sexta-feira, 27 de setembro de 2013

VOCÊ SABIA QUE A DIETA INFLUENCIA NO AUTISMO?

O autismo é uma condição neurológica que começa na infância, muitas vezes é tratada com terapia e medicamentos. A novidade é que a dieta do indivíduo com autismo afeta e muito o seu comportamento.

CASEÍNA(leite derivados, como o queijo, iogurte, sorvete...)
Em uma dieta rica em caseína, autistas demonstraram piora. A notícia boa, é que existem alternativas mais apropriadas que podem substituir estes alimentos.

ALIMENTOS INDUSTRIALIZADOS
Alimentos industrializados podem piorar muito a condição do autista, devido ao seu alto teor de açúcar refinado, corantes artificiais, conservantes e aditivos diversos. Além disso, a substituição de alimentos processados pode melhorar a condição do autismo em crianças e adultos. Alimentos frescos, frutas, verduras e legumes são ótimos aliados.

ÔMEGA 3
Atualmente há milhares de estudos demonstrando que o ômega 3 pode melhorar sintomas do autismo e aumentar a capacidade de aprendizado. O ômega 3, se suplementado, pode ser consumido tanto em cápsula quanto em sua forma líquida. Nos alimentos, está presente principalmente em peixes marinhos, semente de chia e em diversas oleaginosas.

GLÚTEN (trigo, aveia, centeio, cevada...)
Pesquisas revelam que pessoas com autismo podem estar mais susceptíveis à toxicidade do glúten, e que grande maioria apresenta doença celíaca, que é basicamente a incapacidade de processar alimentos que contém glúten. Alimentos que contém essa proteína podem piorar o autismo.

Há muitos outros aspectos relacionados à Nutrição...

Acesse http://www.facebook.com/DraLoraineTarga

ALIMENTAÇÃO ADEQUADA PODE AJUDAR AS CRIANÇAS AUTISTAS

O Autismo  Infantil pode ser tratado com uma ampla variedade de terapias, tendo diferentes graus de êxito. Não existe uma origem única dos problemas vistos no autismo, mas hoje ele é tratado como uma doença multifatorial, com muitos fenótipos ou subgrupos, de aspecto imunológico, ambiental e genético.

Podemos citar a relação do autismo com o trato gastrointestinal, a sensibilidade ao glúten e caseína, ao sistema imune, aos erros inatos do metabolismo e a toxicidade por metais pesados e xenobióticos. É uma desordem complexa com muitos fatores etiológicos.

E a nutrição é um importante contribuinte para amenizar as características e os sintomas das desordens autísticas, ocorrendo melhora significativa na sociabilidade e comunicação das crianças. A alimentação adequada pode minimizar seus problemas melhorando a qualidade de vida da criança e de seus familiares.

O cardápio dos pequenos não pode ser comum a todos: deve-se respeitar a individualidade de cada criança, para garantir uma nutrição adequada e balanceada, com alimentos ricos em nutrientes que levem à produção de substâncias químicas necessárias para o funcionamento cerebral, assim como aquelas que são necessárias para que o organismo produza internamente outras substâncias químicas, enzimas e hormônios, retirando-se possíveis alimentos alergênicos, alimentos industrializados, açúcar e aditivos químicos em geral.

Ou seja, nada de corantes, conservantes, alimentos industrializados, açúcar, soja, leite e derivados, produtos com trigo, aveia, cevada, centeio e glutamato monossódico. A dieta isenta de caseína (tipo de proteína encontrada no leite e derivados) e do glúten (proteína encontrada em alguns cereais), favorece as crianças que estejam dentro do espectro autístico, pois os peptídeos (resultantes do processamento de proteínas) derivados da caseína e do glúten apresentam similares opióides (substâncias naturais ou sintéticas derivadas do ópio) que afetam os neurotransmissores no sistema nervoso central (SNC). Além de promoverem efeitos como a redução do número de células nervosas do SNC e a inibição de alguns neurotransmissores, causando alterações comportamentais.

Além da dieta existem suplementos que podem ajudar a controlar ou minimizar os sintomas do espectro autístico, como vitaminas, minerais, ômega 3, probióticos, antifúngicos e enzimas digestivas, mas sempre devemos analisar as necessidades individuais de cada criança.

E segue um alerta aos pais e educadores: Leiam sempre os rótulos, é muito importante identificar a presença de ingredientes que podem ocasionar uma piora nos sinais e sintomas das crianças, principalmente naquelas que apresentam alguma intolerância ou alergia alimentar.

Priscila Bongiovani Spiandorello  - Nutricionista Clínica – CRN3 8679
Pós-Graduada em Nutrição Clínica Funcional; Membro da Academia Brasileira de Saúde Ambiental e Associada ao Centro Brasileiro de Nutrição Funcional.
http://priscilaspiandorello.wordpress.com
prspiandorello@gmail.com.br

Vivemos para comer ou comemos para viver?




por Cláudia Marcelino e Priscila Spiandorello 
A resposta é bem lógica, mas parece que estamos a cada dia nos distanciando cada vez mais dela. A vida moderna, cada dia mais agitada e corrida, está nos empurrando de forma acelerada para um tipo de alimentação que privilegia a saciar a fome e os desejos, deixando em segundo plano a estruturação física e o bem-estar.

As mudanças no comportamento humano ditados pela mídia e por campanhas publicitárias, são percebidas de forma muito clara nos estabelecimentos de nossos hábitos alimentares mutantes. Estamos aprendendo a comer por meio de anúncios de televisão, quando deveríamos estar aprendendo através de livros. É bastante comum ver uma criança torcendo o nariz para um alimento que não esteja dentro de um pacotinho colorido.
A máxima pregada pelos pais de “quero dar tudo do bom e do melhor para o meu filho não se aplica no campo da alimentação. Dar-lhe tudo do bom e do melhor, em vez  de ser alimento natural e verdadeiro, rico em nutrientes para o corpo (físico) e a alma (psíquico), significa aqueles inúmeros alimentos industrializados, congelados, cheios de químicos, conservantes e corantes, que inundam os nossos comerciais de TV. A falta de uma disciplina para educação alimentar na escola, aliada ao marketing agressivo direcionado as crianças, a falta de tempo para os afazeres domésticos da família moderna e a cultura crescente de que o fogão é peça fundamental para grandes chefs de culinária ou um símbolo da subserviência da mulher, tem gerado uma corrida à alimentação vazia, colocando em risco a saúde da população mundial desde muito cedo.

Há pesquisas recentes, como uma feita pela Unifesp e outra publicada no Jornal de Pediatria, em que constata-se uma introdução inadequada a alimentação já a partir dos 3 meses de idade em todas as classes sociais. Refrigerantes, leite de vaca, macarrão instantâneo, massas, sucos artificiais e bolachas recheadas, são itens bastante consumidos por bebês a partir dessa idade.

Mas se apelarmos para a nossa memória, não será difícil verificarmos o quanto os hábitos alimentares têm mudado drasticamente.

