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quinta-feira, 20 de agosto de 2015

Autismo e Integração Sensorial Parte 1

Integração sensorial
Integração Sensorial é a habilidade em organizar, interpretar sensações e responder apropriadamente ao ambiente, auxiliando nas atividades do dia-a-dia.
Kanner  e Asperger descreviam reações fora do comum de seus pacientes autistas com relação aos sons, toque, cheiros, estímulos visuais e paladar.
Alguns estímulos aparentemente comuns são percebidos como algo estressante, causador de medo e ansiedade, enquanto outros, como fontes de prazer e satisfação.
Crianças autistas com problemas sensoriais apresentam dificuldade em interpretar e organizar as informações sensoriais vindas do seu próprio corpo ou do ambiente.
Uma criança autista pode, por exemplo, ignorar um barulho muito alto ou não responder ao seu nome (Hipo-resposta), e ficar agitada e gritar ao escutar o barulho de liquidificador, enceradeira, secador de cabelo ou latido de um cachorro (Hiper-resposta). Pode ainda, reagir emocionalmente ou agressivamente ao toque (Hiper-resposta) ou apresentar necessidade incomum de tocar certos brinquedos, superfícies, texturas ou pessoas (Hipo-resposta).
A criança autista que apresenta Hiper-resposta  a estímulos sensoriais pode demonstrar alterações comportamentais como: agitação, choro imotivado, irritabilidade, movimentos estereotipados excessivos ou agressividade. Já a criança que apresenta Hipo-resposta  demonstra comportamento de passividade, sem reação aos estímulos externos e  pouca resposta para estímulos como toque, sons, cheiros, sabores e texturas.
Nesse sentido a abordagem de Integração Sensorial em crianças autistas, tem como objetivo: Diminuir movimentos estereotipados, aumentar a capacidade de atenção, comunicação, interação social, organização interna e melhorar desempenho em atividades do dia-a-dia.
Trabalhar a  INTEGRAÇÃO SENSORIAL promove:
  • Organização de conduta à criança;
  • Fornece condições para que a criança explore o ambiente.
  • Aumento da habilidade em manter a atenção;
  • Melhora na coordenação e planejamento dos movimentos para que a criança obtenha sucesso nas atividades que lhe interessam;
  • Melhora na autoestima e confiabilidade em si e em suas habilidades;
  • Melhora nos aspectos sociais e ambientais a partir da participação nestes contextos.
Quando o processo de Integração Sensorial é desorganizado, vários problemas de aprendizagem, desenvolvimento ou comportamento podem aparecer. Muitas crianças com distúrbio de Integração Sensorial são incapazes de brincar. Há certos distúrbios que tornam difícil para a criança interagir com o brinquedo. Pode parecer desajeitado em atividades que envolvam movimentos (Jogar futebol, pular corda) ou não conseguir manter um objeto seguro nas mãos, podem estar ligados diretamente ao processamento inadequado das informações sensoriais e a consequente não integração das informações sensoriais.
Uma sensação pode ser agradável para uns e extremamente desagradável para outros. Isso ocorre porque o caminho que as sensações fazem até o cérebro pode ser diferente na sua intensidade, com isso as respostas vindas do cérebro podem ser de Hipersensibilidade (+), de Hipossensibilidade(-) ou Intensidade Adequada
Os pais geralmente conhecem e compreendem seus filhos melhor que qualquer pessoa e às vezes precisam de ajuda para entenderem alguns comportamentos que observam nas crianças.
Indicadores de disfunção de INTEGRAÇÃO SENSORIAL:
  • Escolher sempre os mesmos brinquedos, preferencialmente aqueles que têm um papel claro e bem definido;
  • Passar de uma atividade a outra com frequência, não concluindo essas atividades;
  • Ao desenhar faz sempre as mesmas figuras;
  • Ser desajeitado e esbarrar em tudo que encontra;
  • Ter dificuldade de pegar uma bola ao ser jogada, não antecipando o movimento;
  • Preferir muitas vezes atividades mais sedentárias;
  • Apresentar dificuldades na alimentação, vestuário e higiene pessoal;
  • Apresentar dificuldade na imitação;
  • Evitar situações novas, frustrar-se facilmente;
  • Preferir seguir rotinas;
  • Criar rituais e rotinas;
  • Dificuldade em julgar a força necessária para tocar uma pessoa ou um objeto;
  • Apresentar incômodo ao cortar as unhas e cabelo;
  • Incomodar-se com etiquetas nas roupas;
  • Incomodar-se com um simples carinho, reagindo agressivamente, parecendo ansioso OU tocando objetos e pessoas excessivamente;
  • Não anda descalço OU adora andar descalço principalmente na areia ou grama;
  • Chora quando toma banho no chuveiro OU adora tomar banho no chuveiro;
  • Evita o toque e está sempre distante das pessoas OU quando tocado não percebe o toque;
  • A alimentação é seletiva, escolhe alimentos com base na mesma textura ou consistência OU adora comer alimentos com texturas variadas, crocante e/ ou apimentados;
  • Escovar os dentes parece muito sofrido;
  • Enjoa ao andar em carro ou ônibus;
  • Barulho de geladeira, liquidificador e ventiladores incomodam, muitas vezes dificultando sua atenção nos ambientes;
  • Evita parquinho (gira-gira, balanços, escorregador) OU adora parquinho e procura muita intensidade nesses brinquedos;
  • Não gosta de permanecer em filas;
  • Evita sujar-se, não gosta de brincadeiras que envolvem pintura, argila OU suja-se nas brincadeiras e não demonstra qualquer incômodo; não percebe que está sujo;
  • Usa roupas torcidas no corpo;
  • Morde-se OU morde o outro;
  • Parece ter prazer em cair;
  • Parece não ter saciedade OU não sentir fome;
  • Parece não ouvir e adora música alta;
  • Cheira objetos;
outros indicadores de  DISFUNÇÃO DE INTEGRAÇÃO SENSORIAL (DIS)
  • Atraso na fala, na linguagem, nas habilidades motoras ou nas aquisições escolares;
  • Problemas com autoestima, podendo parecer preguiçosa, entediada ou desmotivada, evitando as tarefas que são difíceis ou que a envergonham.
Conhecer o perfil sensorial da criança é muito importante, pois há associação direta entre o comportamento apresentado e a maneira como uma sensação é recebida do meio ambiente.
O que caracteriza a Terapia de INTEGRAÇÃO SENSORIAL (IN)
  A Terapia de integração sensorial se realiza em um ambiente com vários estímulos, onde a criança poderá explorar os sistemas sensoriais e fazer bom uso destas, de uma forma lúdica e integrada com a Terapeuta Ocupacional (Ou outro profissional preparado)e  com pais.
Artigo feito em conjunto com a Terapeuta Ocupacional Ana Luiza 

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