Objetivo é saber se tratamento amenizaria sintomas e daria pistas sobre a natureza da doença
22 de agosto de 2012 | 3h 04
AP - O Estado de S.Paulo
SÃO FRANCISCO - Pesquisadores nos Estados Unidos estão
recrutando crianças autistas para um estudo que testará os resultados da
injeção de células-tronco dos cordões umbilicais de voluntários. Eles
querem saber se o tratamento amenizaria os sintomas e daria pistas sobre
a natureza da doença. O estudo, que começou a seleção nesta última
terça, 21, é o primeiro com esse objetivo a ser aprovado pela vigilância
sanitária do país.
Arquivo/AE
As células-tronco do estudo foram colhidas dos cordões umbilicais de voluntários
Cerca de 1 em cada 88 crianças nos Estados Unidos é
diagnosticada com alguma doença relacionada ao autismo, que prejudica o
desenvolvimento do cérebro e está ligado a dificuldades na interação
social e na habilidade de comunicação, além de causar movimentos
repetitivos e apego exagerado a certos objetos.
Com esse estudo, afirmou Michael Chez, diretor de neurologia
pediátrica do Centro Médico Sutter em Sacramento e líder do estudo, os
pesquisadores poderão "responder com firmeza" se a técnica faz efeito.
Trinta crianças com autismo, com idades de 2 a 5 anos, serão
divididas em dois grupos. Um vai receber a injeção com as
células-tronco, enquanto o outro receberá placebo. Depois de seis meses,
os grupos serão trocados. Entre os sinais que serão observados estão a
capacidade de linguagem e a irritabilidade.
Apesar de estar contente por finalmente o uso de células-tronco
ser posto à prova contra o autismo, Ricardo Dolmetsch, neurobiólogo da
Universidade Stanford, disse não acreditar que a pesquisa produzirá
resultados úteis. "Acho que não é um estudo grande o suficiente para nos
dar uma resposta."
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