A Fada do Dente pretende identificar diferenças biológicas nos neurônios com autismo e testar novos medicamentos
O projeto A Fada do Dente, desenvolvido pela bióloga
Patrícia Beltrão Braga, da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia
(FMVZ), da Universidade de São Paulo, em parceria com o professor e
neurocientista Alysson Muotri, da Universidade da Califórnia, arrecada
dentes de leite de crianças com autismo. Com as células da polpa do
dente, os pesquisadores realizam uma reprogramação celular,
transformando-as em células-tronco que são diferenciadas em neurônios.
Esse processo permite identificar diferenças biológicas nos neurônios
com autismo, estudar seu funcionamento e até mesmo testar drogas. O
projeto recebe dentes de crianças de todo o Brasil (veja abaixo como participar).
Para liderar o projeto, a pesquisadora aprendeu a técnica de
reprogramação celular desenvolvida pelo médico japonês Shinya Yamanaka,
vencedor do prêmio Nobel de medicina de 2012. Esse método é capaz de
reprogramar uma célula já adulta (no caso células da pele),
transformando-a em uma célula-tronco semelhante às embrionárias, ou
seja, as células maduras são rejuvenecidas até a fase correspondente a 6
ou 7 dias após a fecundação do óvulo com o espermatozoide.
Patrícia escolheu as células da polpa do dente por ter familiaridade no
trabalho com elas e pela facilidade de obtenção. Os testes ainda estão
no início, mas já são um avanço em comparação com o que se descobriu nos
últimos 20 anos.
Como participar do projeto
Em primeiro lugar, escreva um e-mail para projetoafadadodente@yahoo.com.br.
Ao se cadastrar, você vai receber um kit para colher o dente da criança
quando ele cair ou for retirado. O objetivo é manter as células do
dente vivas para que cheguem em condições viáveis para estudo no
laboratório. O kit contém um frasco com um líquido para preservar as
células e gelo reciclável para manter o dente gelado. O dente não pode
ser congelado nunca. Caso o dente caia e o kit não esteja por perto, a
indicação é colocar dentro de um copo com água filtrada e deixá-lo na
geladeira, para que a polpa não seque e as células não morram. O dente
precisa ser colhido com rapidez para que as células possam ser
estudadas.
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