Minha avó, no café da manhã, consumia leite puro de vaca deixado nas casas das freguesas diariamente, bem cedinho, por aquele produtor dono de umas vaquinhas e que também produzia queijo, suco de frutas do pé, raízes cozidas na hora ou pães feitos em casa. Minha avó morreu quando eu tinha 11 anos, mas ainda lembro das delícias que ela fazia na minha primeira infância. No meu café da manhã já foi introduzido o leite de saquinho, comprado todos os dias na mercearia da esquina, fervido e bebido com café de grãos moídos na hora na mesma mercearia e feito no coador de pano, com o pãozinho da padaria ou o biscoito cream-cracker do supermercado. O café da manhã dos meus filhos já passou a ser com aqueles cereais “super-saudáveis” que lhes dão uma saúde “de ferro”, cheio de açúcar e corantes, complementados por leite enriquecido com água oxigenada e o achocolatado de caixinha com 12 vitaminas e minerais sintéticos.

Asma, bronquite, problemas respiratórios, alergias, rinites, sinusites, constipações frequentes, sistema imunitário que não responde, vírus resistentes, distúrbios de aprendizado e comportamento como hiperatividade, déficit de atenção e autismo ... obesidade, hipertensão, diabetes, problemas cardíacos... problemas graves para a saúde pública e galopantes, que deveriam nos pôr a pensar o que estamos fazendo com as nossas vidas.

Por quê e para quê comemos?

Para nos mantermos vivos, pois o alimento nos fornece a energia que precisamos. Ok! Mas será somente essa a função do alimento?!! Os alimentos são fontes de energia, mas também de nutrientes, como vitaminas e minerais essenciais para o funcionamento adequado do nosso corpo, além de conter outras substâncias, como os fitoquímicos, presentes em frutas, verduras e legumes, que têm propriedades antioxidantes e anti-inflamatórias, auxiliando no fortalecimento do sistema imunológico, combatendo os radicais livres e agindo na prevenção de diversas doenças.

Saúde é um estado de completo bem-estar físico, emocional e social e não apenas a ausência de doença, e ao longo dos anos descobrimos que alguns alimentos que consumimos contribuem para a nossa saúde, enquanto outros podem acelerar o processo de doença. É preciso entender que alimentar-se é diferente de nutrir-se, alimentação tem que ser prazerosa, faz parte dos nossos hábitos culturais e familiares, mas precisamos ficar atentos ao que ingerimos, ao que estamos fornecendo para o nosso corpo, pois o verdadeiro alimento contém a matéria-prima importante para o funcionamento, para a formação e renovação celular adequadas do nosso organismo, ressaltando sempre a importância da nossa individualidade bioquímica, que significa que nem sempre o alimento que faz bem para uma pessoa fará para outra!

E quando realizamos uma alimentação monótona, com pouca variedade, com alto consumo de alimentos industrializados, e conseqüentemente baixa qualidade nutricional, o nosso corpo ficará em desequilíbrio, respondendo por meio do acúmulo de gordura, enxaquecas, cansaços inexplicáveis, insônia, depressão, hiperatividade e até mesmo o aparecimento de doenças auto-imunes e degenerativas. E no autismo? O quanto a alimentação pode influenciar na melhora ou piora dos sintomas?

Dieta sem glúten e sem caseína

Sabe-se também que uma nutrição correta pode influenciar em nossas características genéticas, já que a influencia do ambiente corresponde a cerca de 70% no aparecimento de doenças. E que a nutrição adequada e individualizada é um importante contribuinte para amenizar as características e os sintomas das desordens autísticas, ocorrendo melhora significativa na sociabilidade e comunicação, apesar desse fator ainda não ser reconhecido oficialmente pela medicina convencional.

Por essa razão, existem várias intervenções nutricionais e dietas adotadas para auxiliar o tratamento de crianças autistas. As mais conhecidas são: a dieta sem glúten e sem caseína (SGSC), a dieta de Feingold, a de Carboidratos Específicos, a BED (Body Ecology Diet) e a dieta de oxalatos - sendo que a dieta com maior adesão pelas famílias estadunidenses e inglesas é a SGSC, com relatos de melhoras de sintomas em torno de 70% dos casos e seguidas pela maioria das famílias afetadas pelo autismo e que adotam uma dieta ou uma reeducação alimentar como forma de tratamento. Essa dieta também foi a primeira que começou a ser divulgada no meio do autismo a partir de 1990, por pesquisadores ingleses e noruegueses, junto a Universidade de Sunderland (no Reino Unido), e que consiste basicamente nas retiradas de duas proteínas na alimentação: o glúten (encontrado em produtos derivados do trigo, centeio, aveia, cevada e do malte) e a caseína (encontrada nos leites animais e seus derivados).

Nestes vinte anos de uso da dieta como um meio de tratamento para estas crianças e os novos conhecimentos que foram sendo adquiridos pela síndrome, hoje grande parte dos pesquisadores e famílias admite que na dieta básica sem glúten e sem caseína, ainda seja adotada a retirada de corantes e produtos químicos e industrializados da base alimentar destes indivíduos.

Conversando com alguns terapeutas brasileiros que atendem pacientes nestes países, sabemos que é difícil encontrar uma família que não faça algum tipo de intervenção nutricional com sua criança, ao contrário do que ainda ocorre no Brasil, onde uma dieta adequada para a criança autista ainda é pouco divulgada.

Nestes países, Estados Unidos e Inglaterra, existem centenas de livros a disposição dos pais para orientá-los a respeito de uma alimentação adequada, específica e equilibrada para esta população, livre de agressores e com suporte nutricional eficiente para o bom desenvolvimento e prognóstico destas crianças.

No Brasil o primeiro livro a falar a respeito do assunto foi lançado somente este ano: Autismo Esperança pela Nutrição, de Claudia Marcelino ( editora M.Books, 296 págs., R$ 49,00).

Portanto, a importância dos cuidados com a alimentação, deve ser desde a infância até a fase adulta, mas uma boa notícia: nosso corpo diariamente se renova, então sempre se está em tempo de melhorar a qualidade da nossa alimentação. Quando mudamos o nosso estilo de vida, melhoramos a nossa vitalidade positiva, nosso humor, nossa maneira de enxergar o mundo e as pessoas a nossa volta.

Nesse primeiro contato, gostaria de fazer uma reflexão: por que precisamos comer? Precisamos refletir: que tipo de herança gostaríamos de deixar para nossos filhos e netos. A relação com sua saúde, o corpo e o ambiente que eles merecem e estamos deixando passar. Qual a postura que gostaríamos que nossos filhos tivessem perante a comida: a de manter a saúde ou a de saciar o desejo consumista?

