Especialista da UFSCar tira dúvidas sobre o distúrbio que ganhou mais destaque com a personagem Linda, de 'Amor à Vida'
O autismo "aparece tipicamente nos três primeiros anos de vida. Acomete cerca de 20 entre
cada 10 mil nascidos e é quatro vezes mais comum no sexo masculino do que no feminino",
segundo definição da Associação Americana de Autismo (ASA).
Para tirar algumas dúvidas sobre o assunto, o psicólogo Celso Goyos, professor da
Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) e presidente do periódico IJOBAS
(International Journal of Behavior Analysis Applied to Autism), listou 10 fatos importantes sobre
o transtorno. Confira abaixo.
10 fatos importantes sobre o autismo
1) O Transtorno do Espectro Autista (TEA) ou autismo afeta aproximadamente uma em cada 88
crianças, segundo cálculos recentes do Center for Desease Control (CDC), dos EUA. Esta
incidência é altíssima e representa número maior de casos do que aqueles de HIV positivo,
câncer e diabetes infantil somados. O crescente aumento da incidência não se deve
a qualquer epidemia, mas sim às especificações mais detalhadas dos sinais da síndrome,
à sua divulgação, e à capacitação dos profissionais responsáveis para reconhecê-los. Embora
não haja cálculos estatísticos para o Brasil, é razoável supor que a incidência seja muito próxima
da internacional.
2) Apesar das importantes pesquisas desenvolvidas na áreas de genética e medicina, não há
até o momento indicação de causa especifica para o autismo, e tampouco cura.
3) O tratamento mais indicado para os sinais do autismo, de acordo com evidências
experimentais rigorosas, é aquele que tem como base os princípios, procedimentos e
técnicas derivadas da ciência conhecida como Análise do Comportamento. Esse
tratamento tornou-se conhecido como “intervenções ABA”
(e a sigla ABA vem das iniciais em inglês para Applied Behavior Analysis).
4) Embora o diagnóstico seja importante, e os pais devam persistir em obtê-lo, o início das
intervenções comportamentais não precisa necessariamente aguardar esse diagnóstico,
que pode demorar meses ou até anos para ser concluído. Durante este período existe a mais
absoluta e angustiante incerteza sobre a vida da criança, dos pais, e da família e, principalmente,
o atraso no desenvolvimento da criança, que pode ser irrecuperável.
5) Entre as áreas afetadas em indivíduos com TEA há problemas no desenvolvimento da
linguagem, que se manifesta com atraso, ou com grandes deficiências, tais como déficits
na fala e/ou na sua compreensão, fala repetitiva (ecolalia) e discurso fora de contexto.
6) Sobre o envolvimento social, ele se manifesta pela ausência do contato com outras pessoas,
mesmo do contato visual e físico – a criança não busca nem reage a contatos com outras
pessoas – ou do consequente isolamento social. A criança nem mesmo brinca de maneira
funcional.
7) A criança com TEA exige, em grande parte dos casos, atenção e cuidados intensos
continuadamente
em 100% do seu estado de vigília, pelo menos em um período significativo de suas vidas. Pela
intensidade da atenção necessária, muitas vezes os próprios pais se dedicam ao trabalho de
cuidadores, e isso pode significar o abandono do emprego, o que impacta o nível sócio
econômico da família. Um agravante é o fato de os pais nem sempre terem o preparo adequado e necessário
para tal responsabilidade.
8) Há ainda excesso de comportamentos repetitivos, não-funcionais, estereotipados –
tais como movimentos com as mãos e braços, ou movimentos pendulares do tronco –
ou mesmo autolesivos.
9) As intervenções ABA são especialmente eficazes se:
- forem aplicadas imediatamente após os primeiros sinais e as primeiras suspeitas de
diagnóstico;
- acontecerem de maneira intensiva, entre 20 a 40 horas por semana;
- sejam planejadas para um período mínimo entre dois a três anos.
10) Em geral a família de uma criança com TEA não sabe a quem recorrer diante das
primeiras dificuldades em interagir com o transtorno. Uma das medidas mais importantes
na atuação com o autismo é a capacitação dos profissionais que têm contato direto com esta
população - psicólogos, terapeutas, médicos, professores, pais e demais cuidadores - para
identificarem os sinais do transtorno e realizarem intervenções baseadas na terapia ABA.
O autismo "aparece tipicamente nos três primeiros anos de vida. Acomete cerca de 20 entre
cada 10 mil nascidos e é quatro vezes mais comum no sexo masculino do que no feminino",
segundo definição da Associação Americana de Autismo (ASA).
cada 10 mil nascidos e é quatro vezes mais comum no sexo masculino do que no feminino",
segundo definição da Associação Americana de Autismo (ASA).
Para tirar algumas dúvidas sobre o assunto, o psicólogo Celso Goyos, professor da
Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) e presidente do periódico IJOBAS
(International Journal of Behavior Analysis Applied to Autism), listou 10 fatos importantes sobre
o transtorno. Confira abaixo.
Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) e presidente do periódico IJOBAS
(International Journal of Behavior Analysis Applied to Autism), listou 10 fatos importantes sobre
o transtorno. Confira abaixo.
