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quinta-feira, 4 de julho de 2013

Protocolo DAN

Por Simone Pires
O transtorno do espectro autista, ou autismo, como é popularmente conhecido, não tem uma etiologia única e definida. Existem hipóteses sobre infecções e inflamações maternas peri-natais, alterações na catepsina D, alterações no material genético, exposição a altas taxas de testosterona, alterações ambientais causando alterações epigenéticas, entre outros.

Porém os portadores do espectro apresentam algumas outras alterações , que pioram sua qualidade de vida e de seus familiares . Dentro destas alterações podem ser citados:
  1. Elevação de citocinas inflamatórias (produtos pró e inflamatórios), que estão associados com piores comportamentos disruptivos e alteração de função adaptativa social.
  2. Alteração significativa da função celular imune adaptativa em crianças com autismo, por ativação imune disfuncional e que estão ligados a distúrbios de comportamento e alteração do desenvolvimento.
  3. Ativação antecipada da microglia, que pode representar resposta do sistema inato para rede neuronal, de base genética e/ou ambiental.
  4. Estado crônico disfuncional pró-inflamatório no tecido cerebral e no líquido cefalorraquidiano em subgrupos de pacientes autistas.
  5. A presença de IgE elevada, levando à liberação de moléculas pró-inflamatórias e neurotóxicas, que contribuem para inflamação do cérebro e patogênese do espectro. Além da alta a prevalência de rinite , bronquite e asma (13) , (14) .
  6. Anticorpos específicos para proteínas contra cérebro e cerebelo (12).
  7. Alergia alimentar não IgE mediada , que pode causar sintomas neuropsiquiátricos , como irritabilidade e hiperatividade . Infelizmente , muitas vezes os portadores do autismo são subdiagnosticados e\ou subtratados para alergias e outras doenças comuns da infância (13), (14).
  8. Inflamação crônica do trato gastro-intestinal , disbiose, má digestão, má absorção, desnutrição, função de barreira intestinal diminuída ou um sistema imune aberrante que predispõe as crianças autistas a sensibilização a antígenos. (14), (15), (16).
  9. Seletividade alimentar (18) .
  10. Elevação de acido aracdonico e diminuição da fração DHA do ômega 3 (19), demonstrando desequilíbrio dos ácidos graxos , que são responsáveis por alterações significativas do funcionamento do cérebro (20).
  11. Infecções virais crônicas , fungicas e bacterianas (14), (15).
  12. Alteração de função hepática (14).
  13. Disfunção mitocondrial (24), (25) , com elevação de amonia (22), (23) , e redução de carnitina livre e total (23).
  14. Niveis séricos baixos ou insuficientes de 25 OH vit D (27), (28) e (29) , em portadores de autismo . E relatos de níveis séricos baixo em genitoras , durante a gestação (30).
  15. Alterações da transmetilação, transulfuração e estado redox da glutationa (21), com polimorfismos em MTHFR (31).
  16. Níveis de serotonina mais baixos , que podem agravar alguns sintomas autísticos, como depressão e irritabilidade (32).
  17. Concentrações plasmáticas de antioxidantes exógenos , vitamina E e A , licopeno e glutationa em indivíduos com autismo são insuficientes , e consequentemente apresentam um maior stress oxidativo (33), (34), (35) , (36) .
  18. Alteração de função renal (14).
  19. Alteração do sono e padrão de dormir , com insônia em até 80% de portadores de autismo (37) e diminuição dos níveis de melatonina (38) .
  20. No autismo , as convulsões podem representar um epifenômeno de disfunção cerebral , independente de lesões aparentes (39)
A idéia para se ter um algoritmo de investigação de comorbidades associadas ao autismo e a proposta de um tratamento individualizado é o objetivo do Protocolo DAN! . Não existe um protocolo de tratamento , mas sim vários protocolos para individualização do tratamento , de maneira orientar a dieta , suplementação e tratamento indicado.
Sabe-se que a clínica é soberana , mas em muitos portadores de autismo é difícil determinar se a causa de determinado sintomae se é do autismo ou não . Muitas pesquisas ainda são necessárias, em relação á etiologia, comorbidades e evolução dos pacientes, com e sem tratamento DAN! associado.

O tratamento de comorbidades não exclue as terapias, nem o acompanhamento com neurologista e\ou psiquiatra . E tem o objetivo de se obter ganhos na qualidade de vida de cada paciente e família .

Simone Pires é médica, nutrólogia com pratica ortomolecular, especialista DAN! & Medicina Integrativa . E-mail:  drasimonepires@gmail.com

http://www.revistaautismo.com.br/edic-o-1/protocolos-dan

Um comentário:

  1. Pena que a consulta custa 700 reais ne... fora os exames que precisam ser feitos no exterior. Quem não tem dinheiro....

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