Claudia Marcelino é mãe de autista, escritora e, depois de 16 anos como doceira e banqueteira no Rio de Janeiro (RJ), desde 2006 é criadora de receitas criativas, como diversos tipos pães sem glúten e sem leite e panquecas sem ovos, todas no seu blog, Dieta SGSC (dietasgsc.blogspot.com), além de manter o site Autismo em Foco (sites.google.com/site/autismoemfoco).
Twitter: @Clau_Marcelino

Priscila Bongiovani R. Spiandorello é nutricionista clínica funcional (CRN3: 8679) e atende na Clínica Carla Albuquerque, Vl. Nova Conceição (11) 3845-2745 ou 3045-9258 e no consultório em Moema (11) 5052-1221, ambos em São Paulo (SP).

Autismo e Nutrição Funcional

O autismo é uma doença que vêm freqüentemente crescendo e há fortes indícios que seria por causa de fatores ambientais, já que a proporção desse aumento não pode ser justificado apenas pela genética, pois alterações genéticas sempre mantém a mesma proporção.

Muitos estudos, então, vêm tentando desvendar outros fatores que levam ao aparecimento desta doença. Dentre as alterações que constantemente aparecem em autistas estão alterações gastrintestinais, como a má digestão de certos alimentos, hiperpermeabilidade intestinal, o que facilita a passagem de alimentos mal digeridos pelo intestino, alcançando a corrente sanguínea, desencadeando reações alérgicas, e /ou inflamatórias, que ativam o nosso sistema imunológico.

O sistema imunológico é o segundo pilar que deve ser estudado quando se trata de autismo, que pode ser modulado, através de nutrientes, além de outras alternativas, como tratamentos antifúngicos, extremamente relacionados com esta patologia. E em terceiro lugar temos as alterações no sistema cerebral, que pode ser influenciado pelos outros fatores já descritos.

A desintoxicação de metais pesados também parece ser extremamente necessária em pacientes autistas, então, este deve ser mais uma linha de pesquisa na busca do tratamento destes pacientes.

Quando se pensa em nutrição para autistas dependerá muito das causas, história do desenvolvimento dos sintomas, se foi após uso de antibióticos, se foi após alguns tipos de vacinas, ou se não houve motivo aparente. Então o tratamento nutricional destes pacientes deve ser muito individualizado, e de preferência, depende de uma série de exames para identificação desde alergias alimentares (nunca desprezando sintomas clínicos), até a presença de crescimento de fungos no intestino e/ou aumento de toxinas ou compostos análogos (parecidos com os que encontramos normalmente no organismo), mas que interrompem ou prejudicam as vias metabólicas normais destes indivíduos.

Os alimentos que foram mais relacionados com o autismo são os que possuem glúten (trigo, cevada, centeio, aveia) e caseína (laticínios), mas outros também podem ser prejudiciais dependendo da individualidade bioquímica, como: ovos, tomate, berinjela, abacate, pimenta soja, milho e nozes.

Devem ser evitados aditivos químicos como os corantes, conservantes, nitratos, sódio e adoçantes. Portanto, evitar o consumo de alimentos industrializados e procurar uma alimentação rica em frutas, verduras, grãos integrais e legumes. Além disso, é importante evitar consumir cafeína e nem bebidas alcoólicas.

Procurar manter os níveis de glicose no nosso sangue constantes, pois é importante para a função cerebral. Para isso, consumir alimentos a cada 3 horas em pequenas quantidades, assim, o organismo tem suprimento constante de energia e não vai ter picos e nem quedas de glicose ao longo do dia.

Uma dieta antioxidante que ajudará a eliminar as toxinas e nutrir o organismo, além de manter glicemia é fundamental. Estas condutas também auxiliarão no bom funcionamento do intestino que é fundamental nestes pacientes, tanto para melhorar a sensibilidade alimentar, quanto para diminuir hiperpermeabilidade intestinal e melhor a imunidade. A utilização de produtos antifúngicos também pela nutrição é de grande valia.

Com isso, podemos perceber que invariavelmente a nutrição está envolvida com o tratamento do autismo, sendo que, muitos profissionais acreditam que a nutrição individualizada nestes pacientes deve vir antes de outras alternativas, tanto pela sua melhora do quadro, quanto por preparar o organismo para responder melhor aos outros tipos de tratamentos.

Alimentação no tratamento de autismo

por Jocelem Salgado



"Os autistas são muito resistentes à introdução de novos alimentos na dieta. Mas procure estimular o consumo da maior variedade de alimentos para evitar deficiências nutricionais como a falta de vitamina e minerais" O autismo foi descrito pela primeira vez em 1943, pelo dr. Léo Kanner e Hans Asperger como um distúrbio do desenvolvimento humano e hoje, apesar de 6 décadas de pesquisas intensas essa doença ainda é considerada um desafio para a ciência.
Ele é considerado uma síndrome caracterizada por transtornos qualitativos e quantitativos de interação social, comunicação e uso da imaginação. Os sintomas surgem nos primeiros 36 meses de vida. *Em média 60 a 65% dos autistas sofrem de retardo mental e 15 a 30% de convulsões. 

Hoje o autismo é nomeado como “síndrome do espectro autista” porque o quadro clínico é muito variado, existem autistas com elevado grau de desenvolvimento intelectual e sociabilidade e outros que apresentam um quadro severo de retardo mental e insociabilidade.

O autista não interage com outras pessoas, ele pode entrar em uma sala com várias crianças e não brincar com elas. Muitos são resistentes à mudança de rotina. Existem relatos de autistas que não reconheceram o caminho para escola porque o pai mudou o percurso ou não queriam ir para a aula porque a camiseta do uniforme tinha mudado de cor. Eles não mantêm o contato visual, usam as pessoas como ferramenta para conseguirem o que querem. Apresentam risos e movimentos inapropriados, modo e comportamento arredio, giram objetos de forma bizarra e peculiar, não demonstram medo de perigos reais, agem como se fossem surdos e resistem ao contato físico.


Esta síndrome não apresenta sintomas clínicos. Quando você olha para um autista sua aparência é de uma pessoa normal. Somente quando se observa o seu comportamento percebe-se que ele é diferente. Para o diagnóstico, é imprescindível que os profissionais envolvidos sejam treinados e capacitados, pois é baseado em avaliação clínica. 

Essa síndrome pode ocorrer em qualquer família, não escolhe raça ou classe social. A prevalência mundial é de *15-20 autistas para cada 10.000 habitantes. Nos Estados Unidos *dados de 2008, mostram uma incidência maior, ou seja, de 1 em cada 150 crianças, com tendências a aumentar esse número. O sexo masculino é mais afetado cerca de 3 homens para cada mulher, embora ainda não se tenha uma explicação científica para isso. O número de novos casos diagnosticados aumenta em média 3,8% ao ano, isso se deve ao maior número de diagnósticos de casos leves. Antigamente pouco se sabia sobre a doença, por isso apenas casos mais severos eram identificados.

O único dado oficial do Brasil revela a existência 600.000 autistas, mas estima-se que existe pelo menos um milhão de casos não diagnosticados. O ano passado o Ministério da Saúde iniciou uma pesquisa para levantar a real prevalência no país.

