenha um apoio de pés adequado, use listas telefônicas para resolver o problema.
¨             Abrir a torneira estimula a vontade de urinar.
¨             Estimular a bexiga, pressionando-a levemente se a criança permitir o toque e estiver espontaneamente sentada
¨             Procure deixar a criança sentada com o tronco ereto, evitando deitar sobre as pernas.
¨             Elogie-a por seu comportamento.
¨             Ignore “incidente” não a ridicularize, nem a envergonhe.
Muitas vezes quando levamos a criança ao banheiro, não acontece nada, e logo após, quando retornamos à brincadeira, a criança faz o “xixi”.
Porquê?
Porque a situação de eliminar a urina, sentar no vaso, inicialmente causa tensão, e ao voltar à brincadeira há um relaxamento dos esfíncteres e eliminação da urina.
¨ Mostre à criança que você percebeu que ela está molhada e a leve novamente ao banheiro.
¨ Troque-a cuidadosamente mostrando novamente o local adequado.
¨ Não perca muito tempo nessa hora porque a criança foi retirada da atividade ou brincadeira.
Seqüência Básica
  • Conduzir ao banheiro
  • Abaixar a calça
  • Abaixar a calcinha ou cueca
  • Sentar no vaso
  • Urinar / evacuar
  • Usar o papel higiênico
  • Recolocar a roupa
  • Lavar as mãos
  • Secar as mãos
  • Deixar o banheiro
Essa sequência pode ser utilizada todas às vezes, se a criança demosntrar interesse.
Nossa intenção em princípio é que elas façam suas necessidades no local adequado.
A aquisição desta habilidade é um grande passo para a sua independência.
Dicas
¨             Atenda prontamente aos sinais da criança, levando-a ao banheiro ou mudando de roupa.
¨             A criança deve sentir o contraste do molhado e seco
¨             Vista a criança com roupas simples para facilitar o manejo
¨             Mostre à criança como realizar cada passo do vestir, despir as roupas, meias e sapatos.
¨             O banheiro deve ter portas fáceis de abrir e deve estar disponível a maior parte do tempo.
¨              Não deve ser apresentado à criança como hora de brincar.
¨             O barulho da descarga pode assustar a criança, quando ela estiver iniciando a aprendizagem, não dê a descarga logo após ela ocupar o vaso.
¨             Se tiver que sair de carro, convide-a para ir ao banheiro
¨             Se não fizer o xixi, fale que vai fazer xixi quando chegar à casa da…..
A fralda noturna
Pode ser mantida por mais algum tempo.
  • Você pode colocar depois que a criança dormiu
  • Retirar antes que ela acorde
  • Ou simplesmente explicar que ela vai dormir de fraldas por um tempo
  • E depois, fale que “hoje eu não vou mais colocar a fralda, quando você quiser fazer xixi, você pode chamar a mamãe e o papai e eu vou junto com você ao banheiro”
  • Quando você quiser fazer xixi, você  pode ir ao banheiro sozinho”
Só saberemos o que vai acontecer….Experimentando!
Mais um pouco de teoria – Controle Vesical
Este processo de controle esfincteriano seja ele anal ou vesical são muito complicado e corresponde a uma etapa bastante tardia e específica do desenvolvimento neuromúculo motor.
Os músculos da parede abdominal precisam estar sob tensão para auxiliar a defecação, enquanto os músculos da base da cintura pélvica e os músculos esfincterianos devem estar relaxados.
No inicio a criança informa que quer fazer xixi ou cocô depois de que já aconteceu ou depois de um tempo quando já está acontecendo, para somente mais tarde pedir para ir ao banheiro antes que aconteça.
O treinamento é altamente individual, mas geralmente deve estar completo aos 6 anos.
É mais demorado para algumas crianças o processo de evacuação.
  • Algumas só evacuam na fralda, quando isso acontece eu recomendo o uso de fraldas maiores e colocadas bem “frouxas”, assim se o medo de evacuar for a sensação do do”cocô caindo”isso deve melhorar
  • Podemos colocar a criança sentada com a fralda no vaso.
  • Podemos fazer um buraquinho na fralda, talvez a sensação da fralda dê segurança à criança
Existem crianças que só evacuam em pé ou mesmo seguram até quando puderem com ou sem fralda.
Com muita calma e paciência vamos ajudar esses pequenos a superarem esse processo que parece ser dolorido e com sofrimento para algumas crianças.
Nós adultos, sofremos também mas devemos demonstrar tranqüilidade e encorajá-los com a atitude de “ Eu sei que você vai conseguir, você é capaz querido”
É importante lembrar que a rotina estabelecida deve incluir alguns estágios:
  • Antecipação de ações – Quando iniciamos o treino e fazemos tudo pela criança.
  • Transferência de responsabilidade – Quando temos que nos policiar para realizar etapas que a criança já alcançou, por exemplo: esperar o sinal significativo para levá-la ao banheiro, caso a criança repentinamente queira sair do local onde se encontra, acompanhe e observe, ela pode estar indo ao banheiro.
  • Semi-independência – Quando ficamos apenas por perto enquanto a criança realiza os passos da tarefa, ou necessita de apoio verbal.
  • Independente
Concluindo:

Até que a criança possua uma total independência nos seus hábitos de higiene, ela deve aprender a rasgar o papel higiênico sem puxar o rolo todo, aprender a se vestir e a lavar as mãos.
Cada etapa que vamos vencendo, observamos dificuldades e facilidades que são características próprias de cada uma das crianças.
Dificuldades cognitivas, perceptuais, de planejamento motor, de coordenação, de força, de atenção, sensoriais e outras
Desse modo vamos diariamente avaliando os fatos e criando novos desafios para nós e para ela.
Se o problema no momento é fazer xixi dentro do vaso, isso é real (dado de avaliação e deixa de ser um problema……torna-se um desafio.

Como eu posso de forma divertida fazer “Luisinho” acertar o alvo?

Então voltaremos a mesa de trabalho e com muita responsabilidade pensamos em formas criativas e divertidas para ajudá-lo atravessar essa ponte.
Pensando assim, tudo fica mais fácil e tranqüilo e então entramos na fase mais dinâmica do processo, implementar o que estava no papel, garantindo um maravilhoso trabalho em equipe.
Espero que esse manual seja útil para que possamos ajudar as crianças a vencerem esse desafio que se torna base para o desenvolvimento de tantas outras habilidades.
Sonia Falcão – Terapeuta Ocupacional /

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