Créditos: Michel Patitucci
02/04/2013 - 13:57h
Repórter: Michel Patitucci
Para lembrar a passagem do
Dia Mundial de Conscientização do Autismo, comemorado nesta terça-feira
(2), a Rádio Cidade recebeu no programa Rádio Revista Cidade a mãe de
uma criança que possui a síndrome. Gisele Zambiazzi compartilhou com os
ouvintes sua experiência e destaca que até descobrir que o filho tinha
autismo, foi uma longa caminhada.
Ela diz que o menino apresentava comportamento
fora do padrão e isso despertou uma curiosidade, devido ao
desenvolvimento dele, que se mostrava diferente das outras crianças.
“Ele não fazia amigos. No caso do meu filho, ele fazia as tarefas e
trabalhos. Sempre teve as melhores notas na sala de aula. É um ótimo
aluno, mas a questão social era zero”, conta ela.
Gisele diz que a dificuldade de
relacionamento da criança é, até hoje, outra dificuldade enfrentada.
Além desta, estão o incômodo pelo barulho, agitação, luz, cheiro e com sabores.
“Meu filho tem uma alimentação muito restrita. A gente tem que fazer um
trabalho de dessensibilização, porque texturas, cores, aromas, tudo é
difícil para eles trabalharem isso”.
Ela conta que desenvolvimento escolar,
os professores ficavam nervosos por que ele não fazia amigos e as
atividades eram um tormento. Na hora do recreio, ele se isolava.
“Trabalhamos isso nele, os movimentos repetitivos, o costume de ficar
andando de um lado para o outro. Se ele acha uma parede, vai ficar de
um extremo a outro, vai de uma ponta até a outra.Tudo tem que ser dentro
de um padrão, dentro de uma regra e de uma rotina”, revela a mãe.
Para a mãe, a sociedade
não está preparada para lidar com o autismo. “Professores
desinformados, não estou falando, especificamente, de Brusque. Estou
falando do Brasil inteiro. A rede pública é completamente despreparada
para lidar com essas crianças e esses jovens. Normalmente, essas
crianças são vistas como problemas na escola, os agressivos, os mal
educados, os esquisitos e costumam ser esquecidos nas escolas. Têm casos
que recusam matrículas e uma série de atrocidades que venho
acompanhando desde que tive o diagnóstico do meu filho”, conta Gisele.
Ainda segundo ela, o grande mal é a
falta de informação e de profissionais para lidar com o problema. Em seu
caso, ela teve contato com pessoas capacitadas na própria escola em
que seu filho estuda, na rede municipal.
Para ela, a informação é a única
orientação, o único meio. “Recebi isso como um alívio e um manual de
instrução. O altista precisa de uma linguagem objetiva. A gente
transforma o dia a dia dessa criança em uma terapia”.
A mãe orienta as pessoas que não podem pagar uma tratamento com profissionais a ir na internet
pesquisar, procurar, ou, até mesmo, saber de outras famílias e pais que
tenham casos parecidos. Outra forma é ir em uma biblioteca.
A neuropediatra Cristina Maria Pozzi,
que atua há 20 anos a área, destaca que os primeiros sinais podem
aparecer antes dos três anos de idade, com o atraso de linguagem. Uma
criança que tem a tendência a se isolar, a brincar de maneira diferente,
evita o contato visual é uma criança muito agitada.
Ela fala que, muitas vezes, a criança
age, espertamente. “O autismo tem crianças que não falam, que você
reconhece facilmente. A idade do inicio da fala é dois e três anos. Se
isso não acontecer, tem que existir uma investigação. Se, caso a criança
escuta normalmente, o autismo é uma possiblilidade”, explica ela.
A médica observa que, nessa idade, a
linguagem é o principal fator e outras questão comportamentais ficam
mais fortes. Caso for uma criança que não brinca com outras crianças, e,
se brinca, arruma encrenca ou, até mesmo, se é uma criança muito
agitada e, às vezes, tem dificuldade para se enturmar, que sempre quer o
mesmo tipo de alimento.”, complementa a médica.
Colaboração: Alain Rezini
http://www.radiocidadeam.com.br/web/noticia.php?cod_noticia=24186&%20#as-dificuldades-do-autismo
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