A causa do autismo ainda é desconhecida existe uma associação entre fatores genéticos e ambientais.

Os fatores genéticos estão relacionados a alterações neurológicas, mas até o momento não existe nada definido de forma conclusiva. 

O fator ambiental está ligado às condições pré e pós-natal como a ocorrência de rubéola durante a gravidez, baixo peso ao nascer, complicação durante o parto e dificuldade respiratória.

Para que se tenha um bom prognóstico com relação ao tratamento, é preciso que seja realizado um diagnóstico precoce. Um diagnóstico seguro pode ser realizado antes da criança completar dois anos de idade, desde que alguns aspectos clinicos não sejam desprezados. As crianças autistas normalmente têm histórico de infecções e alto consumo de antibióticos nos primeiros anos de vida. As fezes podem ter aparência mucosa, e de coloração variante, entre amarelo, esverdeado e avermelhado, e podem ter odor de mofo com intensa flatulencia (gases). Apresentam sinais caracteristicos de alergias, como olheras, olhos inchados, cilhos compridos. Embora se alimentem bem podem apresentar aspecto de subnutrição. Frequentemente apresentam abdomen distendido, e inchado, com intensa movimentação visceral. Apresentam mau hálito. Podem apresentar regressões no desenvolvimento, após uso de vacinas. Mais de 60% das crianças autistas têm pais com histórico de propensão a doenças alérgicas, incluindo asma e alergias de pele.

O autismo não tem cura. O tratamento deve envolver uma equipe multidisciplinar e tem como objetivo melhorar a qualidade de vida através do controle dos sintomas comportamentais e condicionamento do indivíduo à vida social respeitando suas limitações. Devido às incertezas sobre sua causa existem várias propostas de tratamento.
Tradicionalmente as linhas comumente adotadas são: tratamento farmacológico onde a prescrição medicamentosa atua sobre os sintomas e a intervenção psicopedagógico que consiste em terapia fundamentada em associação, rotina e aprendizado.

Em conjunto com esstes tratamentos outros podem ser integrados como a psicoterapia, fonoaudiologia, musicoterapia e equoterapia.

Alimentação no tratamento de autismo

No tratamento do autismo a alimentação tem um papel fundamental. Alguns alimentos podem intensificar os sintomas como a farinha de trigo, o leite e a soja. Quando eles são retirados da dieta os autistas geralmente ficam mais calmos e ocorre melhora da atenção e concentração.Isso ocorre porque grande parte dos autistas apresentam uma deficiência enzimática que inibe a digestão completa da proteína presente na soja, leite e trigo. Essa condição leva à formação de grande quantidade de pequenos peptídeos (fraguimentos de proteína) dentro do intestino. Esses peptídeos possuem ação farmacológica semelhante ao ópio. Esses compostos apresentam a capacidade de atravessar a parede do intestino, cair na corrente sanguínea e chegar ao Sistema Nervoso Central. Atuam como uma substância opiácia no cérebro intensificando os sintomas da síndrome, como a falta de concentração e isolamento. 

Os salgadinhos, sucos em pó artificial e gelatina são muito ricos em corantes. Hoje se sabe que os corantes estimulam a hiperatividade, por essa razão devem ser banidos da dieta dos autistas.

A ocorrência de sintomas gástricos é muito elevada em autistas, como constipação intestinal, (intestino preso), diarreia, gastrite, refluxo.

Para normalizar o funcionamento do intestino recomenda-se o uso de probióticos em cápsula. No caso de gastrite e refluxo evitar alimentos que irritam o estômago como: temperos industrializados, extrato de tomate, café, chá preto, alimentos fritos e alimentos ácidos como laranja, limão e abacaxi.

A suplementação com cápsulas de ômega três melhora a concentração e aprendizado.

Os autistas têm uma um hábito alimentar restrito, e são muito resistentes à introdução de novos alimentos na dieta. Mesmo com essas limitações procure estimular o consumo da maior variedade de alimentos para evitar deficiências nutricionais como a falta de vitamina e minerais.

As peças fundamentais para o sucesso do tratamento do autismo é o amor, a dedicação e acima de tudo compreensão de todas as pessoas que o cercam.

Procurem pelo menos, uma única vez, se colocarem no lugar de um autista. Façam o exercício que a pesquisadora francesa Happé sempre pede para os ouvintes de suas palestras fazerem! Se coloquem no lugar deles! Imagine estar em um país distante, em uma cultura desconhecida, sem compreender o idioma, com as mãos atadas, sem entender os outros e sem a possibilidade de se fazer entender. 

Esta é a sensação que o autista tem do mundo em que vive! Por isso quando vir um autista, se por algum motivo ele fizer algo que foge à sua compreensão não se esqueça! Ele age assim porque não compreende o que está à sua volta. “Um autista se definiu como um ser extraterrestre que cai no planeta Terra sem manual.”. Pense nisso!

Mais informações: www.jocelemsalgado.com.br

*www.autism.com artigo científico: WHITE, J.F. Intestinal Pathophysiology in Autism.Exp Bio Med. v.228, p. 639-649, 2003.

http://www2.uol.com.br/vyaestelar/dieta_autismo.htm 

O Trabalho Terapêutico



"O trabalho afasta de nós três grandes males:
o tédio, o vício e a necessidade."

Angela era ainda bem nova, quando foi levada a algumas clínicas ou escolinhas. Logo descobrimos que existe todo um sistema sutil, ávido e ganancioso, montado visando a exploração inescrupulosa da deficiência como meio de faturar às custas do sofrimento. São os leiloeiros da miséria alheia. O fato de essas crianças serem indefesas, não poderem falar ou reclamar, propicia sobremodo o embuste, a que todos somos sujeitos, na ávida e gananciosa sociedade moderna.

Numa das clínicas, Angela tinha 3 horas diárias de trabalho, à tarde: fonoaudiologia, a.v.d. e psicomotricidade. Numa dessas tardes, Sonia ficou livre às 15 horas e pensou: porque ir para casa, se logo terei que voltar para buscá-la? Comprou uma revista e estacionou o carro quase em frente à clínica, onde ficou lendo. Pouco depois observa que a terapeuta chega à janela, em companhia de Angela. Passa-se o tempo, e a situação não muda. A terapeuta fuma cigarro após cigarro, enquanto Angela olha para o nada. Estranha terapia, que se prolongou por 45 minutos. Como seria o restante? 

Durante as nossas reuniões, ouve-se casos. Fernando tem 8 anos e sua mãe o leva diariamente para ser atendido pela psicóloga. O pai é empresário, e não regateia o alto preço. Um dia, no impedimento da mãe, é ele quem o leva. A criança entra para o consultório, e a porta se fecha. Algum tempo depois Francisco Bernardes fica sem cigarros e resolve sair para comprá-los. Decide, porém, avisar a terapeuta. Abre a porta, que estava destrancada, e se depara com um estranha cena: a psicóloga tranqüilamente almoça, enquanto a criança observa, sentada num sofá. Terapia? 

