Opinião & Notícia
13/05/2013
13/05/2013
Novos estudos sugerem que gênero deve ser levado em conta no diagnóstico e na criação de tratamentos individualizados
da Redação
Por que meninos são diagnosticados com autismo
quatro vezes mais do que meninas? Novas pesquisas, incluindo informações
anunciadas durante a conferência anual da Sociedade Internacional de
Pesquisa sobre o Autismo, realizada na semana passada, abordam esta
questão, um dos maiores mistérios sobre a doença. Um grupo cada vez
maior de médicos defende que existem diferenças marcantes entre os sexos
quanto à susceptibilidade genética para o desenvolvimento da doença, o
desenvolvimento do cérebro e a adaptação social de crianças autistas,
que são significativos para a compreensão do distúrbio e de tratamentos
adequados.
Pesquisadores da Universidade de Yale apresentaram
resultados que mostram que o sexo feminino parece ter uma proteção
genética contra o autismo. Enquanto isso, cientistas da Universidade de
Emory mostraram em um trabalho preliminar que meninos e meninas com
autismo aprendem informações sociais diferentes, o que os leva a
sucessos e fracassos distintos nas interações com outras pessoas.
Os novos dados, em conjunto com estudos publicados
anteriormente, sugerem que gênero deve ser levado em conta no
diagnóstico e na criação de estratégias de tratamento individualizado,
de acordo com especialistas.
O autismo, um transtorno de desenvolvimento
caracterizado por déficits em habilidades sociais e comportamentos
repetitivos, afeta mais de 1% da população. A doença é conhecida por ser
diagnosticada mais frequentemente em meninos. No entanto, as meninas
muitas vezes parecem desenvolver um autismo mais grave e acentuado. A
proporção de novos diagnósticos, cerca de quatro meninos para cada
menina, em geral, torna-se ainda mais desigual quando inteligência é
levada em conta. Em níveis de inteligência mais elevados, meninos com
autismo muitas vezes superam as meninas em oito ou 10 contra um, dizem
os pesquisadores.
Não está claro por que está discrepância existe e
quanto dela é distorcida por diagnósticos errados ou subdiagnósticos em
meninas. Mais e mais, no entanto, cientistas acreditam que a
distribuição desigual da doença em meninos e meninas é significativa.
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