Parentes afirmam que direito de autistas de estudar em escolas regulares com a atenção devida ainda é sonho distante no Brasil
O direito das crianças autistas de estudar em escolas regulares com a
atenção devida ainda é um sonho distante, apesar de ser previsto por
lei. É o que afirmam especialistas e parentes de estudantes com o
transtorno.
Para
a fundadora da Associação Mão Amiga do Rio de Janeiro, Mônica Accioly, a
inclusão dessas crianças nas escolas é pontual. Segundo ela, "depende
da relação que a criança estabeleça naquela escola com a professora, com
a diretora, com a coordenadora. A escola tem que ter um projeto de
inclusão e isso praticamente não existe".
Mônica
desenvolve na associação trabalhos com crianças autistas e suas
famílias e conhece bem a realidade desses alunos que fazem peregrinações
por instituições de ensino, sobretudo no ensino médio.
"Quando
chega o sexto ano, a criança tem contato com quatro, cinco professores
por dia. É um esforço imenso para o autista, pois exige um nível de
organização alto. Com pequenas adaptações, o próprio professor poderia
ajudar a criança a organizar sua rotina", diz Mônica, citando como
exemplo uma lista com as tarefas do dia, que poderia ser colada na
carteira do aluno.
Cansada
de buscar uma escola que acolhesse o neto autista, a pedagoga Regina
Angeiras decidiu criar uma escola que atendesse a toda e qualquer
criança. Seu colégio desenvolve há sete anos um projeto para crianças
com déficit intelectual e crianças sem nenhum problema de aprendizado.
"As escolas que se dizem inclusivas, na verdade, apenas abrem suas
portas", ressalta.
Para
Regina, uma escola verdadeiramente inclusiva deve ter poucos alunos em
sala de aula. O número reduzido dos alunos em sala é o primeiro passo,
já que são necessárias avaliações diferentes, cada um deve ser olhado
individualmente e há atividades específicas para suas dificuldades, seja
ele autista ou não. "Não dá para a professora fazer esse trabalho com
20 crianças em sala de aula. Não dá para escrever no quadro e apagar em
seguida, por exemplo, pois cada um tem seu tempo".
Com informações da Agência Brasil
Dia Mundial de Conscientização do Autismo
A
Assembleia Geral aprovou por unanimidade, em dezembro de 2007, o dia 02
de abril como Dia Mundial de Conscientização do Autismo para destacar a
necessidade de ajudar a melhorar as vidas de crianças e adultos que
sofrem da condição, para que possam levar uma vida plena e
significativa.
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