Um outro problema com que nos defrontamos é a crença, predominante em nossa cultura, na causa psicológica das doenças mentais. Em consequência a orientação dos trabalhos terapêuticos é bastante marcada pela influência da psicanálise. Reportemo-nos aos trabalhos de Levitt: "conclusão inevitável é que os estudos de avaliação disponíveis não fornecem base razoável para a hipótese de que a psicoterapia facilite a recuperação de doenças emocionais em crianças." 

Outra não poderia ser a interpretação da psicóloga Janet Brown, do Centro Putman para crianças, em Boston, que adotava a linha psicanalítica, no qual compara resultados de psicoterapia: "É algo surpreendente que não existam diferenças significativas entre grupos, sejam quais forem as variáveis consideradas - a idade das crianças, o tempo de tratamento, a experiência dos terapeutas, o trabalho da mãe, o tratamento do pai - nada faz diferença". 

O Autista é um ser isolado, que vive no seu mundo interior, tem dificuldades de se comunicar. Existe, indubitavelmente, uma falha no sistema cognitivo destas crianças, que faz com que o cérebro não tome conhecimento perfeito do que os seus órgãos do sentido captam. O primeiro passo é desenvolver este sistema cognitivo, estabelecer um canal de comunicação, abrir um elo entre o seu universo fechado e o exterior. 

As chances de uma criança autista estabelecer uma boa comunicação com o mundo exterior dependem diretamente da idade em que é feito o diagnóstico e se inicie o trabalho, e da habilidade e dedicação do terapeuta. A intervenção deve ser precoce, pois hoje é sabido que o cérebro é particularmente maleável à aquisição de aptidões de comunicação durante os primeiros anos de vida. É entre um e cinco anos que o sistema cognitivo, com sua rede de neurônios cerebrais, se desenvolve mais aceleradamente. A comunicação deve se iniciar com imagens, gestos, sinais, palavras e bastante explorado o contato físico, que recebe muita ênfase na terapia do abraço (holding therapy). 

Existem grandes polêmicas sobre as diversas opções terapêuticas para o autismo. É natural que as famílias e os terapeutas procurem a abordagem que lhes pareça mais promissora, ao sabor de suas inclinações, crenças ou interesses pessoais. Porém, diante de um problema tão angustiante, é necessário que aqueles que estão envolvidos com crianças autistas não se deixem impressionar por soluções milagrosas ou estapafúrdias e procurem encontrar uma solução de compromisso entre a desconfiança excessiva e a aceitação passiva, na busca de uma abordagem adequada. Tarefa que não é fácil, uma vez que muitas das opções não estão descritas ou avaliadas convenientemente na literatura disponível e existem muitas controvérsias a respeito. Situação que é bastante complicada pelo desespero dos pais, na busca de uma cura miraculosa. 

Até o presente momento, nenhum das propostas terapêuticas existentes provou ser capaz de curar o autismo, um distúrbio intrigante que continua a desafiar a ciência médica. Mas tem sido possível uma considerável redução da sintomatologia e uma melhora no comportamento, facilitando a vida da família e a integração dos pacientes na sociedade. É fundamental que a abordagem não fique limitada a apenas um único processo terapêutico, mas que sejam usados diversos recursos alternativos, de forma complementar. 

A Terapia Pedagógica ou educativa deve ser encarada como uma primeira opção. Uma série de avaliações práticas evidenciaram que as crianças autistas não conseguem estruturar o mundo de uma forma adequada, e daí ser necessário lhes transmitir essa estruturação por pequenas etapas, num quadro de um programa educativo compensatório, que poderíamos designar de psicopedagogia interdisciplinar. Os únicos questionamentos se limitam, de um modo geral, às divergências nas técnicas e na aplicação. 

A abordagem pedagógica depende muito do pragmatismo, espírito de criatividade, experiência e bom senso do educador, e deve ser complementada com o auxílio de recursos diversos como imagens, desenhos, pinturas, música, jogos, brinquedos especiais, atividades artísticas, manipulação com massas e, ultimamente, até trabalhos com computador. O importante é estimular a criança, dar-lhe atividades, tanto físicas quanto mentais, e não deixa-la se isolar e se afundar nas estereotipias, que acabarão por domina-la, atrofiando ainda mais o seu sistema cognitivo, caso não haja uma estimulação permanente. As principais técnicas educacionais são o condicionamento ou terapia comportamental, e o método TEACCH, que vem se expandindo com relativo sucesso, nestas últimas décadas. 

Uma segunda alternativa, que tem muitos defensores, é a dos suplementos nutricionais. Há anos, que adeptos da medicina ortomolecular os vêm prescrevendo, com especial ênfase nas vitaminas, como um meio poderoso de manter e recompor a saúde. O uso de vitaminas, porém, deve ser controlado porque existe o risco de intoxicação com doses muito elevadas de certas vitaminas. 

Para o caso específico de autismo, tem sido muito apregoada, pelo Dr. Rimland, do Instituto de Pesquisa de Autismo (USA) a Nuthera e o DMG. A Nuthera é um complexo vitamínico, com base em altas doses de vitamina B-6 e Magnésio. Seu uso deve ser considerado e não há razão para ser evitá-lo, uma vez que a vitamina B6 está relacionada com a formação dos neurotransmissores. Os pais devem procurar, experimentalmente, a melhor dosagem, através de tentativas. É interessante recorrer a um avaliador "cego", como tal um terapeuta que tenha contato com a criança mas não tenha conhecimento da administração da fórmula, para conseguir uma avaliação descompromissada e sem influências.

Na prática, se constatou que os pais não se mostraram muito persistentes na aplicação da Nuthera. Mas a Mega Vitamina, como também é conhecida, apresentou excelentes resultados na redução da hiperatividade e dos problemas de sono de Angela. Contudo, em muitas outras crianças, que também a ela recorreram, não se notou nenhum efeito apreciável. 

Com o DMG (dimetilglicina), os resultados foram ainda menos encorajadores, embora relatórios do Instituto de Pesquisa de Autismo divulguem relatórios entusiasmados. Porém inexistem estudos comprobatórios e, como resposta de correspondência dirigida aos fabricantes, indagando sobre dados da aplicação na terapia do autismo, recebemos apenas listas de preço e anúncio de outros preparados. 

