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terça-feira, 28 de maio de 2013

Especialistas alertam para falta de inclusão de crianças autistas na escola

Parentes afirmam que direito de autistas de estudar em escolas regulares com a atenção devida ainda é sonho distante no Brasil


Foto: Marcelo Camargo/ABr
Aluno da Associação dos Amigos da Criança Autista (Auma), na zona norte de São Paulo, durante atividade pedagógica
Aluno da Associação dos Amigos da Criança Autista (Auma), na zona norte de São Paulo, durante atividade pedagógica
O direito das crianças autistas de estudar em escolas regulares com a atenção devida ainda é um sonho distante, apesar de ser previsto por lei. É o que afirmam especialistas e parentes de estudantes com o transtorno.
Para a fundadora da Associação Mão Amiga do Rio de Janeiro, Mônica Accioly, a inclusão dessas crianças nas escolas é pontual. Segundo ela, "depende da relação que a criança estabeleça naquela escola com a professora, com a diretora, com a coordenadora. A escola tem que ter um projeto de inclusão e isso praticamente não existe".
Mônica desenvolve na associação trabalhos com crianças autistas e suas famílias e conhece bem a realidade desses alunos que fazem peregrinações por instituições de ensino, sobretudo no ensino médio.
"Quando chega o sexto ano, a criança tem contato com quatro, cinco professores por dia. É um esforço imenso para o autista, pois exige um nível de organização alto. Com pequenas adaptações, o próprio professor poderia ajudar a criança a organizar sua rotina", diz Mônica, citando como exemplo uma lista com as tarefas do dia, que poderia ser colada na carteira do aluno.
Cansada de buscar uma escola que acolhesse o neto autista, a pedagoga Regina Angeiras decidiu criar uma escola que atendesse a toda e qualquer criança. Seu colégio desenvolve há sete anos um projeto para crianças com déficit intelectual e crianças sem nenhum problema de aprendizado. "As escolas que se dizem inclusivas, na verdade, apenas abrem suas portas", ressalta.
Para Regina, uma escola verdadeiramente inclusiva deve ter poucos alunos em sala de aula. O número reduzido dos alunos em sala é o primeiro passo, já que são necessárias avaliações diferentes, cada um deve ser olhado individualmente e há atividades específicas para suas dificuldades, seja ele autista ou não. "Não dá para a professora fazer esse trabalho com 20 crianças em sala de aula. Não dá para escrever no quadro e apagar em seguida, por exemplo, pois cada um tem seu tempo".
Com informações da Agência Brasil
Dia Mundial de Conscientização do Autismo
A Assembleia Geral aprovou por unanimidade, em dezembro de 2007, o dia 02 de abril como Dia Mundial de Conscientização do Autismo para destacar a necessidade de ajudar a melhorar as vidas de crianças e adultos que sofrem da condição, para que possam levar uma vida plena e significativa.

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