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quinta-feira, 23 de maio de 2013

Verdades e mitos sobre Autismo

Texto de autoria de Camila Gadelha, psicóloga formada pela UFAM – atualmente, fazendo especialização em Psicologia Clínica no Instituto de Psicologia Fenomenológica Existencial do Rio de Janeiro, tendo o autismo como objeto de estudo.
Muito tem se falado sobre o autismo, mas será que todas as informações são verdadeiras? Será que, algumas das coisas que se tem falado, não são informações que um dia eram verdades, mas que hoje em dia já se sabe que não é? O objetivo de hoje é trazer alguns mitos que as pessoas continuam perpetuando como verdade.
Gostaria de começar falando sobre o mito de que o autismo é causado por uma “má-criação”, ou como ficou muito conhecido, pela “mãe-geladeira”. Por que isso é um mito?  Não se sabe a causa do autismo, então ninguém pode chegar e afirmar que a causa de uma criança ser autista é porque a mãe tem um comportamento frio e distante em relação a essa criança.
Os primeiros estudos sobre autismo foram feitos por Kanner, que disse que os pais das crianças que ele estudou eram distantes e intelectualizados e por isso começou a surgir esse mito da “mãe-geladeira”. Fato é, que os pais das crianças que ele estudou podiam até ter essa característica, mas é preciso levar em consideração que todos eles eram de uma classe econômica abastarda, e por isso era mais comum que tivessem essa característica. Bom, não se sabe até hoje o que causa o Autismo. Temos várias teorias tentando explicar, mas nenhuma foi comprovada até hoje.
Um segundo mito muito comum é que os autistas são super inteligentes. Assim como o resto da população, existem autistas que tem inteligência considerada normal, alguns tem inteligência dita, acima da média, e outros tem algum tipo de demência. Eu creio que se criou esse mito principalmente por causa do filme “Rain Man”, que mostrava o personagem do Dustin Hoffman como um autista e super inteligente. É importante sempre lembrar que o Autismo é um Espectro, então existe várias maneiras das pessoas manifestarem as características do Autismo.
Outro mito bem comum é de os autistas vivem em um mundo próprio. E, por que isso não é verdade, se os autistas se mostram bem isolados? Os autistas tem uma dificuldade grande de interagir com o resto do mundo, isso porque se comunicar com as outras pessoas da maneira mais convencional é um desafio para eles, mas isso não quer dizer que eles não “participem” do mundo que os cerca. Eles só tem uma forma diferente de fazer isso. E aí, cabe a família e a comunidade e sim, a sociedade, se adaptarem e criarem uma forma na qual o autista consiga se comunicar com as outras pessoas, e as outras pessoas consigam transmitir a mensagem que querem para os autistas.
Um quarto mito é de que autista é mal educado. Os autistas tem uma sensibilidade muito grande a sons, música, imagens, luzes, por isso se perturbam por muito menos do que pessoas que não são autistas. Autistas também são mais rígidos quando o assunto é uma rotina, e qualquer mudança, por menor que seja, já causa algum desconforto. E como eu disse acima, eles têm dificuldade na hora de se comunicar da maneira convencional, então gritar, ou como as pessoas gostam de falar, fazer birra, é a forma que eles tem de acusar que algo está errado com eles, de algo está incomodando.
Um quinto mito é de que os autistas gostam de ficar sozinhos.  Sim, é verdade que o autista se isola justamente por ter dificuldades na hora de se comunicar e de interagir com as outras pessoas, mas isso não quer dizer que eles gostem de ficar sozinhos. Assim como nós, que gostamos de ter nossos momentos em grupo e nossos momentos sozinhos, os autistas também gostam do mesmo. É só não querer que eles tenham as mesmas atitudes que alguém que não tem autismo teria em grupo, pois como eu disse antes, eles têm uma sensibilidade maior com barulhos, imagens, luzes, então algumas coisas irão incomodar, mas isso não quer dizer que eles querem necessariamente ficar sozinhos.
Espero que alguns mitos tenham sidos desfeitos hoje e que as pessoas não propaguem mais informações erradas sobre o autismo, pois é só com informações corretas que o preconceito pode acabar.
Eu utilizei alguns sites de apoio para escrever o texto de hoje. Segue abaixo: http://emaxilab.com/saude-e-bem-estar-artigo-1-4462.html http://corautista.org/mitos-e-verdades.html

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