A medicação é um outro recurso, frequentemente usado. Sem dúvida, é necessária para colocar alguns paciente sob controle, diante de alguns sintomas mais graves, principalmente em casos de agressividade ou convulsões. Porém acredito que existe uma tendência a abusar de certas drogas neurolépticas, cujos efeitos colaterais sempre são terríveis e nunca contribuem para uma melhoria efetiva, além de poderem provocar dependência. O efeito pode ser contraditório e até paradoxal, variando de paciente para paciente, pois nem todos respondem da mesma forma. É um recurso muito usado em clínicas ou internatos, para que o paciente não dê muito trabalho. As drogas apenas dopam o paciente e o tornam mais controlável, enquanto perdura o seu efeito. Na minha opinião e como resultado da minha experiência, deve-se evitar o seu uso pois os efeitos colaterais são desastrosos. Muitas destas drogas provocam, de imediato, uma amenorreia, que pode se prolongar por vários meses, após a suspensão do medicamento. Desencadeia, portanto, um distúrbio hormonal. Um dos medicamentos recomendados por Temple Gradin, uma autista de alto nível intelectual, portadora de Síndrome de Asperger, é o Tofranil, indicado para alguns casos de depressão e agressividade. Reporta ela que aliviava a sua tensão. Contudo, sua bula já assusta, pois revela que provoca baixa plaquetária no sangue, sonolência, fadiga, inquietação, confusão, delírios, desorientação, alucinações, ansiedade, agitação, vertigens, sedação, etc. Este medicamento foi aplicado em Angela, a nossa revelia, sob prescrição de um neurologista. A consequência foi ela, depois de alguns meses, sofrer reações tão violentas e graves que exigiu internação num CTI. Convém, portanto, ter toda a cautela, na administração de quaisquer destas drogas e usá-las, se necessário, em doses mínimas. 

Um medicamento que tem sido muito apregoado, para reduzir a auto-agressividade e o isolamento é o Naltrexone (Anne Walters - Journal of Autism nº 2 Vol. 20), que bloqueia os opiáceos que são produzidos pelo organismo. Há diversas teorias sobre a participação dos níveis inadequados de opiáceos, no autismo. 

A cada dia surgem novas descoberta. A mais recente, publicada no Brown University Child and Adolescent Psychopharmacology Update em setembro de 1999, relata que Famotidine, um pepcídio usado para tratar úlceras pépticas, provocou melhoras em pacientes autistas. Um estudo da Dra. Linda A. Linday, em nove pacientes autistas entre 4 e 9 anos, apresentado no Encontro anual da Associação Americana de Psiquiatria, revelou que quatro dos jovens (44%) apresentaram melhoras com este tratamento. Uma amostragem muito reduzida, para permitir conclusões seguras. 

Ultimamente surgiram também muitas expectativas com o uso de Secretin, um hormônio polipeptídio, envolvido no controle da função gástrica. Segundo os proponentes da teoria do autismo como decorrência de excesso de opiáceos no cérebro, o Secretin provocaria reações que neutralizariam este efeito. 

Uma outra forma proposta para diminuir os problemas potenciais causados por estes peptídeos prejudiciais, seria a dieta. A intervenção dietética tem sido muito recomendada, ultimamente, não só para autistas mas, de um modo geral, para todos, independente de idade e situação. Diversos estudos realizados têm demonstrado a estreita relação entre a alimentação e a saúde. Do que tem resultado uma verdadeira corrida aos ditos "alimentos naturais" e sem agrotóxicos. 

Atualmente ninguém ignora que alimentos ricos em gorduras saturadas é responsável, em grande parte, por males cardíacos e coronarianos. E quanto ao cérebro? Muitas pessoas são alérgicas a determinados tipos de alimentos, que poderiam afetá-las, mentalmente. Isto é indiscutível em pacientes com fenilcetonúria, um distúrbio metabólico diante do qual uma dieta adequada, desde tenra idade, possibilita evitar a instalação de distúrbios mentais. Conservantes, empregados em alimentos industrializados, têm sido apontados como responsáveis pela hiperatividade. Um dos alimentos que tem sido muito criticado é o leite de vaca, cujo consumo é condenado por diversos nutricionistas. Existem diversos estudos sobre a intolerância a vários alimentos e produtos químicos, que são apontados, em muitos casos, como responsáveis por provocar ou agravar distúrbios de comportamento. 

De um lado existe o forte efeito da propaganda que, na busca de lucro fácil, sempre atropelando as boas intenções, nos pressiona a consumir alimentos inadequados ou até prejudiciais. Do outro lado, tem surgido, nestes últimos anos, uma forte reação da sociedade, que resultou na criação de diversas organizações mundiais dedicadas a discutir este tipo problema. Destas poderíamos citar, nos EUA, a Feingold Association, a Analytic Research Labs (Phoenix), e a Practical Allergy Research Foundation (Buffalo). Todas elas dispõem de considerável literatura sobre os desequilíbrios nutricionais, porém nenhum relativo ao autismo. 

A Integração Sensorial é um recurso que tem sido bem aceito e considerado como extremamente útil em alguns casos, como uma terapia complementar, uma vez que o autista, de uma forma geral, apresenta uma reação sensorial bastante anômala. Embora inexistam regras fixas para se realizar essa tarefa, pois cada criança responderá de forma individual, são bem conhecidas técnicas de abordagem que produzem resultados, como as indicadas por Tansley no seu livro Treinamento e Percepção. Segundo seu trabalho, direcionado para a criança deficiente, é importante o desenvolvimento do esquema corporal, em que a criança deve tomar consciência tátil e visual do seu corpo. Devem ser feitos exercícios visando estimular o tato e os demais órgãos do sentido. Temple Gradin defende a sua aplicação e até desenvolveu uma máquina que denominou "Squeeze Machine", como uma forma mecânica de estimulação tátil, que descreveu em seus trabalhos. 

A Terapia do Abraço (holding therapy) é realizada envolvendo o paciente em abraços forçados que, teoricamente, passariam pelas fases de aceitar, resistir e aquiescer. O objetivo é forçar um contato corporal até torná-lo aceitável, de forma a vencer a tendência natural do autista ao isolamento. A Sra. Gerlach, autora do Autism Treatment Guide, supõe que a "holding therapy" possa representar uma versão um tanto exagerada da Integração Sensorial. Este é um recurso que pode apresentar alguns benefícios e para o qual não existe nenhuma restrição, sob o ponto de vista terapêutico. Muito ao contrário, pesquisas atuais demonstram que o contato físico entre o bebê e sua mãe, pode ter efeitos profundos, não só psicológicos mas principalmente fisiológicos. A Dra. Tiffany M. Field, pediatra e psiquiatra da Universidade de Medicina de Miami verificou que bebês que recebem 3 ou mais períodos de 15 minutos diários de contatos e carícias, inclusive crescem mais dos que os que não recebem. Estudos feitos com ratinhos mostraram que as taxas hormonais ficam abaixo do normal, quando eles são afastados de suas mães. 

A terapia do abraço, aliás, tem sido usada, pelos psicanalistas, como um pretexto para justificar a teoria psicogênica, da qual muitos deles não desistem. Alegam, tentando explicar a mecânica deste processo, que o relacionamento com a criança autista não se estabelece devido à reciprocidade social, pois ela se isolaria num processo defensivo diante da constatação de ser rejeitada. Esta é uma mera especulação que não deve ser considerada. 

Um outro caminho que deve ser olhado com respeito, embora mais indicado para crianças com problemas motores, é o indicado por Doman e trazido para o Brasil pelo Dr. Veras, já falecido, e aplicado na Clínica N.Sra. da Glória, no Rio. 

