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quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014

Pesquisadores verificam uma ligação entre a vitamina D e o potencial de cura do autismo


Embora os cientistas de toda a Bay Area trabalhem diligentemente em direção a uma 
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cura para o autismo, a solução pode estar fora de seus laboratórios, entrando pelas janelas.

O professor de biologia da UC BerkeleyBruce Ames e sua companheira de pós-doutorado no Children’s Hostpital Oakland Research Institue Rhonda Patrick descobriram que a vitamina D ajuda a produzir três hormônios cerebrais que afetam o comportamento social. Um dos hormônios, a serotonina, é assustadoramente escassa em pacientes com autismo, levando os pesquisadores a acreditarem que a luz solar possa ser a cura vital para a síndrome comportamental.
Embora os cientistas já tenham observado a relação entre a vitamina D e o autismo, a nova pesquisa, publicada em 20 de fevereiro, destacou uma ligação entre a vitamina D e a serotonina, confirmando e explicando o que eram apenas especulações sobre as causas da doença.
“Quanto mais nós cavávamos, mais tínhamos a certeza de que nossa teoria estava certa, porque ela explica muito”, disse Ames.
Os dados tem sido, até agora, em sua maioria correlativos, de acordo com Patrick. As novas descobertas, segundo ela, formam o “elo perdido”, fornecendo um mecanismo para relacionar os hormônios. O mecanismo explica que a vitamina D é convertida para um hormônio esteróide, que ativa o gene que converte os aminoácidos da serotonina no cérebro.
“O ‘como’, naturalmente é muito importante”, disse John Cannell, diretor executivo do Vitamin D Council, que não está relacionado com o estudo, mas publicou um artigo no ano passado propondo uma correlação entre a vitamina D e os níveis de autismo. “É bom ter uma teoria, mas a menos que você possa explicar como funciona, ela não terá muita validade.”
Os mecanismos do estudo vão ainda mais longe, analisando a inflamação intestinal, comum entre pacientes com autismo. Embora o hormônio da vitamina D ajude a aumentar os níveis de serotonina no cérebro, ele inibe a produção de serotonina no intestino. De acordo com os pesquisadores, elevados níveis de serotonina podem provocar uma inflamação, podendo ser causada por uma falta de vitamina D.
Ainda assim, as deficiências de serotonina no cérebro e excessos no intestino podem ser evitados, garantindo que tanto as crianças quanto as gestantes mantenham níveis adequados de vitamina D através da luz solar e de suplementos vitamínicos.
“O desenvolvimento do bebê depende dos níveis de vitamina D de sua mãe”, disse Patrick. “O bebê precisa que a mãe tenha níveis altos o suficiente. A serotonina desempenha um papel muito importante na formação da estrutura do cérebro nos estágios iniciais. “
Para validar ainda mais as suas teorias, os pesquisadores citaram um estudo envolvendo mães da Somalia, que naturalmente absorvem menos luz solar devido à sua pigmentação de pele escura. Quando elas se mudaram para o norte a Estocolmo, uma região menos ensolarada, foram constatadas serem 4,5 vezes mais propensas de terem filhos autistas, em comparação com os nativos de pele mais clara do país.
Enquanto alguns cientistas como Cannell chamam os resultados “revolucionários” e de “abalarem a terra”, outros parecem achar pouco mais que tremores.
“Este é um trabalho teórico”, disse Robert Hendren, diretor do programa de autismo e neurodesenvolvimento da UCSF. “É uma ligação interessante, mas não há nenhuma causa e efeito.”
Hendren argumentou que os cientistas devem realizar ensaios clínicos para testar o efeito da suplementos de vitamina D em pacientes autistas, a fim de provar a teoria. O próprio Hendren está atualmente no meio de um ensaio, mas diz que sua equipe ainda não tem executado uma amostra grande o suficiente ou chegado a uma conclusão definitiva.
Mas Hendren ainda está otimista e sem reservas recomenda suplementos de vitamina D para seus pacientes autistas, alguns dos quais têm relatado melhoras no comportamento.
“É uma solução muito simples”, disse Patrick. “É algo que pode ser feito e implementado facilmente e que pode fazer uma enorme diferença.”
Referências

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