10 fatos importantes sobre o autismo
1) O Transtorno do Espectro Autista (TEA) ou autismo afeta aproximadamente uma em cada 88
crianças, segundo cálculos recentes do Center for Desease Control (CDC), dos EUA. Esta
incidência é altíssima e representa número maior de casos do que aqueles de HIV positivo,
câncer e diabetes infantil somados. O crescente aumento da incidência não se deve
a qualquer epidemia, mas sim às especificações mais detalhadas dos sinais da síndrome,
à sua divulgação, e à capacitação dos profissionais responsáveis para reconhecê-los. Embora
não haja cálculos estatísticos para o Brasil, é razoável supor que a incidência seja muito próxima
da internacional.
crianças, segundo cálculos recentes do Center for Desease Control (CDC), dos EUA. Esta
incidência é altíssima e representa número maior de casos do que aqueles de HIV positivo,
câncer e diabetes infantil somados. O crescente aumento da incidência não se deve
a qualquer epidemia, mas sim às especificações mais detalhadas dos sinais da síndrome,
à sua divulgação, e à capacitação dos profissionais responsáveis para reconhecê-los. Embora
não haja cálculos estatísticos para o Brasil, é razoável supor que a incidência seja muito próxima
da internacional.
2) Apesar das importantes pesquisas desenvolvidas na áreas de genética e medicina, não há
até o momento indicação de causa especifica para o autismo, e tampouco cura.
3) O tratamento mais indicado para os sinais do autismo, de acordo com evidências
experimentais rigorosas, é aquele que tem como base os princípios, procedimentos e
técnicas derivadas da ciência conhecida como Análise do Comportamento. Esse
tratamento tornou-se conhecido como “intervenções ABA”
(e a sigla ABA vem das iniciais em inglês para Applied Behavior Analysis).
até o momento indicação de causa especifica para o autismo, e tampouco cura.
3) O tratamento mais indicado para os sinais do autismo, de acordo com evidências
experimentais rigorosas, é aquele que tem como base os princípios, procedimentos e
técnicas derivadas da ciência conhecida como Análise do Comportamento. Esse
tratamento tornou-se conhecido como “intervenções ABA”
(e a sigla ABA vem das iniciais em inglês para Applied Behavior Analysis).
4) Embora o diagnóstico seja importante, e os pais devam persistir em obtê-lo, o início das
intervenções comportamentais não precisa necessariamente aguardar esse diagnóstico,
que pode demorar meses ou até anos para ser concluído. Durante este período existe a mais
absoluta e angustiante incerteza sobre a vida da criança, dos pais, e da família e, principalmente,
o atraso no desenvolvimento da criança, que pode ser irrecuperável.
intervenções comportamentais não precisa necessariamente aguardar esse diagnóstico,
que pode demorar meses ou até anos para ser concluído. Durante este período existe a mais
absoluta e angustiante incerteza sobre a vida da criança, dos pais, e da família e, principalmente,
o atraso no desenvolvimento da criança, que pode ser irrecuperável.
5) Entre as áreas afetadas em indivíduos com TEA há problemas no desenvolvimento da
linguagem, que se manifesta com atraso, ou com grandes deficiências, tais como déficits
na fala e/ou na sua compreensão, fala repetitiva (ecolalia) e discurso fora de contexto.
linguagem, que se manifesta com atraso, ou com grandes deficiências, tais como déficits
na fala e/ou na sua compreensão, fala repetitiva (ecolalia) e discurso fora de contexto.
6) Sobre o envolvimento social, ele se manifesta pela ausência do contato com outras pessoas,
mesmo do contato visual e físico – a criança não busca nem reage a contatos com outras
pessoas – ou do consequente isolamento social. A criança nem mesmo brinca de maneira
funcional.
mesmo do contato visual e físico – a criança não busca nem reage a contatos com outras
pessoas – ou do consequente isolamento social. A criança nem mesmo brinca de maneira
funcional.
7) A criança com TEA exige, em grande parte dos casos, atenção e cuidados intensos
continuadamente
em 100% do seu estado de vigília, pelo menos em um período significativo de suas vidas. Pela
intensidade da atenção necessária, muitas vezes os próprios pais se dedicam ao trabalho de
cuidadores, e isso pode significar o abandono do emprego, o que impacta o nível sócio
econômico da família. Um agravante é o fato de os pais nem sempre terem o preparo adequado e necessário
para tal responsabilidade.
continuadamente
em 100% do seu estado de vigília, pelo menos em um período significativo de suas vidas. Pela
intensidade da atenção necessária, muitas vezes os próprios pais se dedicam ao trabalho de
cuidadores, e isso pode significar o abandono do emprego, o que impacta o nível sócio
econômico da família. Um agravante é o fato de os pais nem sempre terem o preparo adequado e necessário
para tal responsabilidade.
8) Há ainda excesso de comportamentos repetitivos, não-funcionais, estereotipados –
tais como movimentos com as mãos e braços, ou movimentos pendulares do tronco –
ou mesmo autolesivos.
tais como movimentos com as mãos e braços, ou movimentos pendulares do tronco –
ou mesmo autolesivos.
9) As intervenções ABA são especialmente eficazes se:
- forem aplicadas imediatamente após os primeiros sinais e as primeiras suspeitas de
diagnóstico;
diagnóstico;
- acontecerem de maneira intensiva, entre 20 a 40 horas por semana;
- sejam planejadas para um período mínimo entre dois a três anos.
10) Em geral a família de uma criança com TEA não sabe a quem recorrer diante das
primeiras dificuldades em interagir com o transtorno. Uma das medidas mais importantes
na atuação com o autismo é a capacitação dos profissionais que têm contato direto com esta
população - psicólogos, terapeutas, médicos, professores, pais e demais cuidadores - para
identificarem os sinais do transtorno e realizarem intervenções baseadas na terapia ABA.
primeiras dificuldades em interagir com o transtorno. Uma das medidas mais importantes
na atuação com o autismo é a capacitação dos profissionais que têm contato direto com esta
população - psicólogos, terapeutas, médicos, professores, pais e demais cuidadores - para
identificarem os sinais do transtorno e realizarem intervenções baseadas na terapia ABA.
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