Não deve ser esquecida a importância das atividades físicas, na nossa saúde física e mental. O efeito dos exercícios sobre o corpo e a mente são conhecidos desde a antiguidade, sob o lema "Mens Sana in Corpore Sano". Pesquisas realizadas com pessoas autistas mostraram que vigorosos exercícios físicos podem diminuir as estereotipias e comportamentos perturbados (McGimsey & Favell, 1988; Walters & Walters, 1980).São altamente recomendáveis caminhadas, jogos e, principalmente, natação pois a criança autista tem uma enorme atração pela água. Muitos estudos já demonstraram que a atividade física reduz a depressão e a ansiedade, acalma e relaxa. É sabido que estimula o metabolismo orgânico e mental de todos, sejam normais ou deficientes. Em especial, reduzem as estereotipias e retiram o autista do seu isolamento num mundo a parte, obrigando-o a prestar atenção no que está fazendo. Este princípio, criado e desenvolvido pela Dra. Kitahara foi, aliás, adotado com bastante sucesso pela Escola Higashi, no Japão, tão famosa pelos excelentes resultados obtidos, que muitas famílias americanas levarem seus filhos para lá. É interessante se observar que a Dra. Kitahara era advogada, e não uma especialista da área. 

Como recursos terapêuticos complementares de grande importância, não poderia deixar de citar a musicoterapia. A música, cujo efeito sobre a mente é inegável, e é muito empregada em técnicas de relaxamento, apresenta a vantagem de ser muito apreciada pelos autistas. É importante citar que se conhece alguns casos de pacientes desta síndrome que revelaram uma surpreendente aptidão musical, e aprenderam até mesmo a tocar piano sem nunca terem recebido aulas. Um destes casos, bastante documentado, é de um jovem que não se comunica, mas é capaz de reproduzir qualquer música que ouça uma única vez. Ninguém conseguiu encontrar uma explicação para tal feito. 

É muito importante destacar que o trabalho terapêutico não deve ser feito em regime ambulatorial, como muitos insistem, porque exige uma equipe multidisciplinar integrada e atuante, que estimule a criança de uma forma intensa e continuada, durante várias horas por dia. É indispensável que o ambiente seja bastante organizado e bem estruturado. O ideal é que se disponha de amplas áreas verdes e seja proporcionado o contato com pequenos animais. Um cão de pequeno tamanho, de uma raça brincalhona como o poodle, por exemplo, e que seja criado com a criança para poder aceitá-la, contribui muito para tirar a criança do seu isolamento. 

Finalmente é, ainda, oportuno observar que existe a crença, infundada, de que a institucionalização do jovem, num regime de internato, apresenta resultados desfavoráveis, devido ao afastamento do aconchego materno. No "Hilda Lewis House", em Camberwell, perto de Londres, as crianças só são recebidas sob a condição de os pais aceitarem ser integrados nos programas de treinamento. Segundo eles, o objetivo principal é assumir temporariamente a criança, enquanto os pais não conseguem fazer face à crise de comportamento. 

Este é, contudo, um conceito de origem psicanalítica e bastante controverso. Algumas mães conseguem enfrentar o problema com bastante desenvoltura. Nestes casos a participação dos pais é de extrema importância. Porém, nem sempre a mãe tem estrutura para enfrentar tal situação. Sonia, por exemplo, entrava em depressão e desespero, sem conseguir dar uma contribuição positiva para o trabalho terapêutico. Em alguns casos, a criança autista tem um comportamento tão comprometido que, se a mãe não for muito forte, psiquicamente falando, isto pode provocar uma completa desestruturação familiar, como prejuízos globais para todos. Nesta situação é altamente recomendável o internamento em uma clínica especializada. Esta solução é preconizada pela Dra. Kitahara, da Escola Higashi. Segundo ela, a presença permanente de uma criança altamente perturbada, no seio da família, provoca uma total desestruturação e prejudica, em especial, seus irmãos. A minha experiência me leva a concordar com ela. 

É preciso considerar, também, que muitas mães se deixam dominar, compreensivelmente, por um sentimento de superproteção e até interferem na terapia, prejudicando o trabalho terapêutico dos profissionais, agravando a problemática. Esta atitude, aliás, não se aplica somente aos casos de crianças com distúrbios de comportamento. Muitas mães estragam seus filhos, mesmo quando eles são normais. Toda criança precisa de limites, seja normal ou não. Quando a mãe não se conscientiza desta necessidade, ela mais atrapalha do que ajuda. 

Nós não tínhamos, então, nenhuma experiência e muito do que fizemos foi tateando no escuro ou pela casualidade. Não é difícil descobrir que a socialização é extremamente importante. Ensinar o autista a conviver e brincar com outras crianças é uma contribuição de enorme valia. Aliás é de se notar que ninguém se entende melhor com uma criança, do que outra criança. Mas esta convivência, esta participação na sociedade, se defronta com uma enorme barreira. A barreira do preconceito e da discriminação, que precisa ser vencida. 

Como se pode imaginar, é todo um trabalho complexo, difícil, de resultados lentos e bastante caro, o que pode tornar difícil ou até impossível, para muitos, uma terapia adequada.

(Do livro "A Saga do Autismo" de Pedro Paulo Rocha – Fundador da APARJ e da ABRA e presidente da APARJ) Reprodução autorizada desde que seja citada a fonte e o autor. 

Mundo colorido… e perigoso

Bala sem corante Quando resolvemos voltar a escrever artigos por aqui, pensei em escrever sobre corantes. Sabia sobre algumas informações porem não sabia do peso na consciência que eu ficaria ao fazer este post. Como publicitária, admito que as cores, as embalagens e a comunicação feita para vender esses produtos tem um poder muito grande para que as crianças escolham o alimento industrializado ao invés de um alimento natural. Estava comentando com a Luiza sobre algumas balas japonsesas que chupamos outro dia lá em casa. Léo trouxe várias de São Paulo, a maioria coloridas mas um pacote em especial nos chamou atenção. É esse da foto. Eu e Luiza, infelizmente amamos bala. Papai sempre comeu muito doce e mamãe, acreditem, não chupa bala e nem gosta de chocolate. Os filhos puxaram o pai, menos o Lu, que por enquanto não se interessa (ainda bem). Como sempre estamos lendo artigos de nutrição, sabemos dos malefícios desses industrializados e estamos evitando ao máximo. Por isso ficamos super felizes com essa bala de lichia. A embalagem é linda (somos fãs do Japão) e quando você abre, cada bala vem embaladinha, com as cores do pacote. Visualmente é 10 porque desperta a vontade de chupar a bala maaaaaaaaas quando se abre o papel da bala, tcharãããã: ela é branquinha: zero de corante. Muito bom! Claro que ela tem açúcar, tem outros aditivos químicos maléficos mas sempre penso em não ser radical então, num final de semana ou outro, chupar uma bala sem corante (e se possível sem açúcar ou aspartame) vale a pena.

