- Sex, 15 de Março de 2013 12:40
Ciientistas norte-americanos conseguiram reverter sintomas do autismo.
Eles usaram em cobaias um remédio antigo, para restaurar as comunicações celulares do cérebro.
O remédio é a suramina, um "inibidor de sinais purinérgicos das
células" utilizado desde 1926 no tratamento da doença do sono, em
África, e no combate a outras patologias parasitárias.
"Utilizamos em ratinhos um tipo de remédio que já existe há quase um
século para tratamento de outras doenças, com o objetivo de bloquear o
sinal de 'perigo' [que as células recebem e que desencadeia a postura
defensiva] e conseguimos que as células retomassem o metabolismo normal e
que a comunicação celular fosse restaurada", revela o professor de
medicina Roberto Naviaux, coordenador da equipe que fez a pesquisa na
Universidade da Califórnia, em San Diego, nos EUA
"A nossa teoria sugere que o autismo acontece porque as células
ficam “presas” num metabolismo defensivo, que as torna incapazes de se
comunicar normalmente umas com as outras. Isso pode interferir com o
desenvolvimento e função do cérebro", explicou Naviaux.
Durante a investigação, o remédio corrigiu 17 sintomas da doença,
normalizando a estrutura sináptica do cérebro, o envio de sinais entre
as células, o comportamento social, a coordenação motora e o metabolismo
mitocondrial.
Robert Naviaux admite que, "obviamente, mesmo sendo capazes de
corrigir falhas em cérebros de modelos animais geneticamente
modificados, continuamos longe de uma cura eficaz para humanos". No
entanto, os especialistas estão com esperanças e planejam continuar às
pesquisas, já em 2014, agora em seres humanos.
"Sentimo-nos suficientemente encorajados para testar esta abordagem
num pequeno ensaio clínico com crianças autistas no próximo ano",
revela o docente.
"Acreditamos que esta terapia [denominada terapia antipurinérgica,
APT na sigla em inglês] oferece um caminho novo e entusiasmante que
poderá levar ao desenvolvimento de medicamentos para tratar o autismo",
garante o coordenador.
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