Muitos devem pensar: Ah, mas as balas japonesas são caríssimas e isso me lembra o fato de eu estar hoje em uma loja de produtos sem leite e sem glutem (açúcar, milho, etc etc) que abriu em Uberaba e entrou uma mulher querendo produtos diet e reclamando do preço. E a vendedora explicando que são produtos diferenciados. Sim, tudo que é especial é mais caro mas vale muito a pena. Um bom exemplo são os produtos orgânicos: vc paga pra não consumir agrotóxico! Bom… vamos ao resumo de tudo que achei pela net.

Cuidado A função dos corantes é “colorir” os alimentos, fazendo com que os produtos industrializados tenham uma aparência mais parecida com os produtos naturais e mais agradável, portanto, aos olhos do consumidor. Eles são extremamente comuns, já que a cor e a aparência tem um papel importantíssimo na aceitação dos produtos pelo consumidor. Uma gelatina de morango, por exemplo, que fosse transparente não faria sucesso. Um refrigerante sabor laranja sem corantes ficaria com a aparência de água pura com gás, o que faria que parecesse mais artificial, dificultando sua aceitação. É inegável que uma bebida com sabor e cor de laranja é muito mais agradável de beber do que uma bebida incolor com gosto de laranja.

venenos Coloridos No Brasil a regulamentação do uso de aditivos para alimentos, inclusive corantes, é realizada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA).

O Decreto n. 50. 040 de 24 de janeiro de 1961 foi a primeira norma técnica de regulação do emprego dos aditivos químicos em alimentos.

A resolução CNNPA n. 44 estabeleceu as condições gerais de elaboração, classificação, apresentação, designação, composição e fatores essenciais de qualidade dos corantes empregados na produção de alimentos e bebidas.

Pela legislação atual através das resoluções n. 382 e 388 da ANVISA, no Brasil é permitido o uso de 11 corantes artificiais, sendo eles:

Fique atento

A literatura científica, aponta os cuidados com a ingestão dos sintéticos, a despeito do ainda grande uso deles pelos produtores de alimentos e bebidas processadas. Esses corantes são pigmentos ou tintas sintéticas do grupo azóico, sendo a maior parte delas sintetizada a partir do alcatrão do carvão mineral. Pois bem: sabe-se que 20% da população é alérgica a esses corantes artificiais. Em comum, trata-se de pessoas também alérgicas à aspirina (ácido acetilsalicílico), um universo formado principalmente por adultos de meia idade, com maior incidência no sexo feminino.

asma pode ser alergia a corante Além desse grupo, também podem ser afetados pela ingestão desses corantes os asmáticos e convalescentes de eczema. Há estudos ainda que associam os corantes azo com casos de hiperatividade em crianças, urticária, indisposição gástrica e vômitos. Logicamente, a quantidade dos corantes sintéticos em produtos não é muito grande (em frações médias de 0,01%), mas preocupa os especialistas a freqüência com o expressivo consumo diário nos mais variados alimentos e bebidas, desde balas, laticínios, sobremesas até refrigerantes e sucos.

As pesquisas, além de alertar sobre os limites de tolerância dos corantes permitidos, já fizeram vários sintéticos serem proibidos pela maior parte dos países. A publicação de estudos do Codex Alimentarius, órgão ligado à Organização Mundial da Saúde (OMS), já fundamentou a banição de alguns corantes por ministérios da saúde de todo o mundo, inclusive o brasileiro. Foram proibidos, por exemplo, o amarelo sólido, até então muito empregado em gelatinas; o laranja GGN, usado em pós para sorvetes; o vermelho sólido, para recheios e revestimentos de biscoitos; o azul de alizarina, corante em óleos emulsionados e gelatinas; e o escarlate GN, com uso em recheios de confeitarias.

Cores Tais proibições devem se acelerar no futuro. Os Estados Unidos, onde apenas cinco sintéticos são permitidos, e o Japão já alertaram suas indústrias de que pretendem bani-los na próxima década. A Austrália e os países escandinavos também possuem leis restritivas aos corantes sintéticos e o mesmo deve ocorrer nos demais países europeus, que por vocação dão preferência a produtos naturais.

No momento, a legislação brasileira, atualizada com boa parte das leis internacionais e seguindo as recomendações multilaterais da FAO (Food and Agriculture Organization), permite oito sintéticos e mais cinco sintéticos idênticos aos naturais (betacaroteno, beta-apo 8’ carotenal, éster etílico do ácido beta-apo 8 carotenóico, riboflavina e xantofila). A permissão é condicionada à indicação nos rótulos sobre a sua condição sintética e sobre a ingestão diária aceitável.

O fato destes corantes sintéticos serem permitidos, porém, não anula seus efeitos adversos, que embora não sejam divulgados na embalagem estão disponíveis em artigos científicos.

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Por mais que os industrializados estejam condizentes com o tanto de corante aceitável pela ANVISA, devemos rever nossos hábitos pois acabamos consumindo diversos produtos, o que ultrapassa a cota permitida. Se uma pessoa consumir uma gelatina de morango, por exemplo, ela não pode consumir mais nenhum grama de corante naquele dia e infelizmente existem refrigerantes, isotônicos, salgadinhos, balas, doces em geral, bolachas, macarrão, temperos entre outros expostos e chamando nossa atenção. Além de serem visualmente interessantes, são práticos. Mas, agora que vocês sabem dos efeitos colaterais, percebem que os corantes que dão vida aos produtos e tiram nossa qualidade de vida e de nossas crianças e adolescentes. Leiam os rótulos e evitem, sempre, produtos industrializados. Vá para a cozinha e prepare saborosíssimos doces, sobremesas, iogurtes com frutas e faça lanches escolares e festas infantis naturais e mais saudáveis!

Para facilitar sua vida, compre frutas e verduras, lave bem e corte em cubinhos e guarde-os cortados. Quando for preparar ou ingerir, tá prontinho! Sabe que o post deu a idéia para um “Fique a dica”. Confiram o post abaixo!


Para concluir, fiquem com o vídeo abaixo. Achei o vídeo muito bem feito e explicativo!




Como já falamos várias vezes aqui no blog, as pessoas que estão autistas são muito sensíveis pois têm seu sistema imunológico afetado e o intestino na maioria dos casos não funciona como o de uma pessoa neurotípica. Corantes, como pudemos ler aqui, deixa as pessoas agitadas (e o que menos queremos para nossos meninos é isso né?), possuem muitas químicas, dentre eles o iodo, além de atrapalharem o sono (alguns de nossos meninos já tem distúrbio do sono e pra que piorar essa siuação?). Vamos cuidar da saúde de quem amamos e as pessoas com autismo vieram na nossa vida para nos mostrar o quanto uma alimentação saudável é importante! Como escutei em uma palestra uma vez: os que estão autistas são a ponta do iceberg… eles nos mostram, por serem mais sensíveis, o que faz mal pra todo mundo. Vamos mudar nossos hábitos pra melhor! Isso vale pra família toda!